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Biografia[editar | editar código-fonte]

Polanyi nasceu em Viena, em uma família Judaíca. A família de seu pai era de empreendedores, enquanto a de sua mãe era de rabinos em Vilnius. A família se mudou para Budapeste e mudaram seu sobrenome para Polányi. Após a morte de seu pai, em 1905, Polanyi entrou na University of Budapest (Universidade de Budapeste) para estudar medicina. Ele se formou em medicina em 1913 e obteve seu título de Ph.D. em físico-química em 1917, enquanto servia ao exército na Primeira Guerra Mundial. A pesquisa de Polanyi foi apoiada por Albert Einstein e supervisionada por Gusztáv Buchböck.

Carreira[editar | editar código-fonte]

Os interesses de Polanyi eram extremamente diversos, incluindo trabalhos em cinética química, difração de raios x e a adsorção de gases em superfícies sólidas.

Em 1920 ele se mudou para Berlim para trabalhar no Kaiser Wilhelm Institute for Fiber Chemistry (Institute Kaiser Wilhelm para Fibra Quimica) . Em 1923, Polanyi se tornou diretor do grupo de pesquisa sobre cinética química no Fritz Haber’s Institute for Physical Chemistry and Electrochemistry ( Institute do Fritz Haber para Físico-Química e Eletroquímica).

Dos anos 1910 até 1930, Polanyi propôs, geralmente simultaneamente, diversos programas de pesquisa em físico-química. Em 1930, em colaboração com Fritz London, Polanyi usou a nova mecânica quântica na formulação de uma nova e generalizada explicação para forças de adsorção.

Outro foco de seus trabalhos era o estudo da difração de raio-x de fibras e metais naturais, incluindo a celulose, substância para qual Polanyi propôs, em 1921, uma estrutura de corrente longa e alto peso molecular. Apesar de correta, esta hipótese sofreu forte oposição de químicos em Berlim, então Polanyi e seus colegas de trabalho largaram suas teorias sobre a estrutura da celulose e inauguraram um programa de análise de estado sólido para fibras e metais estendidos utilizando o método de análise de raio-x para cristais em pó girantes. Em 1932 Polanyi apresentou o conceito de deslocamento para descrever as força de cristais.

A contribuição mais conhecida de Polanyi foi na área de cinética química e cinética dinâmica. Por volta de 1919, Polanyi começou a desenvolver um método experimental para quimiluminescência e ‘flamas altamente diluídas’ para estudar as taxas de reação entre gases como vapor de sódio e gás de cloro. Em 1929 ele desenvolveu, juntamente com Henry Eyring, o procedimento que passou a ser chamado ‘método semi-empírico’ para prever energias de ativação de reações químicas. No artigo de Eyring e Polanyi foi apresentado um dos primeiros modelos de energia potencial de superfície para reações químicas. Este artigo, juntamente com outros publicados por Polanyi, Eugene Wigner e H. Pelzer, vieram a ser conhecidos como os que fundaram a moderna área de dinâmica química.

Seu filho, John Polanyi, seguiu os passos do pai na área da dinâmica de reações químicas fundamentais e ganhou o Prêmio Nobel de Química de 1986 compartilhado com Dudley Herschbach e Yuan T. Lee. Além dele, dois de seus alunos, Melvin Calvin e Eugene Wigner, receberam Prêmio Nobel.

Após 1933, quando foi expulso de Berlim devido a recentes leis criadas pelo sistema nazista, Polanyi se mudou para Manchester, onde se aproximou da economia, política e da natureza da ciência. Sua decisão de escrever sobre ciência, ao invés de de continuar fazendo ciência, foi motivada pela falha do geneticista Nikolai Vavilov em convencer seus oponentes soviéticos da validade da ciência Ocidental em soberania a nova ciência soviética. [1]

Nos anos seguintes Polanyi se dedicou a política, economia e, principalmente, a filosofia da ciência. Escreveu sobre conhecimento tácito, conhecimento pessoal e como estes influenciam as decisões e práticas dos pesquisadores, além de explicitar os mecanismos pelos quais as teorias científicas são aceitas na comunidade científica. Polanyi se aposentou em 1959 na Merton College em Oxford como um pesquisador sênior.

No longo prazo, a filosofia da prática científica e do conhecimento tácito de Polanyi influenciou historiadores, sociólogos e filósofos da ciência como Thomas Kuhm, Donald Schön, Chris Argyris, Eisner e Jerome Bruner. [2]

Apresentações Gráficas de Questões Sociais[editar | editar código-fonte]

Em uma palestra apresentada em 1936, Polanyi disse que a substituição de uma apresentação verbal por uma visual iria, por si só, livrar a mente das pessoas de falácias econômicas. Baseado nisso, Polanyi produziu, em 1940, uma animação gráfica chamada Unemployment and Money (Desemprego e Dinheiro) que, em suas palavras, era uma tentativa de popularizar a teoria econômica de Keynes. Nela ele usa o sistema de fluídos como um modelo para economia; o fluído era uma metáfora para dinheiro e mercadorias, enquanto o volume do fluxo de fluídos era uma metáfora para a combinação de frequências monetárias de valores de diferentes tipos de trocas econômicas; os frascos e beakers representavam os vários tipos de atores econômicos, enquanto os tubos representavam as conexões entre esses atores pelas quais os diferentes volumes de dinheiro e mercadorias fluíam.

Porém, com o tempo, ele parou de afirmar este modelo e depois, após a publicação de Full Employment and Free Trade (Emprego Pleno e Livre Comércio, tradução livre), em 1945, tais apresentações visuais desapareceram. Vários são os exemplos que comprovam isto: nem em Science, Faith and Society, 1946, Personal Knowledge (Conhecimento Pessoal), 1958, The Tacit Dimension (A Dimensão Tácita), 1966, ou Knowing and Being (Sabendo e Sendo), 1969, há algum diagrama ou recurso visual. Estas evidências demonstram como ele abandonou a utilização de uma ideia que ele defendida tanto.

De fato, a publicação de Full Employment and Free Trade é um marco nas mudanças de Polanyi. Primeiro, ele parou de tentar apresentar questões sociais de maneira visual e de advogar por tal método; segundo, ele parou de enfatizar um modelo de “fluídos dinâmicos” para o sistema econômico; terceiro, ele parou de tentar popularizar a teoria Keyniseana (Teoria Geral de Emprego, Interesse e Dinheiro). [3]

Michael Polanyi e John Maynard Keynes[editar | editar código-fonte]

Richard W. Moodey, em seu artigo “‘Visual Presentations of Social Matters’ and Later Changes in Polanyi’s Social Theory”[4], afirma que Michael Polanyi estava tão entusiasmado com a teoria de Keyne porque esta tornou explícito algumas de suas crenças tácitas, e desenvolveu as implicações destas crenças para além do que ele próprio tinha feito. Entretanto, já em 1958, quando publicou Personal Knowledge, é perceptível uma mudança em seu pensamento. Das seis citações de Keynes, nenhuma delas é referente a teoria econômica de Keynes, o que mostra um Polanyi menos entusiasmado pela Teoria Geral de Emprego, Interesse e Dinheiro.

Em “Observations on Michael Polanyi’s Keynesianism,” 2005, Manucci foca nas diferenças entre a Teoria Geral de Keynes e A Teoria de Polany apresentado em “Full Employment and Free Trade”. Já em 1945 haviam claras diferenças entre os dois, classificada por ela como o “liberalismo moderado” de Polanyi e o socialismo de Keyne. Enquanto Polanyi enfatiza a importância de uma separação entre a teoria do emprego pleno, que possui apenas características econômicas, e os problemas sociais, os quais têm características políticas, Keyne acredita ser possível tal conexão. [5]

Ciencia e Realidade e o Valor do Inexato[editar | editar código-fonte]

Em seu artigo The Value of the Inexact e também no primeiro capítulo do seu livro Science, Faith and Society, Polanyi argumenta o quão danoso e inútil a exatidão se torna quando se aproxima da física. Como exemplo, ele cita o fato de que se dois ou três átomos forem ligados, seus comportamentos se tornam tão complexos que atravessam os limites da exatidão. Devido a isso, Polanyi afirma que é irracional afirmar que por meio de medidas precisas e tratamentos matemáticos uma descrição exata de sistemas complexos como organismos vivos e organizações sociais será encontrada. Ele afirma que o mero fato de que não há segurança da validade das leis consideradas naturais e exatas leva a conclusão de que essas leis somente têm valor em combinação com com os elementos de incerteza contidos nele, que serão compensadas pelo sanção suprema da validade, a fé no então dominante modelo científico. [6]

Para Polanyi, nada disso tira o caráter objetivo da ciência, pois, para ele, ele não é definido pelo distanciamento do conhecedor do conhecido, mas sim pelo poder da ciência para estabelecer contato com uma realidade oculta com base nas habilidades e compromisso do conhecedor. [7] [8]

Conhecimento Tácito[editar | editar código-fonte]

O pensamento central de de Polanyi é a crença que atos criativos - principalmente atos de descoberta - são fortemente guiados e carregados com sentimentos pessoais e comprometimento. Argumentando contra o então dominante pensamento de que a ciência era livre de julgamento, Polanyi defendeu que toda e qualquer forma de questionamento, por mais lógico e bem fundamentado, tem em suas raízes elementos tácitos. Polanyi argumentou que existe uma fase tácita durante o processo de construção do conhecimento que precede a fase lógica. Nela surgem as hipóteses, palpites, intuições e imaginações, que são parte do processo exploratório e que, segundo Polanyi, são motivados pelo o que ele descreveu como “paixões”, ou conhecimento pessoal. É definida como pessoal a medida que a descoberta é compelida por motivos pessoais, internos, os quais influenciam o julgamento das decisões do pesquisador na obtenção do resultado. [9]

  1. Michael Polanyi (1964). Science, Faith and Society (em inglês) 2nd ed. Chicago: University of Chicago Press. 9 páginas 
  2. Mary Jo Nye (2002). «Michae Polanyi (1891-1976)» (em inglês). HYLE--International Journal for Philosophy of Chemistry, Vol. 8, No.2 (2002). pp. pp. 123–127. Consultado em 3 de abril de 2015 
  3. Richard W. Moodey. “Visual Presentations of Social Matters” and Later Changes in Polanyi’s Social Theory. [S.l.: s.n.] 
  4. Richard W. Moodey. “Visual Presentations of Social Matters” and Later Changes in Polanyi’s Social Theory. [S.l.: s.n.] 
  5. Monia Manucci. Observations on Michael Polanyi’s Keynesianism. [S.l.: s.n.] 
  6. Michael Polanyi (1936). The Philosophy of Science. 13: 233-234  Verifique data em: |acessodata= (ajuda); }}
  7. Michael Polannyi. Personal Knowledge. [S.l.: s.n.] pp. 299–303,311 
  8. Mark K. Smith (2003). (em inglês) http://infed.org/mobi/michael-polanyi-and-tacit-knowledge/. Consultado em 3 de abril de 2015  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  9. Mark K.Smith (2003). «Michael Polanyi and tacit knowledge». Consultado em 3 de abril de 2015