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Usuário(a):Zaharinha/Testes

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Por volta do ano 1000, as tribos indígenas tapuias que habitavam a região foram expulsas para o interior do continente devido à chegada de povos tupis procedentes da Amazônia. No século XVI, quando chegaram os primeiros portugueses à região, a mesma era habitada pela tribo tupi dos tupiniquins.

No século XVI, com a descoberta do Brasil pelos portugueses, o rei português dom João III doou vasta extensão de terra, 7 mil léguas quadradas, ao donatário Jorge de Figueiredo Correiaescrivão da corte real. A carta de doação foi foi assinada em Évora a 26 de junho de 1534. Ainda que se falasse da terra as maiores maravilhas, o donatário da capitania preferiu o luxo e o fausto da corte, e enviou o espanhol Francisco Romero para cuidar de suas terras e representá-lo na administração da capitania. De acordo com o historiador Vargnhagem, Francisco Romero era considerado um homem bravo e circunspecto e, para defender as terra à ele delegadas, enfrentou e pacificou os índios tupiniquins que se revoltaram diante da carta de doação da Capitania de Ilhéus a Jorge de Figueiredo Correia.[1]

Francisco Romero se instalou primeiro na ilha de Tinharé, atual Morro de São Paulo; depois, descobriu a Baía do Pontal, se encantou e lá fundou a sede da capitania, dando-lhe o nome de São Jorge dos Ilhéos: São Jorge, uma homenagem ao donatário Jorge e Ilhéus, devido à quantidade de ilhas (ilhéos) encontradas no seu litoral (além das que, ainda existem hoje, como a Pedra de Ilhéus, Ilheusinho, Pedra de Itapitanga e a Ilha dos Frades), além dessas, a paisagem da baía também se caracterizava pelos morros do Pernambuco, Outeiro de São Sebastião, Rapa, grande e Itapins. Hoje, estes morros são conhecidos como Morro de Pernambuco, Morro do Outeiro de São Sebastião, Morro da Conquista e Morro do Pacheco . Instalada em 1535 na Ilha de Tinharé, antigo domínio da Capitania de Ilhéus, a sede administrativa logo se mudou para a região da Foz do Rio Cachoeira, a chamada Baía de Ilhéus.[2]

Evolução urbana

Assim como os alguns dos mais antigos núcleos urbanos erguidos pelos portugueses no litoral sul da Bahia, a cidade de Ilhéus preservou tipologias da arquitetura urbana colonial, bem como sua relação com a topografia local, observada na maior parte das cidades litorâneas que se desenvolveram sobre elevações costeiras, como: Camamu, Maraú e Porto Seguro. A ocupação das áreas mais altas das vilas tinham como objetivo a defesa militar. Nas áreas mais elevadas eram construídas a praça principal, onde se erguiam os edifícios públicos como o paço, a cadeia e a igreja matriz. Este modelo de cidade em dois andares: o superior ou cidade alta, sede do poder civil e religioso e o inferior ou cidade baixa, porto e centro comercia, foi aplicado cerca de uma década depois à cidade de Salvador, o mais importante exemplar dessa tipologia na América, por volta do século XV ao XVII.[3]

Dessa forma, os primeiros colonos se fixaram no Outeiro de São Sebastião, onde foram construídas as primeiras fortificações, a primeira Igreja e casas - inicialmente cerca de cinquenta em madeira cortada e cobertas de folhas de palmeiras - instaladas de forma desordenada, formando ruas tortuosas, becos e vielas. No centro do povoado havia uma capelinha. Ao redor do povoado foi construída uma forte paliçada para proteção contra os ataques dos índios. As maiores construções do povoado eram a casa dos jesuítas e a primitiva matriz de São Jorge. Ao sul do povoado existia um cemitério, situado na área da atual rua Nossa Senhora de Lourdes, como indicam os objetos e inúmeras ossadas humanas encontrados no local por antigos moradores no início do século XX. Entre os achados destaca-se uma lápide de arenito datada de 1555, um dos mais antigos registros funerários do Brasil. Mesmo em meio aos conflitos com os índios que habitavam a região, a capitania começou a prosperar.[3]

Com a fundação da Igreja Nossa Senhora da Vitoria, construída no início da luta entre colonos e aimorés em intenção de obter vitória na posse de terras, a vila começa a se expandir para outras áreas e, a partir do final do século XVII, passou a ocupar terrenos fora de seu perímetro original. Gradativamente os moradores do morro de São Sebastião passam a ocupar as áreas da baixada entre o manguezal e o mar e, dessa forma, a vila se desenvolveu ao longo da planície costeira.[3]

Neste mesmo período, ocorreu a decadência dos poucos engenhos de açúcar, a farinha e a extração de madeira se tornaram os principais produtos de exportação, que eram escoados através de um ancoradouro que foi instalado em um manguezal localizado no entre a atual rua Marques de Paranaguá e avenida Dois de julho.[3]

No século XVIII a expansão urbana se delimitou ao traçado viário das principais ruas do antigo centro urbano, que interligavam o local da atual matriz, os terrenos de uma aldeia tupiniquim; ao morro da Boa Vista, em direção ao Cachoeira; e às margens do Itaípe, onde muitos moradores possuíam plantações e benfeitorias.[3]

Extensos canaviais começam a surgir nas terras fertilíssimas das margens do Rio Cachoeira , ao seu lado os primeiros engenhos de açúcar .Prosperidade que não tardou a repercutir em Portugal , de onde vieram mais colonos para aumentar a população da Vila.Chegavam trazendo mais recursos para exploração da Capitania.

O comercio com a corte tornava-se cada vez mais ativo com a corte e os engenhos se multiplicavam , a população aumentava, as lavouras extendiam-se pelo sertão a dentro, quando os colonos se rebelam contra Francisco Romero que não conseguia impor aos colonos o mesmo tratamento dado aos soldados e labregos (apelido que se dava aos portugueses; galego).O descontentamento que ia se fermentando entre os colonos e contra as arbitrariedades do castelhano culminou com sua deposição, que explodiram numa revolta.Os colonos depuseram Romero e mandaram-no de volta a Portugal onde foi encarcerado na prisão do Limoneiro.Mas Romero voltou pouco depois a contra gosto dos colonos que em grande numero emigraram para outras capitanias desfalcando os braços da lavoura e a defesa das terras contra os índios.

Referências

  1. Brandão, Arthur; Rosário, Milton (1970). Estórias da história de Ilhéus. Ilhéus: Edições SBS Ltda. pp. 9, 12 
  2. Brandão, Arthur; Rosário, Milton (1970). Estória Da História De Ilhéus. Ilheus: Edições SBS Ltda. pp. 9,12 
  3. a b c d e Ribeiro, Andre Luiz (2005). memoria e identidade: reformas urbanas e arquitetura cemiterial na região cacaueira. ilheus - bahia: editus. pp. 60–70