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Vítězslav Nezval

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Vítězslav Nezval
Vítězslav Nezval
Nezval v roce 1934
Nascimento 26 de maio de 1900
Biskoupky
Morte 6 de abril de 1958 (57 anos)
Praga
Sepultamento Cemitério Vyšehrad
Cidadania Checoslováquia
Progenitores
  • Bohumil Nezval
Cônjuge Františka Řepová
Ocupação linguista, escritor, poeta, dramaturga, roteirista, romancista, tradutor, artista visual, jornalista de opinião, dramaturgo, prosista, libretista
Distinções
  • Artista Nacional (1953)
Obras destacadas Valerie and Her Week of Wonders
Causa da morte insuficiência cardíaca
Assinatura

Vítěslav Nezval (26 de maio de 1900 em Biskoupky - 06 de abril de 1958 em Praga)[1] [2] foi um poeta, romancista, dramaturgo, teórico, tradutor, roteirista e compositor de língua checa, nascido no território daatual República Checa, parte do Império Austro-Húngaro, então, e morto na antiga Tchecoslováquia. Foi fundador do grupo surrealista de Praga na década de 1930 e co-autor do "manifesto poetista" em 1928, junto a Karel Teige, líder fundador do grupo de arte de vanguarda Devětsil, do qual Nezval viria a se tornar o principal mentor posteriormente.

O pai de Nezval era professor na primeira escola onde estudou e o ajudou a desenvolver inclinações artísticas (música, arte e outros talentos que ocasionalmente aplicou posteriormente). Do pai também herdou as crenças socialistas, o que levaram a ser detido na Primeira Guerra Mundial, ele foi internado 1915-1916 por falta de confiabilidade. Alistou-se em 1918, porém deu baixa rapidamente[3].

Formado no Liceu de Třebíč e não conclui seus estudos superiores no curso de direito, em [Brno]], despertando um interesse por literatura que o levou à Universidade Carolina de Praga. Nesta época, nas horas livres, produziu seus textos iniciais, tendo se aproximado de Karel Teige e Jiři Wolker, com o qual colaboraria em associação ao Devětsil. Começa a produzir textos profissionalmente e começa a trabalhar em uma enciclopédia (Masarykově) em 1924.

Já em 1922 publicou, então seu primeiro livro de poesia, Maio. Nesta época passa a participar do grupo Devětsil, onde elaboraria as idéias do poetismo, preludiado em sua poesia, embora só venha a ser publicado um manifesto em 1928. Já em 1924 publica Pantomima, considerado o pináculo de sua produção poética.

Em 1928 e 29 se torna dramaturgo do Teatro liberado, ou "Teatro livre" de Praga, criado para ser a secção de dramaturgia do grupo, que era influenciada pelo Dadaísmo e pelo Futurismo, que passa a ser influenciada pelo Poetismo, desde então. Na década de 1930 funda e lidera o grupo surrealista checo.

De 1945 a 1951 trabalhou no Ministério da Informação e Após a II Guerra Mundial passa a ser um defensor da cultura socialista stalinista, apesar de, inicialmente, ser um admirador da obra de Franz Kafka, e defender uma arte não reducionista, ideia básica do manifesto poetista.

Morreu de problemas cardíacos e foi sepultado em um cemitério de Vyšehradě, penhasco junto do rio, a sul da cidade moderna de Praga, onde fundou-se o primeiro povoado da região.

Deixou uma vasta obra poética, além de deixar canções, peças teatrais, livros infantis e romances. Uma de suas obras mais referidas em língua portuguesa é Praga com dedos de chuva, citada no livro Céu vazio - 63 poetas eslavos, tradução de Aleksandar Javanovic[4], e em um poema do crítico de arte e poeta espanhol Juan Manuel Bonet, que diz literalmente "disseste melhor que ninguém, velho amigo Vítěslav, Praga, a dos dedos de chuva".

Autor prolífico, visto a extensa bibliografia produzida em diversos gêneros literários, sua obra vai oscilar do ideal de uma arte aproximada ao realismo socialista e a pura vanguarda, sendo esta última a marca mais reconhecível no trabalho de Nezval, considerado por alguns um dos grandes poetas do século XX, como para o poeta, economista e acadêmico mexicano Miguel Ángel Flores[5]

Sobre o poetismo declarou, com seus colaboradores, a total independência do texto poético: “a principal tarefa do poema,” –escreveu Nezval– contra as imposições utilitárias do realismo socialista, “é ser um poema.” [6].

Nas palavras de Odile Cisneros, "o poetismo procurou aproveitar todos os elementos plásticos da linguagem (sons, images/stories gráficas, images/stories verbais) para a criação de ricas texturas poéticas onde os elementos todos formassem uma unidade autônoma e suficiente. Nesse método, a partir de uma rima interessante, o poeta vai articulando o texto numa série deliberada de associações fonéticas, gráficas e semânticas".

Considera Odile Cisneros que o melhor exemplo da poesia poetista é o poema de Nezval intitulado ABECEDA, no qual "cada estrofe é uma meditação sobre propriedades gráficas e fonéticas de uma letra do alfabeto, à qual se articulam images/stories verbais e sonoras através de um processo de associação lírica", ainda nas palavras de Cisneros.

Já para o Mestre em Lingüística e doutor em Semiótica e Lingüística Geral pela Universidade de São Paulo, o professor Aleksandar Jovanovic [4], Nezval pode ter sido o maior expoente da poesia surrealista checa, junto a Konstantin Biebl, tendo explorado de maneira especial as recordações de infância e a construção de um panorama poético da cidade de Praga.

Por outro lado, autores como o mexicano Miguel Ángel Flores acentuam que as obras de André Breton e Nezval apenas coincidiram em procedimentos e em um programa político, ao menos em dado momento, o que teria despertado o interesse e encantado o poeta francês, não sendo o poeta checo um surrealista, de fato, em função de suas mais amplas contribuições para a linguagem poética de vanguarda.

Principais obras

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  • Maio (1922)
  • A ponte (1922)
  • Pantomima (1924)
  • O pequeno roseiral (1926)
  • Abecedário (1926)
  • Edison (1926)
  • O acrobata (1927)
  • Cemitério judaico (1929)
  • A mulher no plural (1936)
  • Praga com os dedos da chuva (1936)
  • 52 baladas amargas do eterno estudante Robert David (1936)
  • Carnaval (1926)
  • Crônica do fim do milênio (1929)
  • Manifesto poetista, com Karel Teige (1928)

Literatura infantil

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  • Annie elfo e um chapéu de palha (1936) - inspirou uma série em sete episódios (animação) para a TV da Tchecoslováquia, em 1983.
  • Armadilha sobre rodas (1926)
  • Medo (1930) - drama surrealista


Referências

  • Janouška, Pavla. Slovníku českých spisovatelů, Ústavu pro českou literaturu AV ČR (Instiuto para literatura checa da República Checa.), 1995/1998.
  • Dokoupil, Blahoslav. Slovníku českých literárních časopisů (Dicionário de revistas literárias tchecas, jornais e antologias de almanaques literários)- 2002.
  • JOVANOVIC, Aleksandar. Céu vazio – 63 poetas eslavos. Hucitec. Brasil. São Paulo. 1996.

Ligações externas

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