Vertanes I, o Parta
São Vertanes I, o Parta
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|---|---|
| Patriarca | |
| Morte | 341/2 |
| Veneração por | Igreja Apostólica Armênia |
Vertanes I (em latim: Vertanes; em grego: Ουρθάνης; romaniz.: Ourthánēs; em armênio: Վրթանէս; romaniz.: Vrt’anēs; m. 341/2), dito o Parta (em armênio: Պարթև; romaniz.: Parthev), foi patriarca de 327/33 a 341/2. Era filho de Gregório, o Iluminador, o evangelizador do país, e como seu pai toma posse do ofício de patriarca. Suas austeridade foi impopular junto a casta pagã e Vertanes foi vítima de uma tentativa de assassinato em Astisata.
Nome
[editar | editar código]Vertanes (Vertanēs),[1] Vartanes[2] (Vartanēs; Βαρτανές, Bartanés)[3] ou Urtanes (Ουρθάνης, Ourthánēs)[4] são as formas latina e grega do armênio Vertanes (Վրթանէս, Vrt’anēs), cuja etimologia é desconhecida. Tem paralelo com o georgiano Ortane (ორთანე).[5]
Vida
[editar | editar código]Primeiros anos
[editar | editar código]Vertanes era o filho mais velho de Gregório, o Iluminador e Julita e irmão de Aristácio. A data exata de seu nascimento é desconhecida, mas era nativo de Cesareia Mázaca, na Capadócia.[6] Segundo Agatângelo, sua família partiu para a Armênia quando Gregório entrou no serviço do rei Tiridates IV (r. 298–330), mas fugiu para Cesareia após a prisão de Gregório por divergências religiosas. Quando Gregório foi eventualmente solto pelo rei, Julita foi para a Armênia, deixando seus filhos em Cesareia para completarem seus estudos. Segundo Moisés de Corene, enquanto Aristácio seguiu uma vida religiosa, Vertanes permaneceu com seus tutores, com quem viveu uma vida secular, e mais tarde se casou.[7][8] Dessa união, nasceram os gêmeos Grigoris e Hesíquio.[9] Quando Tiridates tomou ciência da existência dos filhos de Gregório, ordenou que Artavasdes I, Tazates e Dátis fossem buscá-los. Vertanes vivia em Cesareia, enquanto Aristácio estava recluso em seu eremitério. Ambos concordaram em acompanhá-los à Armênia.[10] Mediante ordenação de Gregório, Aristácio tornar-se-ia patriarca da Igreja Armênia no início dos anos 320.[11][12] Tradicionalmente se assume que seu patriarcado se estendeu até 333,[13] embora por vezes essa data seja corrigida para 327.[14] Quando faleceu, foi sucedido em sua posição por seu irmão mais velho Vertanes.[15] Fausto, o Bizantino afirmou que o patriarcado de Vertanes foi marcado por retidão e justiça,[16] muito embora sua austeridade religiosa não foi apreciada por todos.[17]
Tentativa de assassinato
[editar | editar código]Em certa ocasião, Vertanes dirigiu-se à cidade de Astisata, no distrito de Taraunitis, onde a matriz da Igreja Armênia foi erguida sobre antigos altares pagãos desmantelados por Gregório. Ali, celebrou a eucaristia acompanhado de reis, nobres e pelo povo. Depois, ao retornar a Astisata apenas acompanhado por alguns ajudantes, foi surpreendido por uma multidão de sectários pagãos que pertenciam às famílias e linhagens dos antigos sacerdotes pagãos, conhecidos como devoradores e destruidores do mundo. Eles foram enviados ali sob ordens da rainha da Armênia, esposa do rei Cosroes III (r. 330–339), que havia sido repreendida por Vertanes por seus modos dissolutos e por um adultério secreto. Quando os agressores chegaram, Vertanes estava no interior da igreja realizando os rituais sacrificiais. Ao tomar ciência de sua presença, saiu e questionou quem eram e de onde vinham. Segundo alegações de Fausto, eles confessaram a verdade sobre quem os mandou e afirmaram estar presos por forças invisíveis, incapazes de se mover. Vertanes pregou o Evangelho diante deles e suas orações permitiram que os invasores pudessem se mexer novamente. Arrependidos, prostraram-se diante dele, pedindo penitência, e o patriarca designou-lhes um tempo para isso. Depois disso, Vertanes batizou cerca de dois mil deles, além de suas mulheres e filhos.[18] Ileso do perigo, Vertanes dirigiu-se a Til, no distrito de Acilisena, para visitar o túmulo de seu irmão e orar por seu país.[19]
Invasão de Sanatruces
[editar | editar código]Em data incerta no início do reinado de Cosroes III, as famílias nobres Ordúnio e Manazávio entraram em guerra entre si. O rei e Vertanes enviaram o bispo Albiano para mediar a paz, mas eles o insultaram e mandaram de volta, o que provocou a ira de Cosroes, que enviou o asparapetes (general) Vache I para exterminá-los.[20] Por volta desse período, Gregoris, filho de Vertanes, foi ordenado sacerdote e enviado como patriarca das terras ao norte da Armênia (Ibéria e Albânia), enquanto seu outro filho, Hesíquio, foi criado na corte junto de Tigranes, filho de Cosroes III, que lhe entregou sua filha em casamento.[21] Gregoris foi assassinato por Sanatruces antes dele invadir a Armênia, instigado por seu suposto direito ao trono arsácida.[22] Cosroes III e Vertanes refugiaram-se na fortaleza de Terua (atual Castelo de Doubaiazete, na Turquia), no distrito de Cogovita, onde permaneceram por um ano. Fausto afirma que o general Vache I, ao retornar de uma longa jornada no Império Romano, liderou os exércitos armênios contra os invasores, que foram massacrados e seu líder foi decapitado.[23] Moisés de Corene dá um relato ligeiramente diferente e afirma que o imperador Constâncio II (r. 337–361), respondendo aos apelos feitos pelos embaixadores enviados a ele por Vertanes, decidiu enviar seu general Antíoco com tropas. Ele formalizou a ajuda através de uma carta dirigida ao patriarca:[24]
| “ | O imperador Augusto César Constâncio saúda Vertanes, o Grande, e todos os seus compatriotas. Enviei um exército em vosso auxílio, com a ordem de tornar Cosroes, filho de vosso rei Tiridates, rei sobre vós, para que, estabelecida a boa ordem, possais nos servir com lealdade. Estai bem. | ” |
Seja como for, segundo Fausto, Vache levou a cabeça de Sanatruces perante o rei e Cosroes e Vertanes visitaram o campo de batalha para testemunhar os corpos dos invasores. Eles ordenaram que forças irregulares fossem recrutadas no território e que os mortos fossem cobertos com uma pilha de pedras, para que a terra não fosse poluída por seu fedor putrefato.[25] Na mesma época dessa invasão, o xainxá Sapor II (r. 309–379) do Império Sassânida invadiu a Armênia. Cosroes ordenou que Databe Besnúnio reunisse tropas irregulares e soldados de elite, que totalizaram 40 mil soldados, e marchasse contra o inimigo. Ao se aproximar dos invasores, decidiu fazer um acordo no qual entregaria Cosroes. Para concretizar seu plano, combinou que os sassânidas deveria emboscar suas tropas, que foram massacradas. Os sobreviventes alcançaram o acampamento do rei e o informaram sobre o ocorrido.[26] Cosroes e Vertanes jogaram-se ao chão em súplicas e pediram que Vache marchasse com um exército de 30 mil soldados contra Databe e os invasores. Apesar da superioridade numérica dos sassânidas, os armênios venceram-nos em combate.[27]
Últimos anos e morte
[editar | editar código]- Relato de Fausto
Segundo Fausto, ao final do reinado de Cosroes, a Armênia sofreu outra invasão sassânida, na qual Vache pereceu em combate. O rei e a nobreza ficaram inconsoláveis e Vertanes proferiu palavras públicas de consolo (encômio):[28][a]
| “ | Consolai-vos em Cristo. Pois aqueles que morreram [o fizeram] acima de tudo pelo reino, pelas igrejas e pela fé divinamente ordenada: para que este reino não fosse escravizado e derrubado, nem as igrejas sagradas destruídas, nem os mártires desonrados, nem os vasos sagrados caíssem nas mãos de impuros e infiéis, nem o santo pacto fosse corrompido, nem os filhos do batismo, em cativeiro, fossem precipitados nas várias corrupções dos cultos infiéis. Pois, se o inimigo tivesse tomado este reino, implantaria aqui as leis de sua religião sem lei, ímpia e sem Deus, o que suplicamos que não aconteça!
Nossos piedosos mártires lutaram em batalha por causa disso; eles afastaram, removeram e expulsaram o mal do reino. Eles morreram para que a iniquidade não entrasse em um reino devoto a Deus e amante de Deus, nem o forçasse a servir à vontade do mal, nem dividisse e destruísse muitas almas unidas por amor ardente. Enquanto viveram, trabalharam com labor fiel por isso. Preservando, na morte, a firmeza de sua fé e entregando-se pela Verdade Divina, sacrificaram-se pelas igrejas, pelos mártires, pelo santo pacto das leis, pelos preceitos da fé, pela congregação sacerdotal, pelos incontáveis neófitos batizados em Cristo, e pelo verdadeiro Senhor deste reino. Aqueles que não se pouparam por tudo isso têm a mesma honra que os mártires de Cristo. Portanto, não choremos por eles, mas honremo-los verdadeiramente. Vamos estabelecer no reino uma lei para sempre, para que todos preservem continuamente a memória de seu valor como mártires de Cristo. E instituiremos um dia de festa e nos alegraremos, pois Deus se agradará de nós por causa deles e, no futuro, nos concederá paz. |
” |
— Fausto, o Bizantino, Histórias Épicas, III.xi.37-38.[28].
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Vertanes estabeleceu uma lei para que a memória dos mortos em combate fosse comemorada ano após ano e instituiu um cânone, segundo o qual aqueles que morressem pela salvação do reino deviam ser lembrados diante do santo altar de Deus naquele ponto da liturgia em que são enumerados os nomes dos santos, e também depois deles. Por fim, pediu que compaixão e cuidado fossem prestados aos sobreviventes dos caídos. Vache deixou um filho pequeno, chamado Artavasdes II, que recebeu perante o rei a diadema de seu falecido pai, bem como sua posição de asparapetes. Entretanto, por sua tenra idade, a função de comandar as tropas foi designada a Arsaviro I e Antíoco II, aos quais Vertanes incumbiu pessoalmente de cuidar de Artavasdes até que atingisse a maioridade e pudesse liderar as tropas. Pouco depois disso, Cosroes III morreu, seguido de Vertanes. Seu filho Hesíquio o sucedeu.[17] O corpo de Vertanes foi conduzido numa carruagem real, com grande cerimônia, salmos e cânticos espirituais, lâmpadas e velas, e o aroma de incenso. O cortejo dirigiu-se até Tordã (atual Doancoi, na Turquia), no distrito de Daranália, onde foi sepultado próximo ao túmulo de seu pai Gregório.[29]
- Relato de Moisés
Com exceção do relato sobre seu sepultamento em Tordã, Moisés de Corene apresenta uma versão mais sucinta e totalmente distinta da de Fausto, frequentemente considerada historicamente pouco precisa. Para ele, que omite a traição de Databe e a investida sassânida subsequente, quando Cosroes III tomou ciência do patrocínio de Sapor a Sanatruces, cortou relações e aproximou-se dos romanos. Em resposta, os romanos enviaram um exército para se opor aos iranianos, mas Cosroes faleceu pouco depois e não deu prosseguimento com a guerra. Diz-se que Vertanes reuniu os nobres armênios e seus exércitos e instalou Arsaviro como comandante-em-chefe antes de partir ao Império Romano ao lado de Tigranes para que Constâncio II o nomeasse rei. Na ausência deles, Narses, irmão de Sapor, invadiu a Armênia e foi repelido por Arsaviro em Merrul, a noroeste de Satala.[b] Uma vez nomeado, Tigranes retornou ao lado de Vertanes e conseguiu firmar a paz com os iranianos, a quem pagou um tributo especial. Pouco depois disso, no terceiro ano de seu reinado (ano 357), após um pontificado de 15 anos, Vertanes faleceu.[30] Seu filho Hesíquio o sucedeu no quarto ano do reinado de Tigranes, que foi variadamente datado em 341[31] ou 342[32]
Os dois maiores pontos de divergência a respeito do relato de Moisés se concentram na suposta embaixada ocorrida nesse ponto, e o início do reinado de Tigranes. Com base na cronologia do cronista, Tigranes ascendeu ao trono no décimo sétimo ano de reinado de Constâncio II (ano 354), o que implica uma data muito tardia. Fausto diz que Tigranes simplesmente sucedeu ao pai e não há menção a qualquer embaixada nesse ponto.[33] No entanto, é possível que Tigranes seja o rei armênio anônimo que Constâncio supostamente instalou no trono em 338, segundo o Panegírico de Juliano. A menção em Moisés da nomeação de Arsaviro como comandante da Armênia é pouco credível, diante da falta de paralelos conhecidos, frente a uma possível nomeação feita pelo imperador. Fausto menciona que Arsaviro I pessoalmente conduziu uma embaixada aos romanos anos depois, ao final do reinado de Tigranes, quando o rei foi cegado e capturado pelos iranianos (Moisés concorda com o destino de Tigranes, mas ignora essa embaixada; Amiano Marcelino atribui esse destino a Ársaces II, filho de Tigranes).[34] Os historiadores também assumem como improvável que o pontificado de Vertanes tenha sido tão longo,[35] Por conseguinte, o ataque de Narses ocorreu durante a ausência de Arsaviro, segundo Fausto.[36][37]
Ver também
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| Precedido por Aristácio I |
Arcebispo da Armênia 327/33 a 341/2 |
Sucedido por Hesíquio I, o Parta |
Notas
[editar | editar código]- [a] ^ De acordo com Nina Garsoïan, a longa exortação transcrita por Fausto tem fortes paralelos com as exortações a Vardanes II e seus companheiros derrotados pelos sassânidas na Batalha de Avarair de 451, que deve ter sido a inspiração para o trecho.[38]
Referências
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- ↑ Ačaṙyan 1942–1962, p. 129.
- ↑ Hasratyan 1996, p. 116.
- ↑ Agatângelo 1976, p. xxxi–xxxiii; 393.
- ↑ Moisés de Corene 2006, p. 225.
- ↑ Toumanoff 1990, p. 242-243.
- ↑ Agatângelo 1976, p. 395.
- ↑ Agatângelo 1976, p. lxx.
- ↑ Grousset 1973, p. 125.
- ↑ Grousset 1973, p. 128.
- ↑ Garsoïan 2004, p. 85.
- ↑ Mahé 2007, p. 166.
- ↑ Fausto, o Bizantino 1989, p. 68.
- ↑ a b Mahé 2007, p. 173.
- ↑ Fausto, o Bizantino 1989, p. 68-69.
- ↑ Moisés de Corene 2006, p. 252.
- ↑ Fausto, o Bizantino 1989, p. 69-70.
- ↑ Fausto, o Bizantino 1989, p. 70-71.
- ↑ Fausto, o Bizantino 1989, p. 72-73.
- ↑ Fausto, o Bizantino 1989, p. 73-74.
- ↑ Moisés de Corene 2006, p. 255.
- ↑ Fausto, o Bizantino 1989, p. 74-75.
- ↑ Fausto, o Bizantino 1989, p. 75-76.
- ↑ Fausto, o Bizantino 1989, p. 76.
- ↑ a b Fausto, o Bizantino 1989, p. 80-81.
- ↑ Fausto, o Bizantino 1989, p. 81-82.
- ↑ Moisés de Corene 2006, p. 260-261.
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- ↑ Garsoïan 1996, p. 239.
- ↑ Fausto, o Bizantino 1989, p. 82.
- ↑ Fausto, o Bizantino 1989, p. 414.
- ↑ Moisés de Corene 2006, p. 255, nota 10.
- ↑ Fausto, o Bizantino 1989, p. 97-100.
- ↑ Moisés de Corene 2006, p. 260, nota 52.
- ↑ Fausto, o Bizantino 1989, p. 254, nota 4.
Bibliografia
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