Vidas Secas: diferenças entre revisões
bot: revertidas edições de 200.201.3.36 ( modificação suspeita : -293), para a edição 36280195 de Dark-Y |
|||
Linha 14: | Linha 14: | ||
| }} |
| }} |
||
'''''Vidas Secas''''' é um [[romance]] de [[Graciliano Ramos]], escrito entre [[1937]] e [[1938]], publicado originalmente em 1938. O livro, narrado em terceira pessoa, aborda uma |
'''''Vidas Secas''''' é um [[romance]] de [[Graciliano Ramos]], escrito entre [[1937]] e [[1938]], publicado originalmente em 1938. O livro, narrado em terceira pessoa, aborda um cara do bigode, que tem uma peruca e a prega solta chamado Geronimo, vulgo Gervásio, sendo a sua vida sub-humana condicionada diante de problemas sociais como a [[seca]], a [[pobreza]], e a [[fome]], e, consecutivamente, no caleidoscópio de sentimentos e emoções que essa sua condição lhe obriga a viver, ao procurar meios de sobrevivência, criando, assim, uma ligação ainda muito forte com a situação social do Brasil hoje. |
||
Durante o processo editorial do [[livro]], Graciliano mostrou-se inteiramente cuidadoso com sua criação, frequentando a gráfica e depois disso responsável pela elaboração do livro diversas vezes, examinando meticulosamente o material quando esse entrava no prelo, para ter a certeza que a revisão não interferiria em seu texto. Após sua publicação no Brasil em 1938, o livro circulou em território estrangeiro durante um bom tempo, sendo primeiramente lançado na [[Polônia]] e depois na [[Argentina]], seguida por [[República Tcheca]], [[Rússia]], [[Itália]], [[Portugal]], [[França]], [[Espanha]] e em outros. No Brasil, encontra-se em sua centésima sexta edição. |
Durante o processo editorial do [[livro]], Graciliano mostrou-se inteiramente cuidadoso com sua criação, frequentando a gráfica e depois disso responsável pela elaboração do livro diversas vezes, examinando meticulosamente o material quando esse entrava no prelo, para ter a certeza que a revisão não interferiria em seu texto. Após sua publicação no Brasil em 1938, o livro circulou em território estrangeiro durante um bom tempo, sendo primeiramente lançado na [[Polônia]] e depois na [[Argentina]], seguida por [[República Tcheca]], [[Rússia]], [[Itália]], [[Portugal]], [[França]], [[Espanha]] e em outros. No Brasil, encontra-se em sua centésima sexta edição. |
Revisão das 12h39min de 2 de julho de 2013
Vidas Secas | |
---|---|
Autor(es) | Graciliano Ramos |
Idioma | Português |
País | Brasil |
Linha temporal | Indefinido |
Localização espacial | Sertão do Nordeste do Brasil |
Lançamento | 1938 |
Vidas Secas é um romance de Graciliano Ramos, escrito entre 1937 e 1938, publicado originalmente em 1938. O livro, narrado em terceira pessoa, aborda um cara do bigode, que tem uma peruca e a prega solta chamado Geronimo, vulgo Gervásio, sendo a sua vida sub-humana condicionada diante de problemas sociais como a seca, a pobreza, e a fome, e, consecutivamente, no caleidoscópio de sentimentos e emoções que essa sua condição lhe obriga a viver, ao procurar meios de sobrevivência, criando, assim, uma ligação ainda muito forte com a situação social do Brasil hoje.
Durante o processo editorial do livro, Graciliano mostrou-se inteiramente cuidadoso com sua criação, frequentando a gráfica e depois disso responsável pela elaboração do livro diversas vezes, examinando meticulosamente o material quando esse entrava no prelo, para ter a certeza que a revisão não interferiria em seu texto. Após sua publicação no Brasil em 1938, o livro circulou em território estrangeiro durante um bom tempo, sendo primeiramente lançado na Polônia e depois na Argentina, seguida por República Tcheca, Rússia, Itália, Portugal, França, Espanha e em outros. No Brasil, encontra-se em sua centésima sexta edição.
Por conta da consciência social que existe no conteúdo do livro, moldada através de uma estrutura dramática, o enredo tem sido analisado pelos críticos por meio da relação do homem com os meios naturais e sociais. De acordo com alguns especialistas, em Vidas Secas Graciliano contornou alguns estilos literários de sua época, o que lhe proporcionou pontos positivos no livro. Graciliano, por exemplo, foi cauteloso nas tradicionais ingerências do narrador opiniático e evitou o protesto ou o panfletarismo (que poderia usar, como outros autores da época, para criticar os aspectos sociais de seu país), o que certos críticos caracterizam como um "estilo seco, reduzido ao mínimo de palavras".
O livro figura entre os livros mais importantes da literatura brasileira, tendo ganhado, em 1962, o prêmio da Fundação William Faulkner (Estados Unidos) como livro representativo da Literatura Brasileira Contemporânea. Também conquistou um enorme público, tendo vendido até então mais de um milhão e meio de exemplares, enquanto, ocasionalmente, é leitura obrigatória em vestibulares da USP, da PUC, da UFBA e da UEPA. O cineasta Nelson Pereira dos Santos realizou uma bem-sucedida versão homônima de Vidas Secas em 1963, reforçando aspectos atuais do país.
Estrutura
No que diz respeito à estrutura, o livro apresenta treze capítulos, dentre os quais alguns podem até ser lidos em outra ordem (romance desmontável), diferente da impressa no livro. Entretanto, alguns capítulos, como o primeiro, "mudança", e o último, "fuga", devem ser lidos nesta ordem. Esses dois capítulos reforçam a ideia de que toda a miséria que circunda os personagens de "Vidas Secas" representa um ciclo, em que, quando menos se espera, a situação se agrava e a família é obrigada a se retirar, repetidas e repetidas vezes.
A obra de Graciliano pode ser considerada um marco para a literatura brasileira, em especial o Modernismo Brasileiro, visto que há a implícita (e, em alguns casos, até explícita) crítica social a toda pobreza no sertão nordestino, que atinge uma boa parcela da população, e que, de fato, acaba por prejudicar todo o país, impedindo maiores desenvolvimentos. Há a tentativa, portanto, de se mostrar a desarticulação dessa região com o resto do país (um Brasil pobre dentro de todo o Brasil).
Curiosidades
O romance originalmente se chamaria "O Mundo Coberto de Penas", título do penúltimo capítulo, em referências às penas negras dos corvos cobrindo o chão seco. O texto original está grafado assim. Porém o próprio Graciliano Ramos riscou o título original e escreveu à mão "Vidas Secas". O romance também teve um nome alternativo, vidas molhadas, por conta da irônia de Ramos. O tempo da história é bem chuvoso e ela pertence ao periodo literário do trovadorismo
Ver também
Predefinição:Portal-literatura