Women at the Hague
Mulheres em Haia foi uma conferência do Congresso Internacional de Mulheres realizada em Haia, Holanda, em abril de 1915. Teve mais de 1.100 delegadas e estabeleceu o Comitê Internacional de Mulheres pela Paz Permanente (International Committee of Women for Permanent Peace, ICWPP) com Jane Addams como presidente. Isso levou à criação da Liga Internacional de Mulheres pela Paz e Liberdade (Women's International League for Peace and Freedom, WILPF). [1]
Preparações
[editar | editar código-fonte]O Congresso Internacional das Mulheres de 1915 foi organizado pela feminista alemã Anita Augspurg, a primeira mulher jurista da Alemanha e Lida Gustava Heymann (1868–1943) a convite da pacifista, feminista e sufragista holandesa Aletta Jacobs para protestar contra a guerra que então se desenrolava na Europa, e para sugerir maneiras de evitar a guerra no futuro. O esquema de um Congresso Internacional de Mulheres foi formulado em uma pequena conferência de mulheres de países neutros e beligerantes, realizada em Amsterdã no início de fevereiro de 1915. Um programa preliminar foi elaborado nesta reunião, e foi concordado em solicitar às mulheres holandesas que formassem um comitê para tomar as rédeas de todos os arranjos para o Congresso e emitir os convites. As despesas do Congresso foram garantidas pelas mulheres britânicas, holandesas e alemãs presentes, que concordaram em levantar um terço da quantia necessária.[2]
Convites para participar do Congresso foram enviados para organizações de mulheres e organizações mistas, bem como para mulheres individuais em todo o mundo. Cada organização foi convidada a nomear duas delegadas. Somente as mulheres podiam se tornar membros do Congresso e eram obrigadas a se expressar de acordo com as resoluções do programa preliminar. Este acordo geral foi interpretado para implicar as convicções (a) de que as disputas internacionais devem ser resolvidas por meios pacíficos e (b) de que o direito de voto parlamentar seja estendido às mulheres.[2]
O Congresso
[editar | editar código-fonte]O Congresso abriu em 18 de abril[3] e contou com a presença de 1,136 participantes de nações neutras e beligerantes,[4] adotou grande parte da plataforma do Woman's Peace Party (WPP) e estabeleceu um Comitê Internacional de Mulheres pela Paz Permanente (International Committee of Women for Permanent Peace, ICWPP) com Jane Addams como presidente. WPP logo se tornou a seção dos EUA do ICWPP.
O Congresso foi realizado sob duas importantes regras:
- Que as discussões sobre a responsabilidade nacional relativa ou a condução da presente guerra,
- As resoluções que tratam das regras sob as quais a guerra deve ser conduzida no futuro estarão fora do escopo do Congresso.[2]
Delegações
[editar | editar código-fonte]Houve problemas em reunir 1.200 mulheres durante a guerra. A delegação da Grã-Bretanha foi reduzida pelo Ministério das Relações Exteriores para 24 delegadas e, na verdade, apenas duas (ou três) chegaram a Haia. A Itália conseguiu apenas uma delegada e ela fez questão de notar que ela não representava seu país. Uma mulher também veio do Canadá para representar o que era chamado na época de "as Colônias".[5]
Os países representados incluíram os Estados Unidos, que enviaram 47 membros; Suécia, 12; Noruega, 12; Holanda, 1.000; Itália, 1; Hungria, 9; Alemanha, 28; Dinamarca, 6; Canadá, 2; Bélgica, 5; Áustria, 6, e Grã-Bretanha, 3, embora outros 180 de lá tenham sido impedidos de navegar devido ao fechamento do Mar do Norte por motivos militares. O Congresso, que contou com a presença de um grande número de visitantes, bem como dos membros, foi extremamente bem-sucedido. Os procedimentos foram conduzidos com a maior boa vontade e as deliberações que os acompanharam foram aprovadas nas sessões de negócios.[2]
Membros do Comitê
[editar | editar código-fonte]- Alemanha: Dr. Anita Augspurg, Lida Gustava Heymann (Secretária e Intérprete)
- Áustria: Leopoldine Kulka, Olga Misar
- Armênia: Lucy Thoumaian
- Bélgica: Eugenie Hamer, Marguerite Sarten
- Dinamarca: Thora Daugaard, Clara Tybjerg
- EUA: Jane Addams (Presidente), Fannie Fern Andrews, Alice Hamilton
- Grã-Bretanha e Irlanda: Chrystal Macmillan (Secretária), Kathleen Courtney (Intérprete)
- Hungria: Vilma Glücklich, Rosika Schwimmer
- Itália: Rosa Genoni
- Noruega: Dr. Emily Arnesen, Louise Keilhau
- Países Baixos: Dr. Aletta Jacobs, Hanna van Biema-Hymans (Secretária), Dr. Mia Boissevain
- Suécia: Anna Kleman, Emma Hansson[2]
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ Paull, John (2018) The Women Who Tried to Stop the Great War: The International Congress of Women at The Hague 1915, In A. H. Campbell (Ed.), Global Leadership Initiatives for Conflict Resolution and Peacebuilding (pp. 249-266). (Chapter 12) Hershey, PA: IGI Global.
- ↑ a b c d e Addams, Jane; Balch, Emily Greene; Hamilton, Alice (1916). Women at the Hague: The International Congress of Women and Its Results Public domain ed. [S.l.]: Macmillan. pp. 146–149
- ↑ «International Congress of Women opens at The Hague». History.Doc. Consultado em 12 de Dezembro 2014
- ↑ van der Veen, Sietske (22 de Junho de 2017). «Hirschmann, Susanna Theodora Cornelia (1871-1957)». Huygens ING (em neerlandês). The Hague, The Netherlands: Huygens Institute for the History of the Netherlands. Consultado em 30 de Agosto 2017. Cópia arquivada em 30 de Agosto de 2017
- ↑ «Hellraisers Journal: From The Survey: "Women of the Hague" a first-hand report by Mary Chamberlain». Daily Kos. Consultado em 3 de novembro de 2017