Expansão por umidade

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A expansão por umidade (EPU) é o termo utilizado para denominar o aumento do corpo cerâmico quando entra em contato com a água ou vapor, causando o gretamento nas louças ou revestimentos e comprometendo a estrutura da peça.[1]

Também podem ocorrer em tijolos, argamassas e telhas. Todo material sólido apresenta expansão quando em contato com a água. Quanto mais poroso for o material, maior a probabilidade de ocorrer a EPU.[1][2]

História[editar | editar código-fonte]

Em 1928, H.G. Schurecht realizou um estudo sobre o gretamento nas peças de cerâmicas esmaltadas, verificando que as rachaduras e trincas eram causadas pela expansão da cerâmica e não por causa de falhas da fadiga do vidrado cerâmico.[1][3]

Em 1947, o Instituto de Engenheiros da Austrália publicou um estudo sobre os danos causados pela EPU nos tijolos e dutos de esgoto e os perigos que podiam acarretar. Foi a parir desse período que a construção civil passou a se preocupar com a EPU.[1]

No Brasil, no final do século XX, três prédios da cidade de Recife, em Pernambuco, tiveram suas estruturas arruinadas devido a EPU, o que acarretou no interesse do Departamento de Engenharia de Materiais (DEMa), da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), a estudar mais profundamente sobre a expansão por umidade.[1]

Métodos para medir EPU[editar | editar código-fonte]

Em todos os métodos, é utilizado a fórmula abaixo:[2]

L0 = medida do comprimento inicial em milímetro.

L1 = medida do comprimento em milímetro, após a hidratação acelerada.

NBR 13.818:1997[editar | editar código-fonte]

Norma defendida pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO). Para obter a medida inicial, é necessário secar a peça em estufa, para a eliminação completa da umidade. Após a secagem da amostra, obter a medida inicial com paquímetro. Faz-se a hidratação acelerada da amostra em submersão em água fervente, evitando o contato com as paredes do recipiente. Após a retirada da amostra, aguardar o resfriamento da peça. Obter a medida após a hidratação acelerada com paquímetro. Com as medidas, utilizar a fórmula acima. Segundo a norma. o limite recomendado de EPU é de 0,6 mm/m.[2]

Autoclave - dilatômetro[editar | editar código-fonte]

A hidratação da amostra é feita através da autoclave. A requeima é feita com o dilatômetro e o próprio equipamento monitora as medidas, dede o estado hidratado até a sua secagem. Obter a medida inicial e final que apresentou o dilatômetro e utilizar a fórmula acima.[2]

Fervura - dilatômetro[editar | editar código-fonte]

A hidratação da amostra é feita em submersão em água fervente, evitando o contato com as paredes do recipiente. A requeima é feita com o dilatômetro. Obter a medida inicial e final que apresentou o dilatômetro e utilizar a fórmula acima.[2]

Referências

  1. a b c d e Menezes, R.R, Campos, L.F., Neves, G. de A e Ferreira, H. C. (2006). Aspectos fundamentais da expansão por umidade: uma revisão Parte I: Aspectos históricos, causas e correlações. Laboratório de Síntese e Processamento de Materiais Cerâmicos (LaSP), Universidade Federal de São Carlos e Departamento de Engenharia de Materiais, Centro de Ciências e Tecnologia, Universidade Federal de Campina Grande.
  2. a b c d e Nastri, Suelen; Conserva, Lisandra R. dos S.; Melchiades, Fabio G. e Boschi, Anselmo O.. (2015). A Expansão por Umidade (EPU) Revisitada, 20 Anos Depois: Convivendo com a Inevitabilidade da EPU. Cerâmica Industrial.
  3. Souza, Rafael de Abreu e (2012). «A epidemia do branco e a assepsia das louças na São Paulo da Belle Époque». História, Ciências, Saúde-Manguinhos (4): 1139–1153. ISSN 0104-5970. doi:10.1590/S0104-59702012000400003. Consultado em 30 de abril de 2021