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Pilobolus: diferenças entre revisões

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A estrutura frutífera assexual (o esporangióforo) das espécies de ''Pilobolus'' é singular. Consiste de um “pé” transparente que se eleva acima do excremento terminando numa [[vesícula subesporangial]]. Em cima desta, desenvolve-se um esporângio preto. O esporangióforo tem a capacidade notável de se orientar de forma a apontar directamente para uma fonte de luz. A vesícula subesporangial funciona como uma [[lente]], focando a luz por meio de pigmentos carotenóides depositados próximo da sua base. O esporangióforo em desenvolvimento cresce de tal forma que o esporângio em maturação é apontado directamente à luz.
A estrutura frutífera assexual (o esporangióforo) das espécies de ''Pilobolus'' é singular. Consiste de um “pé” transparente que se eleva acima do excremento terminando numa [[vesícula subesporangial]]. Em cima desta, desenvolve-se um esporângio preto. O esporangióforo tem a capacidade notável de se orientar de forma a apontar directamente para uma fonte de luz. A vesícula subesporangial funciona como uma [[lente]], focando a luz por meio de pigmentos carotenóides depositados próximo da sua base. O esporangióforo em desenvolvimento cresce de tal forma que o esporângio em maturação é apontado directamente à luz.


Quando a pressão de [[turgor]] no interior da vesícula subesporangial aumenta até a um nível suficiente (frequentemente 7 [[atm]] ou superior) o esporângio é lançado, podendo viajar distâncias que vão de poucos centímetros a dois metros, sofrendo uma aceleração inicial superior a 20 000 g<ref>{{harvnb|Yafetto|2008|pp=}}</ref>, um feito impressionante para um esporangióforo com menos de 1 cm de altura. A orientação do “pé” em direcção à luz, garante aparentemente que o esporângio é lançado a alguma distância do excremento, aumentando a probabilidade de que se fixe à vegetação e seja ingerido por um novo hospedeiro.
Quando a pressão de [[turgor]] no interior da vesícula subesporangial aumenta até a um nível suficiente (frequentemente 7 [[atm]] ou superior) o esporângio é lançado, podendo viajar distâncias que vão de poucos centímetros a dois metros, o que o torna no objecto mais rápido no planeta terra, podendo fazer de 0 a 32 kmh em dois milionésimos de segundo, sofrendo uma pressão de 20.000 G <ref>{{harvnb|Yafetto|2008|pp=}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.telegraph.co.uk/culture/tvandradio/bbc/7407722/Richard-Hammond-on-Invisible-Worlds.html|título=Richard Hammond on Invisible Worlds|autor=Benji Wilson|data={{DataExt|10|3|2010}}|publicado=The Telegraph|acessodata={{DataExt|17|10|2010}}}}</ref>, um feito impressionante para um esporangióforo com menos de 1 cm de altura. A orientação do “pé” em direcção à luz, garante aparentemente que o esporângio é lançado a alguma distância do excremento, aumentando a probabilidade de que se fixe à vegetação e seja ingerido por um novo hospedeiro.


Outra adaptação interessante de ''Pilobolus'' é o facto de o esporângio estar coberto de cristais de [[oxalato de cálcio]]. Além de servirem de mecanismo protector, a sua natureza [[hidrofobia|hidrofóbica]] leva o esporângio a dobrar-se em direcção à sua base pegajosa após aterrar numa gota de orvalho, permitindo assim que se fixe a uma planta cultivada artificialmente, mas apenas quando o meio de crescimento é suplementado com alguma forma de ferro quelatado ou com excremento de herbívoro esterilizado.
Outra adaptação interessante de ''Pilobolus'' é o facto de o esporângio estar coberto de cristais de [[oxalato de cálcio]]. Além de servirem de mecanismo protector, a sua natureza [[hidrofobia|hidrofóbica]] leva o esporângio a dobrar-se em direcção à sua base pegajosa após aterrar numa gota de orvalho, permitindo assim que se fixe a uma planta cultivada artificialmente, mas apenas quando o meio de crescimento é suplementado com alguma forma de ferro quelatado ou com excremento de herbívoro esterilizado.
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==Bibliografia==
==Bibliografia==
*{{Citar periódico |url=http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2528943/|primeiro=L., Carroll, L., Cui, Y., Davis, D. J., Fischer, M. W., Henterly, A. C., Kessler, J. D., Kilroy, H. A., Shidler, J. B., Stolze-Rybczynski, J. L., Sugawara, Z., Money, N. P.|ultimo=Yafetto|título=The fastest flights in nature: high-speed spore discharge mechanisms among fungi|editora=PLOS One 3:e3237|lingua3=en|ano=2008|isbn= |páginas= |local= |ref=harv}}
*{{Citar livro|url=http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2528943|primeiro=L., Carroll, L., Cui, Y., Davis, D. J., Fischer, M. W., Henterly, A. C., Kessler, J. D., Kilroy, H. A., Shidler, J. B., Stolze-Rybczynski, J. L., Sugawara, Z., Money, N. P.|ultimo=Yafetto|título=The fastest flights in nature: high-speed spore discharge mechanisms among fungi|editora=PLOS One 3:e3237|lingua3=en|ano=2008|isbn= |páginas= |local= |ref=harv}}
*{{Citar livro |primeiro=K. M.|ultimo=Foos|título=''Pilobolus'' and lungworm disease affecting elk in Yellowstone National Park|editora=Mycological Research 101:1535-1536|lingua3=en|ano=1997|isbn= |páginas= |local= |ref=harv}}
*{{Citar livro |primeiro=K. M.|ultimo=Foos|título=''Pilobolus'' and lungworm disease affecting elk in Yellowstone National Park|editora=Mycological Research 101:1535-1536|lingua3=en|ano=1997|isbn= |páginas= |local= |ref=harv}}
*{{Citar livro |autor=Bruce, V. G., F. Weight, and C. S. Pittendrigh|título=Resetting the sporulation rhythm in ''Pilobolus'' with short light flashes of high intensity|editora=Science 131:728-730|lingua3=en|ano=1960|isbn= |páginas= |local= |ref=harv}}
*{{Citar livro |autor=Bruce, V. G., F. Weight, and C. S. Pittendrigh|título=Resetting the sporulation rhythm in ''Pilobolus'' with short light flashes of high intensity|editora=Science 131:728-730|lingua3=en|ano=1960|isbn= |páginas= |local= |ref=harv}}

Revisão das 01h35min de 17 de outubro de 2011

Pilobolus é um género de fungos que normalmente desenvolve-se em excrementos de herbívoros. O seu esporângio é o objecto, mais rápido do planeta terra.

Ciclo de vida

O ciclo de vida de Pilobolus inicia-se com um esporângio preto que caíu num substrato vegetal, como seja erva. Um animal herbívoro ao ingerir o substrato, sem o saber, ingere também o esporângio. O esporângio de Pilobolus sobrevive à passagem pelo tracto gastrointestinal do herbívoro e emerge com o excremento. Uma vez no exterior do seu hospedeiro, os esporos no interior do esporângio germinam e desenvolve-se um micélio no excremento. Mais tarde, o fungo frutifica, produzindo mais esporos.

A estrutura frutífera assexual (o esporangióforo) das espécies de Pilobolus é singular. Consiste de um “pé” transparente que se eleva acima do excremento terminando numa vesícula subesporangial. Em cima desta, desenvolve-se um esporângio preto. O esporangióforo tem a capacidade notável de se orientar de forma a apontar directamente para uma fonte de luz. A vesícula subesporangial funciona como uma lente, focando a luz por meio de pigmentos carotenóides depositados próximo da sua base. O esporangióforo em desenvolvimento cresce de tal forma que o esporângio em maturação é apontado directamente à luz.

Quando a pressão de turgor no interior da vesícula subesporangial aumenta até a um nível suficiente (frequentemente 7 atm ou superior) o esporângio é lançado, podendo viajar distâncias que vão de poucos centímetros a dois metros, o que o torna no objecto mais rápido no planeta terra, podendo fazer de 0 a 32 kmh em dois milionésimos de segundo, sofrendo uma pressão de 20.000 G [1][2], um feito impressionante para um esporangióforo com menos de 1 cm de altura. A orientação do “pé” em direcção à luz, garante aparentemente que o esporângio é lançado a alguma distância do excremento, aumentando a probabilidade de que se fixe à vegetação e seja ingerido por um novo hospedeiro.

Outra adaptação interessante de Pilobolus é o facto de o esporângio estar coberto de cristais de oxalato de cálcio. Além de servirem de mecanismo protector, a sua natureza hidrofóbica leva o esporângio a dobrar-se em direcção à sua base pegajosa após aterrar numa gota de orvalho, permitindo assim que se fixe a uma planta cultivada artificialmente, mas apenas quando o meio de crescimento é suplementado com alguma forma de ferro quelatado ou com excremento de herbívoro esterilizado.

O mecanismo de descarga forçada de Pilobolus é aproveitado por nemátodes parasitas como os do género Dictyocaulus. Larvas de nemátodes excretadas por veados, cavalos ou bovinos infectados (entre outros hospedeiros) trepam os esporangióforos de Pilobolus e são lançados com o esporângio. Completam o seu ciclo de vida quando eles o seu vector Pilobolus são ingeridos por um novo hospedeiro.

  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Pilobolus», especificamente desta versão.

Referências

  1. Yafetto 2008
  2. Benji Wilson (10 de março de 2010). «Richard Hammond on Invisible Worlds». The Telegraph. Consultado em 17 de outubro de 2010  Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)

Bibliografia

  • Yafetto, L., Carroll, L., Cui, Y., Davis, D. J., Fischer, M. W., Henterly, A. C., Kessler, J. D., Kilroy, H. A., Shidler, J. B., Stolze-Rybczynski, J. L., Sugawara, Z., Money, N. P. (2008). The fastest flights in nature: high-speed spore discharge mechanisms among fungi (em inglês). [S.l.]: PLOS One 3:e3237 
  • Foos, K. M. (1997). Pilobolus and lungworm disease affecting elk in Yellowstone National Park (em inglês). [S.l.]: Mycological Research 101:1535-1536 
  • Bruce, V. G., F. Weight, and C. S. Pittendrigh (1960). Resetting the sporulation rhythm in Pilobolus with short light flashes of high intensity (em inglês). [S.l.]: Science 131:728-730 
  • Uebelmesser, E. R. (1954). Ãœber den endogenen Tagesrhythmus der Sporangienbildung von Pilobolus (em inglês). [S.l.]: Arch Mikrobiol 20:1-33 

Ligações externas