Saltar para o conteúdo

Custódio Ferreira Leite: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
citações e complementarão do artigo
mais citações e informações complementares
Linha 11: Linha 11:
|falecimento = {{nowrap|{{morte|17|11|1859|3|12|1782|lang=br}}}}
|falecimento = {{nowrap|{{morte|17|11|1859|3|12|1782|lang=br}}}}
}}
}}
'''Custódio Ferreira Leite''', primeiro e único barão de [[Aiuruoca]] (Rio das Mortes, atualmente parte de [[São João del-Rei]], [[3 de dezembro]] de [[1782]] — [[Mar de Espanha]], [[17 de novembro]] de [[1859]]), foi um [[cafeicultor]] e político [[brasil]]eiro, que teve papel destacado na história do [[vale do Paraíba]], principalmente das cidades de [[Barra Mansa]] e Mar de Espanha.
'''Custódio Ferreira Leite''', primeiro e único barão de Aiuruoca (Rio das Mortes, atualmente parte de [[São João del-Rei]], [[3 de dezembro]] de [[1782]] — [[Mar de Espanha]], [[17 de novembro]] de [[1859]]), foi um [[cafeicultor]] e político [[brasil]]eiro, que teve papel destacado na história do [[vale do Paraíba]], principalmente das cidades de [[Barra Mansa]], Mar de Espanha e [[Aiuruoca]]. Foi, à época, uma das maiores, senão a maior fortuna da província de Minas Gerais.<ref name=":0">{{citar livro|nome = Carrara|sobrenome = Angelo Alves|título = ESTRUTURAS AGRÁRIAS E CAPITALISMO; contribuição para o estudo da ocupação do solo e da transformação do trabalho na zona da Mata mineira (séculos XVIII e XIX)|ano = 1999|isbn = 85-288-0031-8|local = Mariana}}</ref>


Décimo filho do casal José Leite Ribeiro e Escolástica Maria de Jesus, era irmão de [[Francisco José Teixeira|Francisca Bernardina do Sacramento Leite Ribeiro]], baronesa consorte de Itambé, e tio de [[Francisco José Teixeira Leite]], barão de Vassouras. Bacharel em direito, casou-se com Teresa Maria Rosa de Magalhães Veloso.
Décimo filho do casal José Leite Ribeiro e Escolástica Maria de Jesus, era irmão de [[Francisco José Teixeira|Francisca Bernardina do Sacramento Leite Ribeiro]], baronesa consorte de Itambé, e tio de [[Francisco José Teixeira Leite]], barão de Vassouras. Bacharel em direito, casou-se com Teresa Maria Rosa de Magalhães Veloso.

Juntamente com seus familiares Francisco José Teixeira, Barão de Itambé e importante fazendeiro de Vassouras-RJ; e Anastácio Leite Ribeiro, Comendador, inaugurou em 1820 a "Estrada da Polícia", ligando o Rio de Janeiro às Minas Gerais.<ref>{{citar periódico|ultimo = Oliveira|primeiro = Mônica Ribeiro|titulo = Avô imigrante, pai lavrador, neto cafeicultor: análise de trajetórias intergeracionais na América Portuguesa (séculos XVIII e XIX)|jornal = Varia Historia|doi = http://dx.doi.org/10.1590/S0104-87752011000200012|url = http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-87752011000200012&script=sci_arttext&tlng=es|acessadoem = 2015}}</ref> Depois de passar por Barra Mansa, Piraí, Vassouras e Valença, fixou-se definitivamente com o irmão [[Francisco Leite Ribeiro]], Comendador da [[Imperial Ordem da Rosa]], em Mar de Espanha.<ref name=":0" />

O viajante George Gardner, ao visitar suas fazendas em 1841, relatou que a produção dos cafezais de suas propriedades atingira a dez mil arrobas, e na de seu irmão Francisco, onze mil, além de queijo, açúcar e aguardente vendidos aos mercados do Rio de Janeiro.<ref>{{citar livro|nome = George|sobrenome = Gardner|título = Viagens no Brasil|ano = 1942 [1846]|isbn = |local = São Paulo|editora = Nacional|página = 447-8}}</ref>

Como muitos membros da elite colonial, foi também um importante comerciante e utilizador da mão-de-obra de escravos, e registros apontam que traficou ao menos 267 escravos, em 8 remessas, com destino às suas fazendas no interior de Minas Gerais.<ref name=":1">{{citar periódico|ultimo = Martins|primeiro = Roberto Borges|titulo = A TRANSFERÊNCIA DA CORTE PORTUGUESA PARA O BRASIL: IMPACTOS SOBRE MINAS GERAIS|jornal = Anais do XIII Seminário sobre a Economia Mineira|doi = |url = http://econpapers.repec.org/bookchap/cdpdiam08/146.htm|acessadoem = 2015}}</ref> As mesmas fontes apontam que, somados, outros membros de sua família traficaram mais de mil escravos durante a mesma época.<ref name=":1" /> Seu irmão Francisco, ao morrer, deixou como herança, dentre numerosos bens, 228 escravos.<ref name=":0" />


Comendador da [[Imperial Ordem de Cristo]], recebeu o baronato por decreto de 14 de maio de 1855 de [[D. Pedro II|D. Pedro II]], por seu esforço no desenvolvimento do [[Vale do Paraíba]]. Seu título faz referência à cidade de Aiuruoca, cujo nome em [[tupi]] significa "casa dos papagaios".
Comendador da [[Imperial Ordem de Cristo]], recebeu o baronato por decreto de 14 de maio de 1855 de [[D. Pedro II|D. Pedro II]], por seu esforço no desenvolvimento do [[Vale do Paraíba]]. Seu título faz referência à cidade de Aiuruoca, cujo nome em [[tupi]] significa "casa dos papagaios".
Linha 19: Linha 25:
Coronel da Guarda Nacional, tomou assento na Assembléia Provincial de Minas Gerais durante o biênio 1858/1859.
Coronel da Guarda Nacional, tomou assento na Assembléia Provincial de Minas Gerais durante o biênio 1858/1859.


Foi "benemérito e emancipador" da cidade de Mar de Espanha, tendo sido o responsável por encaminhar ao governo provincial seu atual nome, que substituiu o anterior "Arraial do Cágado"<ref>{{citar livro|nome = Nicola|sobrenome = Fallabela|título = Antes que a luz se apague: Memórias|ano = 2003|isbn = |local = Belo Horizonte|editora = Lê|página = 31}}</ref>.
Foi "benemérito e emancipador" da cidade de Mar de Espanha, tendo sido o responsável por encaminhar ao governo provincial seu atual nome, que substituiu o anterior "Arraial do Cágado".<ref>{{citar livro|nome = Nicola|sobrenome = Fallabela|título = Antes que a luz se apague: Memórias|ano = 2003|isbn = |local = Belo Horizonte|editora = Lê|página = 31}}</ref>

Como muitos membros da elite colonial, foi também um importante comerciante de escravos, e registros apontam que traficou ao menos 267 escravos, em 8 remessas, com destino ao interior de Minas Gerais<ref>{{citar periódico|ultimo = Martins|primeiro = Roberto Borges|titulo = A TRANSFERÊNCIA DA CORTE PORTUGUESA PARA O BRASIL: IMPACTOS SOBRE MINAS GERAIS|jornal = Anais do XIII Seminário sobre a Economia Mineira|doi = |url = http://econpapers.repec.org/bookchap/cdpdiam08/146.htm|acessadoem = 2015}}</ref>. As mesmas fontes apontam que, somados, outros membros de sua família traficaram mais de mil escravos durante a mesma época.


==Ver também==
==Ver também==

Revisão das 04h24min de 20 de dezembro de 2015

Custódio Ferreira Leite
Custódio Ferreira Leite, barão de Aiuruoca
Dados pessoais
Nascimento 3 de dezembro de 1782
Rio das Mortes
Morte 17 de novembro de 1859 (76 anos)
Mar de Espanha
Nacionalidade Brasil
Vida militar

Custódio Ferreira Leite, primeiro e único barão de Aiuruoca (Rio das Mortes, atualmente parte de São João del-Rei, 3 de dezembro de 1782Mar de Espanha, 17 de novembro de 1859), foi um cafeicultor e político brasileiro, que teve papel destacado na história do vale do Paraíba, principalmente das cidades de Barra Mansa, Mar de Espanha e Aiuruoca. Foi, à época, uma das maiores, senão a maior fortuna da província de Minas Gerais.[1]

Décimo filho do casal José Leite Ribeiro e Escolástica Maria de Jesus, era irmão de Francisca Bernardina do Sacramento Leite Ribeiro, baronesa consorte de Itambé, e tio de Francisco José Teixeira Leite, barão de Vassouras. Bacharel em direito, casou-se com Teresa Maria Rosa de Magalhães Veloso.

Juntamente com seus familiares Francisco José Teixeira, Barão de Itambé e importante fazendeiro de Vassouras-RJ; e Anastácio Leite Ribeiro, Comendador, inaugurou em 1820 a "Estrada da Polícia", ligando o Rio de Janeiro às Minas Gerais.[2] Depois de passar por Barra Mansa, Piraí, Vassouras e Valença, fixou-se definitivamente com o irmão Francisco Leite Ribeiro, Comendador da Imperial Ordem da Rosa, em Mar de Espanha.[1]

O viajante George Gardner, ao visitar suas fazendas em 1841, relatou que a produção dos cafezais de suas propriedades atingira a dez mil arrobas, e na de seu irmão Francisco, onze mil, além de queijo, açúcar e aguardente vendidos aos mercados do Rio de Janeiro.[3]

Como muitos membros da elite colonial, foi também um importante comerciante e utilizador da mão-de-obra de escravos, e registros apontam que traficou ao menos 267 escravos, em 8 remessas, com destino às suas fazendas no interior de Minas Gerais.[4] As mesmas fontes apontam que, somados, outros membros de sua família traficaram mais de mil escravos durante a mesma época.[4] Seu irmão Francisco, ao morrer, deixou como herança, dentre numerosos bens, 228 escravos.[1]

Comendador da Imperial Ordem de Cristo, recebeu o baronato por decreto de 14 de maio de 1855 de D. Pedro II, por seu esforço no desenvolvimento do Vale do Paraíba. Seu título faz referência à cidade de Aiuruoca, cujo nome em tupi significa "casa dos papagaios".

Coronel da Guarda Nacional, tomou assento na Assembléia Provincial de Minas Gerais durante o biênio 1858/1859.

Foi "benemérito e emancipador" da cidade de Mar de Espanha, tendo sido o responsável por encaminhar ao governo provincial seu atual nome, que substituiu o anterior "Arraial do Cágado".[5]

Ver também

Ligações externas

Ícone de esboço Este artigo sobre uma pessoa é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.
  1. a b c Angelo Alves, Carrara (1999). ESTRUTURAS AGRÁRIAS E CAPITALISMO; contribuição para o estudo da ocupação do solo e da transformação do trabalho na zona da Mata mineira (séculos XVIII e XIX). Mariana: [s.n.] ISBN 85-288-0031-8 
  2. Oliveira, Mônica Ribeiro. «Avô imigrante, pai lavrador, neto cafeicultor: análise de trajetórias intergeracionais na América Portuguesa (séculos XVIII e XIX)». Varia Historia. doi:http://dx.doi.org/10.1590/S0104-87752011000200012 Verifique |doi= (ajuda). Consultado em 2015  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  3. Gardner, George (1942 [1846]). Viagens no Brasil. São Paulo: Nacional. p. 447-8  Verifique data em: |ano= (ajuda)
  4. a b Martins, Roberto Borges. «A TRANSFERÊNCIA DA CORTE PORTUGUESA PARA O BRASIL: IMPACTOS SOBRE MINAS GERAIS». Anais do XIII Seminário sobre a Economia Mineira. Consultado em 2015  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  5. Fallabela, Nicola (2003). Antes que a luz se apague: Memórias. Belo Horizonte: Lê. p. 31