Erythrina speciosa: diferenças entre revisões

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== Taxonomia ==

''Erythrina'' vem do grego ''erythros'' e significa “vermelho”. Já o nome popular "mulungu" faz referência às suas flores vermelhas.<ref name="Resende2015" />

== Descrição ==
''Erythrina speciosa'' possui folhas alternas espiraladas, estipuladas e estipeladas, compostas trifolioladas; folíolos ovalados a largamente ovais, cartáceos, lustrosos na face adaxial, com nervuras primárias e secundárias proeminentes de 15a 28 cm de comprimento na face abaxial, além de inflorescências em racemos terminais curtos; flores vermelhas, zigomorfas, diclamídeas e anisostêmones.<ref name="Ibflorestas" /> A árvore é bastante ornamental quando em flor. Floresce de junho a setembro com a planta totalmente sem folhas. A frutificação ocorre de outubro a novembro,<ref name="Vieira2016" /> entretanto permanecem na árvore por mais alguns meses.<ref name="Ibflorestas" />

== Distribuição e habitat ==
Esta espécie é nativa do Brasil, mais especificamente das regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Natural de florestas fluiviais<ref name="Ufrgs" /> e planícias umidas, é frequentemente encontrada ao longo de rios e outros corpos d'água do Cerrado e Mata Atlântica.<ref name="Vieira2016" />

== Ecologia ==

A polinização é efetuada principalmente por aves nectarívoras.<ref name="Mendonca2006" /> As flores de ''E. speciosa'' constituem importante fonte alimentar para as aves, principalmente no inverno em áreas urbanas.<ref name="Vieira2016" />

== Uso ==
Os extratos de folhas, cascas e de raízes são usados na medicina popular no tratamento de diversas doenças, tais como disenteria, asma, dor estomacal, infertilidade feminina e, principalmente, infecções microbianas.<ref name="Vieira2016" /> As sementes e as flores de outras espécies do mesmo gênero são possivelmente citotóxicas e genotóxicas.<ref name="Bona2012" /> O gênero é conhecido pela bioprodução significativa de alcalóides, sendo que estudos mais recentes revelaram também a presença de flavanonas, isoflavonas e pteropcarpanos.<ref name="Augustin1994" />

== Cultivo ==

O cultivo da ''Erythrina speciosa'' pode ser feito por estaquia ou propagação de sementes, sendo esta a maneira mais comum.<ref name="Vieira2016" /> Devido ao fato das sementes possuírem dormência física, normalmente adota-se algum método de escarificação.<ref name="Koszo2007" /> A semeadura pode ser feita em saco plástico contendo como substrato, uma mistura de solo, areia e esterco, na proporção de 3:2:1.<ref name="Vieira2016" />

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== Ligações externas ==
== Ligações externas ==

Revisão das 01h08min de 6 de novembro de 2017

Como ler uma infocaixa de taxonomiaMulungu-do-litoral
Macrofotografia da flor da Erythrina speciosa.
Macrofotografia da flor da Erythrina speciosa.
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Angiosperma
Classe: Eudicotyledoneae
Ordem: Rosídeas
Família: Fabaceae
Gênero: Erythrina
Espécie: E. speciosa
Nome binomial
Erythrina speciosa
Andrews
Distribuição geográfica
Mapa de distribuição geográfica da Erythrina speciosa, com foco na América do Sul
Mapa de distribuição geográfica da Erythrina speciosa, com foco na América do Sul
Sinónimos
Erythrina reticulata

Erythrina speciosa, conhecida popularmente como mulungo-do-litoral, corticeira, eritrina-candelabro, maçaranduba, murungu, muxoxo, pau-imortal, sananduva, saranduba, ou suinã,[1] é uma árvore nativa do Brasil e frequentemente cultivada e introduzida na África e na Índia.[2][3] Ela é polinizada por abelhas[4] e beija-flores.[5] Utilizada popularmente para jardinagem e paisagismo devido a suas flores vistosas, facilidade de crescimento e pequeno porte.[6]

Taxonomia

Erythrina vem do grego erythros e significa “vermelho”. Já o nome popular "mulungu" faz referência às suas flores vermelhas.[7]

Descrição

Erythrina speciosa possui folhas alternas espiraladas, estipuladas e estipeladas, compostas trifolioladas; folíolos ovalados a largamente ovais, cartáceos, lustrosos na face adaxial, com nervuras primárias e secundárias proeminentes de 15a 28 cm de comprimento na face abaxial, além de inflorescências em racemos terminais curtos; flores vermelhas, zigomorfas, diclamídeas e anisostêmones.[8] A árvore é bastante ornamental quando em flor. Floresce de junho a setembro com a planta totalmente sem folhas. A frutificação ocorre de outubro a novembro,[1] entretanto permanecem na árvore por mais alguns meses.[8]

Distribuição e habitat

Esta espécie é nativa do Brasil, mais especificamente das regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Natural de florestas fluiviais[9] e planícias umidas, é frequentemente encontrada ao longo de rios e outros corpos d'água do Cerrado e Mata Atlântica.[1]

Ecologia

A polinização é efetuada principalmente por aves nectarívoras.[5] As flores de E. speciosa constituem importante fonte alimentar para as aves, principalmente no inverno em áreas urbanas.[1]

Uso

Os extratos de folhas, cascas e de raízes são usados na medicina popular no tratamento de diversas doenças, tais como disenteria, asma, dor estomacal, infertilidade feminina e, principalmente, infecções microbianas.[1] As sementes e as flores de outras espécies do mesmo gênero são possivelmente citotóxicas e genotóxicas.[10] O gênero é conhecido pela bioprodução significativa de alcalóides, sendo que estudos mais recentes revelaram também a presença de flavanonas, isoflavonas e pteropcarpanos.[11]

Cultivo

O cultivo da Erythrina speciosa pode ser feito por estaquia ou propagação de sementes, sendo esta a maneira mais comum.[1] Devido ao fato das sementes possuírem dormência física, normalmente adota-se algum método de escarificação.[12] A semeadura pode ser feita em saco plástico contendo como substrato, uma mistura de solo, areia e esterco, na proporção de 3:2:1.[1]

Referências

  1. a b c d e f g Alves, R. de B. das N.; Camillo, J. (2016). «Erythrina speciosa, Erythrina verna: mulungu». In: Vieira, R. F.; Camillo, J.; Coradin, L. Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro: Região Centro-Oeste. Brasília: Embrapa. 1160 páginas. ISBN 978-85-7738-309-2. Consultado em 3 de novembro de 2017 
  2. «Erythrina speciosa». ILDIS World Database of Legumes, version 10.01 
  3. «Erythrina speciosa Andrews». Germplasm Resources Information Network. United States Department of Agriculture, Agricultural Research Service 
  4. Vitali-Veiga, Maria J.; Machado, Vera L. L. (Junho de 2000). «Flowering visitors of Erythrina speciosa Andr., Leguminosae». Revista Brasileira de Zoologia. 17 (2): 369–383. ISSN 0101-8175. doi:10.1590/S0101-81752000000200007 
  5. a b Mendonça, Luciana Baza; Anjos, Luiz dos (2006). «Feeding behavior of hummingbirds and perching birds on Erythrina speciosa Andrews (Fabaceae) flowers in an urban area, Londrina, Paraná, Brazil». Revista Brasileira de Zoologia. 23. 42 páginas. doi:10.1590/S0101-81752006000100002 
  6. «Corticeira Erythrina speciosa». arvores.brasil.nom.br. Consultado em 3 de novembro de 2017 
  7. Resende, Alexander Silva de; Ferreira, Vandréa (2015). Conhecendo o Brasil com o Mulungu (PDF). Seropédica: Embrapa Agrobiologia. 13 páginas 
  8. a b IBFlorestas (15 de agosto de 2014). «Mudas de Mulungu». Espécies Nativas. Consultado em 3 de novembro de 2017 
  9. «Flora Digital do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina: Erythrina speciosa». www.ufrgs.br. Consultado em 3 de novembro de 2017 
  10. De Bona, A.P; Batitucci, M.C.P; Andrade, M.A.; Riva, J.A.R.; Perdigão, T.L (2012). «Estudo fitoquímico e análise mutagênica das folhas e inflorescências de Erythrina mulungu (Mart. ex Benth.) através do teste de micronúcleo em roedores». Revista Brasileira de Plantas Medicinais. 14 (2): 344–351. doi:10.1590/S1516-05722012000200014 
  11. Nkengfack, Augustin E.; Kouam, Jacques; Vouffo, Timothee W.; Meyer, Michele; Tempesta, Michael S.; Fomum, Z.Tanee (1994). «An isoflavanone and a coumestan from Erythrina sigmoidea». Phytochemistry. 35 (2): 521–526. doi:10.1016/S0031-9422(00)94794-0 
  12. Koszo, Cristina Rita Radics; Rinaldi, Mirian Cilene Spasiani; Barbedo, Claudio José (2007). «Germinação de sementes de Erythrina speciosa Andr., Eugenia brasiliensis Lam. e Cucumis sativus L. em meio ácido». Hoehnea. 34 (3): 271–282. doi:10.1590/S2236-89062007000300002 


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