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Olivia Arévalo
Etnia shipibo-konibo-xetebo

Olivia Arévalo Lomas (Ucayali, Fevereiro de 1937 - Comunidade intercultural Victoria Gracia, Coronel Portillo, Ucayali, 19 de abril de 2018) foi uma activista, líder, defensora dos direitos culturais e ambientais, curandeira, artesã e sábia indígena peruana.

Biografia

Olivia Arévalo Lomas foi uma activista e líder do povo Shipibo - Konibo, defensora dos direitos culturais e ambientais do seu povo e conhecida onaya ou curandeira.

Trabalhou no Templo del camino de la Luz (centro de medicina tradicional na selva da Amazónia peruana que realiza a cerimónia de Ayahuasca) até 2011. A seguir trabalhou na comunidade de Victoria Graça, dedicando-se ao artesanato e à medicina tradicional até morrer. Em 19 de Abril de 2018, Olivia Arévalo foi morta a tiro por Sebastian Paul Woodroffe, que foi linchado pela população por a ter morto.[1][2]

Vida e trabalho da última Meraya

Segundo resolução ministerial do Ministério de Cultura do Peru, os cantos Íkaros do povo Shipibo-Konibo-Xetebo são considerados Património Cultural da Nação e existem duas categorias de xamãs ou curandeiros tradicionais nos Shipiba-Koniba: os menayas (mestres curandeiros) e onayas (curandeiros de categoria inferior).[3] Após muitos anos de trabalho e acumulação de conhecimento, Olivia Arévalo foi considerada uma menaya (ou meraya); ou seja, uma mulher curandeira pertencente à categoria mais alta da sua comunidade, capaz de ingressar nos mundos da cosmo-visião Shipibo-Konibo, de realizar curas complexas como curar doenças graves e vícios.[4]

Olivia trabalhou de 2009 a 2011 no Templo del Camino de la Luz.[5] Este lugar, com o trabalho de Olivia Arévalo e outras mulheres curandeiras, transformou-se num templo de curandeiras ou onayas. Arévalo era uma das mais respeitadas onayas de lá. Segundo a congressista do Peru Tania Pariona, Olivia Arévalo era "um hospital, um repertório de cantos, uma instituição histórica".[1] Segundo a página site do Templo do caminho da Luz, ela deixou de trabalhar lá por causa das dificuldades que sentia ao se deslocar da sua casa até ao templo devido à sua idade.

Matthew Watherston, o fundador do Templo da Luz, descreve Olivia como uma mulher doce, gentil, divertida e amorosa.[6]

Olivia Arévalo tornou-se conhecida fora do Peru, depois de aparecer em 2004 no documentário D'autres mondes[7] de Jan Kounen e no The story of Panshin Beka[8] (2006) do mesmo director.

Dias finais

"A última Meraya", vivia na comunidade intercultural Victoria Graça. Lá, ela trabalhava como curandeira, aplicando os seus conhecimentos em medicina alternativa-natural. Os íkaros e as plantas medicinais eram as suas principais ferramentas de trabalho.

No dia 19 de Abril de 2018, Olivia Arévalo foi assassinada. Segundo testemunhas, dois homens que iam de moto, dispararam várias vezes contra Arévalo até a matarem. Isto aconteceu perto da sua casa em Victoria Graça. O promotor-chefe, confirmou no dia 3 de Abril que o assassino era Sebastian Woodroffe.[9] Pensa-se que o motivo do crime terá sido uma dívida que o filho de Olivia tinha com Woodroffe. Os testes feitos às roupas do homem confirmaram a existência de pólvora, ou seja, tinha sido a ele disparar a arma.

Referências

2

  1. a b «Quién era Olivia Arévalo, la última sabia indígena shipibo-conibo por cuyo asesinato lincharon a un canadiense en Perú» (em inglês). 24 de abril de 2018. Consultado em 29 de marzo de 2019  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  2. PERÚ21, Redacción (25 de abril de 2018). «Olivia Arévalo: El móvil del crimen sería una deuda de 14 mil soles [VIDEO]». Peru21 (em espanhol). Consultado em 29 de marzo de 2019  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  3. «Declaran a los Íkaros del pueblo shipibo - konibo - xetebo como Patrimonio Cultural de la Nación-RESOLUCIÓN VICE MINISTERIAL-Nº 068-2016-VMPCIC-MC» (em espanhol). El Peruano. Consultado em 29 de marzo de 2019  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  4. «Análisis de la situación de salud del pueblo Shipibo-Konibo | Centro de Recursos Interculturales». centroderecursos.cultura.pe. pp. 27, 73. Consultado em 15 de noviembre de 2019  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  5. Tierney, Allison (23 de abril de 2018). «Canadian Lynched by Mob After Being Accused of Killing Peruvian Shaman». Vice (em inglês). Consultado em 15 de noviembre de 2019  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  6. «Tragedy in Pucallpa - The Death of Maestra Olivia Arevalo». Temple of the Way of Light (em inglês). 23 de abril de 2018. Consultado em 29 de marzo de 2019  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  7. Transpersonal Life (20 de noviembre de 2013), Jan Kounen: Other Worlds (Ayahuasca Documentary), consultado em 29 de marzo de 2019  Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)
  8. NoTimeLeft (2 de febrero de 2010), The story of Panshin Beka - Jan Kounen, consultado em 29 de marzo de 2019  Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)
  9. PERÚ21, Redacción (3 de mayo de 2018). «Fiscalía confirma que canadiense disparó y asesinó a Olivia Arévalo». Peru21 (em espanhol). Consultado em 29 de marzo de 2019  Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)

Bibliografia

Ligações externas