Saltar para o conteúdo

Minas da Caveira: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Esta página foi criada. Alterações e implementações na fase de criação.
(Sem diferenças)

Revisão das 17h29min de 9 de março de 2021

Escombreira das Minas da Caveira

As Minas da Caveira são um local perto de Canal Caveira onde existiu anteriormente actividade mineira. São minas abandonadas na 'Serra da Caveira' que faz parte da Serra de Grândola no concelho de Grândola, Alentejo / Portugal. A actividade mineira foi iniciada oficialmente em 1863[1] tendo sido terminada em 1966. As Minas da Caveira pertencem a uma das 4 minas portuguesas desativadas na faixa pirítica do sul da Península Ibérica. Cobre, ouro, prata e pirita foram os materiais extraídos nessas minas, mas outros também foram obtidos: copiapit, calcopirita, goethita, vitríolo de ferro, quartzo, galena e esfalerita.[2]

As coordenadas do 'Lugar Minas da Caveira' são: 38°07'19.7"N 8°29'59.3"W

História

Villa Mastim - Casa do engenheiro das Minas da Caveira

As Minas da Caveira já eram exploradas durante o Império Romano[3], quando extraíam ouro, prata e principalmente cobre para Miróbriga perto de Santiago do Cacém [prova individual necessária!]. Nos tempos modernos, extensos vestígios da atividade dos romanos e do 'Capacete de Ferro' (o nome local para as rochas de teor ferroso no solo) por Ernest Delegny foram encontrados em 1854[1]. Com a concessão de exploração obtida em 1863, foram realizadas pesquisas na parte superficial das massas de sulfureto. Em 1880, um incêndio foi iniciado pela combustão espontânea das pilhas de pirita e teve uma duração de 3 anos[4]. Com a reactivação da atividade mineira tornou-se necessária a construção da barragem de Pêro Cuco nos montes circundantes para o abastecimento de água, o que também era necessário para a preservação da vida natural, fauna e flora. Até 1919, a actividade mineira continuou de forma irregular.[5]

Açude das Minas da Caveira

As Minas da Caveira consistem em três depósitos separados por massas de material estéril. Devido a esta configuração, ficou decidido concentrar os esforços na exploração subterrânea. A partir de 1936 a empresa 'Mines et Industries' explorou as Minas da 'Serra da Caveira' para a produção de enxofre e ácido sulfúrico[1]. O Lugar Minas da Caveira foi então enriquecido com vários novos edifícios, incluindo o 'Palácio' (o palacete que albergava os proprietários das Minas da Caveira), a residência do director (completamente destruída por um grande incêndio em 2003) e a casa do engenheiro, que passou a chamar-se Villa Mastim e cuja concepção é atribuída ao célebre arquitecto Raul Lino da Silva (1879-1974) devido às particularidades da sua arquitectura.

Meio Ambiente

Desenvolvimento agrário e florestal das Minas da Caveira

Os operadores das Minas da Caveira em declínio final nos anos de 1960 deixaram este espaço sem realizar a sua recuperação. A situação da poluição era desconhecida e preocupante. Os resíduos depositados na escombreira principal podem ser vistos de uma grande distância e são estimados em vários milhares de toneladas[6]. Eles contêm um elevado teor em enxofre, mas também quantidades consideráveis ​​de cobre, prata e ouro. Cristais de enxofre ainda são visíveis em alguns lugares hoje. Quando chove muito, o enxofre chega ao rio Sado através da Ribeira de Grândola, mas os restantes montantes não têm hoje significado ambiental:

A configuração local não dispersiva da rede de drenagem em torno de Caveira não parece constituir uma das principais razões limitadoras da dispersão dos metais. Com efeito, o transporte fluvial de sedimentos metalíferos deveria originar uma anomalia com pico na mina e uma cauda relativamente extensa para a Ribeira de Grândola, que não se observa.[7]

  1. a b c Matos, João (2006). «Reabilitação ambiental de áreas mineiras do sector português da Faixa Piritosa Ibérica: estado da arte e prespectivas futuras.» (PDF). Boletín Geológico y Minero 
  2. Oliveira, Maria Da Luz. «Copper Ores and Settlements in the South of Portugal» (em inglês). Consultado em 9 de março de 2021 
  3. Carvalho, J. Silva (1954). ALGUMAS LAVRAS AURÍFERAS ROMANAS. Estudos, Notas e Trabalhos, Vol. IX (fasc.1/4). Lisboa: LNEG. p. 4 
  4. Monteiro, Severiano (1889). Catálogo Descritivo da Secção de Minas in “Exposição Industrial Portuguesa de 1888”. Lisboa: Imprensa Nacional. p. 105 
  5. Mateus, António; Figueiras, Jorge; Matos, João Xavier; Gonçalves, Mário Abel; Lopes, Rui; Labaredas, José; Beleque, Andreia (2008). «Condicionantes impostas à dispersão de metais acumulados em escombreiras mineiras : o exemplo de Caveira, Faixa Piritosa Ibérica». A Terra: conflitos e ordem. Consultado em 9 de março de 2021 
  6. Oliveira, J. T.; Quesada, C.; Pereira, Z.; Matos, J. X.; Solá, A. R.; Rosa, D.; Albardeiro, L.; Díez-Montes, A.; Morais, I. (2019). «South Portuguese Terrane: A Continental Affinity Exotic Unit». The Geology of Iberia: A Geodynamic Approach (em inglês): 173–206. doi:10.1007/978-3-030-10519-8_6. Consultado em 9 de março de 2021 
  7. Gonçalves, Mario (Jan 2008). «Condicionantes impostas à dispersão de metais acumulados em escombreiras mineiras : o exemplo de Caveira, Faixa Piritosa Ibérica»