Tixagevimabe/cilgavimabe

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Tixagevimabe/cilgavimabe
Alerta sobre risco à saúde
Outros nomes AZD7442
Identificadores
Número CAS
KEGG D12262
Primeiro nome comercial ou de referência Evusheld
Farmacologia
Página de dados suplementares
Estrutura e propriedades n, εr, etc.
Dados termodinâmicos Phase behaviour
Solid, liquid, gas
Dados espectrais UV, IV, RMN, EM
Exceto onde denotado, os dados referem-se a
materiais sob condições normais de temperatura e pressão

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Alerta sobre risco à saúde.

Tixagevimabe+cilgavimabe (AZD7442) é uma associação medicamentosa composta por dois anticorpos monocolonais, tixagevimabe (AZD8895) e cilgavimabe (AZD1061) usada para prevenir a infecção por covid-19. Está em desenvolvimento pela empresa farmacêutica multinacional AstraZeneca.[1][2]

É comercializado sob o nome Evusheld.[3][4]

História[editar | editar código-fonte]

Desenvolvimento[editar | editar código-fonte]

Em 2020, pesquisadores do Centro Médico da Universidade de Vanderbilt, em Nashville, descobriram anticorpos monoclonais com efeitos profiláticos particularmente potentes, isolando-os de pacientes com covid-19 com as variações em circulação na época. Inicialmente, os compostos foram designados como COV2-2196 e COV2-2130. A engenharia de anticorpos foi usada para transferir a especificidade de ligação do SARS-CoV-2 para as estruturas de imunoglobulina G (IgG) com potencial de conferir maior sobrevida da droga no corpo.[5] Esses anticorpos projetados foram denominados respectivamente, como AZD8895 e AZD1061, e sua combinação foi denominada AZD7442).[5]

Para avaliar o potencial de profilaxia baseada em anticorpos monoclonais (prevenção), o ensaio clínico, chamado de Provent, analisou 5 000 pessoas de alto risco, mas que ainda não haviam sido infectadas, monitorando-as por 15 meses.[6][7] Na amostra do estudo, as pessoas que receberam o coquetel tixagevimabe/cilgavimabe apresentaram uma redução de 77% nos sintomas de COVID-19; e não houve casos graves nem mortes. O estudo também relatou que o coquetel desses anticorpos é capaz de neutralizar as variantes do SARS-CoV-2 mais recentes, como a variante Delta.[2]

Em contraste aos resultados de profilaxia antes da exposição ao vírus (profilaxia pré-exposição), um ensaio clínico que avaliou 1 000 pessoas já expostas ao vírus (profilaxia pós-exposição) não atingiu um resultado clínico satisfatório, demonstrando baixo potencial de eficácia na prevenção de COVID-19 sintomático em pessoas já expostas ao vírus.[8]

Uso contra covid-19[editar | editar código-fonte]

Em outubro de 2021, o Comitê de Medicamentos para Uso Humano (CHMP) da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) iniciou uma revisão do coquetel com o objetivo de analisar sua eficácia na prevenção da covid-19 em adultos[9]

Em outubro de 2021, a AstraZeneca solicitou à Food and Drug Administration (FDA), agência de regulamentação dos Estados Unidos, autorização para o uso de emergência do medicamento para prevenir a covid-19.[10]

Uso de emergência[editar | editar código-fonte]

Em 14 de novembro de 2021, o uso de emergência da associação medicamentosa foi aprovado no Bahrein.[11]

Em 8 de dezembro de 2021, a Food and Drug Administration (FDA), órgão federal de saúde dos Estados Unidos, concedeu autorização de uso emergencial para a combinação tixagevimabe+cilgavimabe (antes da exposição ao vírus que causa a covid-19) em pessoas imunossuprimidas que não poderiam ser vacinadas efetivamente por histórico médico de reações adversas severas às vacinas contra coronavírus existentes.[12]

No Brasil, o Evusheld foi recebeu um autorização temporária de uso emergencial da Anvisa em 24 de fevereiro de 2022. Então, a Agência reportou na nota em seu portal que a droga já possuía aprovação para uso emergencial pela "Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA), assim como pelas autoridades reguladoras da França, Israel, Itália, Barein, Egito e Emirados Árabes Unidos".[3][4]

Bula[editar | editar código-fonte]

Indicação[editar | editar código-fonte]

Segundo a Anfisa, o Evusheld é indicado para profilaxia antes da exposição à Covid-19, em indivíduos adultos e pediátricos (com 12 anos de idade ou mais, pesando pelo menos 40 kg), que não tenham tido uma exposição recente conhecida a um indivíduo infectado com SARS-CoV-2 e que possuam comprometimento imunológico moderado a grave devido a uma condição médica e/ou ao recebimento de medicamentos ou tratamentos imunossupressores e que possam não apresentar uma resposta imunológica adequada à vacinação contra a Covid-19.[4]

Posologia e modo de usar[editar | editar código-fonte]

É administrada em duas doses de injeções intramusculares aplicadas consecutivamente, cada uma contendo um anticorpo monoclonal.[13][14]

Referências

  1. «AstraZeneca's Covid-19 Antibody Therapy Effective In Preventing Symptoms Among High-Risk Groups, Trial Finds». Forbes (em inglês). 21 de agosto de 2021. Consultado em 21 de agosto de 2021. Arquivado do original em 21 de agosto de 2021 
  2. a b «AstraZeneca Says AZD7442 Antibody Phase 3 Trial Met Primary Endpoint in Preventing Covid-19». MarketWatch (em inglês). 20 de agosto de 2021. Consultado em 21 de agosto de 2021. Arquivado do original em 21 de agosto de 2021 
  3. a b «Anvisa aprova primeiro medicamento para prevenir a Covid-19». Folha de S.Paulo. 24 de fevereiro de 2022. Consultado em 24 de fevereiro de 2022 
  4. a b c «Anvisa autoriza uso emergencial de novo medicamento contra Covid-19». Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa. Consultado em 24 de fevereiro de 2022 
  5. a b Dong J, Zost SJ, Greaney AJ, Starr TN, Dingens AS, Chen EC, et al. (outubro de 2021). «Genetic and structural basis for SARS-CoV-2 variant neutralization by a two-antibody cocktail». Nature Microbiology. 6 (10): 1233–1244. doi:10.1038/s41564-021-00972-2 
  6. Haridy, Rich (23 de agosto de 2021). «"Game-changing" antibody cocktail prevents COVID-19 in the chronically ill». New Atlas. Consultado em 23 de agosto de 2021 [ligação inativa] 
  7. «AZD7442 PROVENT Phase III prophylaxis trial met primary endpoint in preventing COVID-19». AstraZeneca (Nota de imprensa). 20 de agosto de 2021. Consultado em 15 de outubro de 2021 
  8. Haridy, Rich (23 de agosto de 2021). «"Game-changing" antibody cocktail prevents COVID-19 in the chronically ill». New Atlas. Consultado em 23 de agosto de 2021 [ligação inativa] 
  9. «EMA starts rolling review of Evusheld (tixagevimab and cilgavimab)». European Medicines Agency. 14 de outubro de 2021. Consultado em 15 de outubro de 2021 
  10. «AZD7442 request for Emergency Use Authorization for COVID-19 prophylaxis filed in US». AstraZeneca US (Nota de imprensa). 5 de outubro de 2021. Consultado em 15 de outubro de 2021 
  11. «Bahrain authorizes AstraZeneca's anti-COVID drug for emergency use». Reuters. 14 de novembro de 2021. Consultado em 14 de novembro de 2021 
  12. Reuters (8 de dezembro de 2021). «U.S. FDA authorizes use of AstraZeneca COVID-19 antibody cocktail». Reuters (em inglês). Consultado em 9 de dezembro de 2021 
  13. «Coronavirus (COVID-19) Update: FDA Authorizes New Long-Acting Monoclonal Antibodies for Pre-exposure Prevention of COVID-19 in Certain Individuals». U.S. Food and Drug Administration (FDA) (Nota de imprensa). 8 de dezembro de 2021. Consultado em 9 de dezembro de 2021   Este artigo incorpora texto desta fonte, que está no domínio público.
  14. Commissioner, Office of the (8 de dezembro de 2021). «Coronavirus (COVID-19) Update: FDA Authorizes New Long-Acting Monoclonal Antibodies for Pre-exposure Prevention of COVID-19 in Certain Individuals». FDA (em inglês). Consultado em 24 de fevereiro de 2022 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]