Aliança Satcho
A aliança Satsuma-Chōshū (薩摩長州同盟 Satsuma-Chōshū dōmei?), ou aliança Satchō, foi uma aliança militar entre os domínios feudais de Satsuma e Chōshū formada em 1866 a fim de combinar seus esforços para derrubar o Xogunato Tokugawa, do Japão.
Etimologia
[editar | editar código-fonte]O nome Satchō (薩長) é uma abreviação que combina os nomes das províncias de Satsuma (atual província de Kagoshima) e Chōshū (atual pronvíncia de Yamaguchi), dois dos mais fortes domínios tozama anti-Tokugawa do período Edo no Japão.
Acontecimentos
[editar | editar código-fonte]Na década de 1860, Satsuma tendia a tomar uma posição moderada em relação a manutenção do status quo, enquanto Chōshū havia se tornado o centro de um levante que almejava a derruba do governo. Através da mediação de Sakamoto Ryoma do domínio de Tosa (atual província de Kochi), os líderes militares de Satsuma Saigō Takamori e Okubo Toshimichi foram juntados com Katsura Kogorō (Kido Takayoshi), de Chōshū. Embora os dois domínios fossem tradicionalmente inimigos históricos, seus líderes concordaram que aquela era a hora certa de uma mudança e concordaram, em princípio, a se auxiliarem um ao outro caso fossem atacados por um terceiro.[1] Além disso, Chōshū necessitava desesperadamente de armas mais modernas, mas tinha contatos muito limitados com as potências ocidentais. Satsuma, por outro lado, desenvolveu um comércio de armas substancial com a Grã-Bretanha através de Thomas Glover, um mercador escocês afiliado à companhia Jardine Matheson. Por sugestão de Sakamoto, Saigo ajudou a arrumar um acordo para fornecer a Chōshū armas que seriam necessárias para lutar contra o Xogunato Tokugawa.[2]
Apesar desse auxílio, ainda havia uma considerável desconfiança entre os dois domínios. Em 22 de janeiro de 1866, o Xogunato exigiu a reforma e o confinamento do daimyo de Chōshū, Mori Takachika, e a redução das receitas do domínio em 100 mil kokus. Este ato enfureceu a liderança de Chōshū e levou a um acordo formal de seis pontos com Satsuma. O alcance do acordo era bastante limitado. Satsuma concordava em ajudar Chōshū a obter um perdão do Imperador Komei. Se essa tentativa falhasse e o Xogunato atacasse, Satsuma enviaria 2 mil soldados para Kyoto; entretanto, Satsuma entraria em combate contra o Xogunato apenas se os domínios de Kuwana, Aizu ou a guarda pessoal de Tokugawa Yoshinobu tentassem bloquear o acesso de Satsuma ao imperador.[3]
A aliança foi crucial ao possibilitar a Chōshū resistir a uma expedição punitiva organizada pelo Xogunato Tokugawa no verão de 1866, que levou a uma derrota surpreendente para o exército de Tokugawa. Durante a subsequente Guerra Boshin de 1867-1868, os exércitos imperiais, que finalmente derrubaram as tropas imperiais, eram formadas principalmente de samurais da aliança Satchō. Com o estabelecimento da Restauração Meiji, homens desses dois domínios dominaram o novo governo Meiji no século XX.[4]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Gordon, Andrew. A Modern History of Japan: From Tokugawa Times to the Present. Oxford: Oxford University Press (2003). 10-ISBN 0195110609/13-ISBN 9780195110609; 10-ISBN 0195110617/13-ISBN 9780195110616; OCLC 49704795
- Jansen, Marius B. The Making of Modern Japan. Cambridge: Harvard University Press (2000). 10-ISBN 0674003349/13-ISBN 9780674003347; OCLC 44090600 ida
- Ravina, Mark. The Last Samurai: The Life and Battles of Saigo Takamori. Hoboken, New Jersey: Wiley (2004). 10-ISBN 0471089702/13-ISBN 9780471089704; OCLC 427566169
Notas
[editar | editar código-fonte]- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Satchō Alliance».