António de Ataíde, 1.º Conde da Castanheira

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D. Antônio de Ataíde, 1º conde de Castanheira (1500 ou 15021563). Era filho do Senhor das vilas de Póvos e Cheleiros, D. Álvaro de Ataíde e de Violante de Távora, filha do Senhor de Prado. O avô paterno era o conde de Atouguia, e o materno o conde do Prado.

Origem

Seu pai foi D. Álvaro de Ataíde, senhor da Castanheira, e sua mãe D. Violante de Távora (morta em 1555) viúva de Rui de Sousa Cide e filha do conde do Prado, Pedro de Sousa de Seabra, fidalgo minhoto, Senhor de Prado, e de Maria Pinheira Cogominho. Violante era irmã de Lopo de Sousa, fidalgo, senhor de Prado, tutor de D. Jaime de Bragança, o qual Lopo casou com D. Brites de Albuquerque de Sá (seriam pais de Martim Afonso de Sousa; irmã ainda de Gonçalo de Sousa, Grande Capitão da armada na Guiné, casado com Leonor Ribeiro Vasconcelos; e de João de Sousa, último prior ou abade de Rates, o qual, de uma certa Mécia Rodriguesde Faria, de Barcelos, teve como bastardo Tomé de Sousa (ca. 1503-1573, mais provavelmente em 1579), governador-geral do Brasil, portanto também primo-irmão de D. Antônio de Ataíde, 1° conde de Castanheira, e também de Martim Afonso de Sousa, como se disse estreitamente ligados a D João III de Portugal – fato que certamente muito pesou em sua trajetória.

Primeiros anos

Herdou os senhorios do pai, com a morte dos seus meio-irmãos, filhos de D. Leonor de Melo, filha do conde de Atalaia. Tornou-se depois senhor do morgado da Foz. Foi conselheiro de Estado, vedor da Casa Real, alcaide-mor de Colares, comendador de Langroina na ordem de Cristo.

Recebeu a primeira educação no Paço Real da Ribeira, sendo D. João ainda príncipe, com quem então muito convivera, devotava ao Príncipe D. João (futuro D. João III) grande amizade. Tinham quase a mesma idade, e a convivência lhes granjeara mutuamente verdadeira afeição. Quando D. João subiu ao trono em Dezembro de 1521, por morte de seu pai, D. Manuel, o Venturoso, concedeu-lhe o título de conde da Castanheira, e nomeou-o embaixador em Paris para tratar de negócios da maior importância. Apesar de contar apenas 20 anos, D. António houve-se superiormente no desempenho desse espinhoso cargo. Também representou D João III em Castela e na Alemanha, e em paga destes serviços, o rei D. João o nomeou, por carta de 13 de Maio de 1532, conselheiro de Estado e Vedor da fazenda, lugar que exerceu até 1557, ano em que faleceu o monarca.

Foi sua a iniciativa de colonizar o Brasil, e organizou a primeira expedição chefiada por Martim Afonso de Sousa, seu primo. Em 1534 resolveu criar o sistema de Capitanias-hereditarias.

Saindo então da corte retirou-se para o convento da Castanheira, onde faleceu a 7 de Outubro de 1563. Escreveu: Copia de um papel, em que D. Antonio de Athaide, primeiro conde da Castanheira, deu razão de si a seus filhos e descendentes, escrito em Lisboa a 10 de Janeiro de 1557. Foi publicado em Madrid em 1558.

Laços familiares

Eram irmãos do 1º conde da Castanheira:

  • 1 - da 2ª esposa do pai, o 3º filho foi D. António de Ataíde, 5º conde de Castanheira e 1º conde de Castro de Aire, continuando os primogénitos da família a usar o título de Conde de Castanheira até herdarem o de Castro de Aire.
  • 2 - a irmã Ana de Ataíde casou com D Henrique de Portugal, sendo pais de D. Guiomar de Vilhena, a qual se casou com seu tio abaixo, Manuel.
  • 3 - D. Manuel de Ataíde foi o 3º conde da Castanheira.

Casamento e descendência

Casou-se com D. Ana de Távora, filha de D. Álvaro Pires de Castro, Senhor do Mogadouro e de Mirandela, e de sua mulher, D. Isabel da Silva, filha dos Condes de Penela.

Tiveram sete filhos:

  • 1 - D. António de Ataíde, 2º Conde de Castanheira (1530- 20 de janeiro de 1603). Herdou a casa de seu pai e o título. Casou com D. Maria de Vilhena, filha de D. Francisco da Gama, 4º Conde da Vidigueira e almirante da Índia e, enviuvando, casou com com D. Bárbara de Lara, filha do 3.º Marquês de Vila Real, D. Pedro de Menezes; e ainda terceira vez com D. Maria de Vilhena, filha de D. Luís de Menezes de Vasconcelos, governador do Cível, e de D. Branca de Vilhena. «Varão singular em letras e em armas, segundo dizem as crónicas do seu tempo. Entre os estudos, a que muito se aplicava, merecia-lhe especial cuidado a genealogia, em que deixou escrito um «Nobiliario das famílias d'este reino»; «Livros dos Brazoens das mesmas famílias com as suas origens». Ambos ficaram em manuscrito.
  • 2 - D. Jorge de Ataíde, Bispo de Viseu.
  • 3 - D. Jerônimo de Ataíde, Comendador de Vila Franca (cerca de 1530-1568)
  • 4 - D. Violante de Ataíde
  • 5 - D. Joana de Ataíde
  • 6 - D. Ana de Ataíde
  • 7 - D. Maria de Ataíde, que casou com D. Vasco da Gama (ca. 1530-4 de agosto de 1578 em Alcácer Quibir), 3o conde da Vidigueira. Senhor da vila da Vidigueira e da de Frades; almirante da Índia, estribeiro-mor de D. João III de Portugal e do pr D. João, na ocasião do seu casamento, do conselho de estado do Rei D. Sebastião de Portugal, a quem acompanhou em ambas as jornadas de África. Era filho de D. Francisco da Gamaconde de Vidigueira, e D. Guiomar de Vilhena.


Precedido por
novo título
Conde da Castanheira
1532 - 1563
Sucedido por
António de Ataíde