Ardão

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Ardão
Nascimento século VII
Morte 721
Narbona
Ocupação soberano
Título rei dos visigodos

Ardão terá sido rei dos visigodos, supõe-se que reinou na Septimânia entre 713 e 720.

Contexto histórico[editar | editar código-fonte]

A Chronica regum Visigothorum regista os nomes dos reis visigóticos e os anos dos seus reinados. Depois da entronização de Ervígio os manuscritos diferem quanto à continuação dos reis seguintes.[1] A Continuatio codicis C Parisini que consiste de um manuscrito do século XII não menciona Rodrigo e indica que Vitiza sucedeu a Ágila II e depois de três anos ter-lhe-á sucedido Ardão.[2][3] Nem na Crónica Moçárabe nem nas crónicas asturianas posteriores, a Crónica Albeldense e a Crónica de Afonso III, existe menção de Ágila II ou de Ardão, tão pouco nas crónicas árabes. Sucede que as crónicas escritas na zona de influência de Ágila II - Narbonense e Tarraconense, segundo a distribuição das moedas cunhadas em seu nome - desconheceram a existência de Rodrigo, até depois da metade do século XIII quando se traduziu a obra do bispo Rodrigo Jiménez de Rada.[4]

Depois do desastre do exército visigótico do rei Rodrigo, e morte do próprio monarca na batalha de Guadalete,[5] os árabes empreenderam a conquista do reino visigótico.

O final do reinado de Ágila II pode datar-se com as vitórias árabes no vale do Ebro e em Saragoça, de modo que pode deduzir-se que morreu lutando[6] em 713.[7] Depois da sua morte Ardão foi eleito rei, sendo-lhe atribuído pela crónica um reinado de sete anos.[8]

Em 716 os árabes comandados pelo uale Alhor ibne Abderramão Atacafi, cruzaram os Pirenéus e invadiram a Narbonense. A campanha foi continuada pelo seu sucessor Açame ibne Maleque Alcaulani, o qual finalmente completou a conquista da Narbonense em 720.[9] Ardão pode ter morrido, lutando, por esta altura.[8]

Referências

  1. Huete Fudio, Mario (1994). «Fuentes menores para el estudio de la historiografía latina de la Alta Edad Media hispánica (siglos VII-X)». Editum. Medievalismo (4): 11. ISSN 1131-8155 
  2. Sayas Abengochea y Abad Varela, 2013, p. 416
  3. Isla Frez, 2010, p. 116
  4. Hernandez Juberías, Julia (1996). La Península Imaginaria: Mitos y Leyendas Sobre Al-Andalus. [S.l.]: CSIC-Dpto. de Publicaciones. p. 168. ISBN 9788400076177 
  5. Isla Frez, 2010, p. 124
  6. Collins, 2005
  7. García Moreno, Luis A. (1992). «Los últimos tiempos del reino visigodo». Boletín de la Real Academia de la Historia (CLXXXIX): 444. ISSN 0034-0626 
  8. a b Collins, 2005, p. 155
  9. Rábade Obradó, María del Pilar; Ramírez Vaquero, Eloísa; Utrilla Utrilla, Juan F. (2005). La Dinámica Política. [S.l.]: Akal. p. 284. ISBN 9788470904332 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]