Arthur Cavalcante

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Arthur Cavalcante (Arapiraca, 6 de maio de 1989) é um escritor e professor brasileiro. É autor da trilogia Mestre de Guerreiro[1], do romance Labirinto de Escombros[2], e de outros contos.[3]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Arthur Cavalcante nasceu em Arapiraca, em 6 de maio de 1989. Se graduou em Design de Animação, fez mestrado em Comunicação e doutorado em Escrita Criativa.[4] Apesar da aparente diferença das áreas, todas foram permeadas pela pesquisa sobre narrativas. Na graduação, defendeu o TCC com o curta Um dia Comum e no mestrado fez a pesquisa Uma análise do filme 'O Rei Leão': o direcionamento a múltiplos espectadores. Na pesquisa, analisou o filme O Rei Leão em seu caráter formal a partir do roteiro baseado na narrativa clássica hollywoodiana, montagem e dublagem.[5] No doutorado em andamento, faz pesquisa sobre um tema que já desenvolve em Mestre de Guerreiro: entre a coroa e flecha: o Guerreiro (folguedo).

Atualmente é professor do IFRN campus Cidade Alta, ministrando aulas de escrita criativa, roteiro cinematográfico, edição de vídeo e princípios da animação digital.

Em 2020, inaugurou o selo FOLK[6], que traz publicações via financiamento coletivo.

Influências[editar | editar código-fonte]

O autor escreve bastante sobre as manifestações folclóricas de Alagoas.[7] O estado é o segundo menor da federação, mas carrega o maior número de folguedos do Brasil.[8] O Auto de Guerreiros é especialmente abordado em seus romances. Nos contos, no entanto, os temas são diversos e fogem do aspecto folclórico.

Mestre de Guerreiro: entre a coroa e a flecha é o primeiro volume de uma trilogia. O romance dramatiza o Guerreiro. No original, esta manifestação folclórica possui horas de duração e o romance foi o modo que o autor encontrou para divulgar a cultura [9] [10]

A obra de 2020, Labirinto de Escombros, é um drama contemporâneo que tangencia o Auto de Guerreiros, incluindo-o numa narrativa existencial e reflexiva. Em outras palavras, se Entre a Coroa e Flecha trouxe uma alta fantasia com caráter mais clássico, o drama contemporâneo brinca muito mais com o meio de expressão (metalinguagem do fazer literário, intertextualidade com literatura e cinema, histórias dentro de histórias, quebra da quarta-parede).

Obras[editar | editar código-fonte]

Mestre de Guerreiro: entre a coroa e a flecha

O romance é uma alta fantasia baseada no folclore alagoano, e o primeiro volume de uma trilogia. Ao juntar elementos do folclore nacional e da história indígena com elementos épicos de batalha, reinados e disputas de poder, acompanhamos a história do jovem Simão, filho do Mestre de Guerreiro e que sonha entrar no maior grupo dedicado à proteção do reino: a Hierarquia. Com a morte da mãe, o pai o desilude desse propósito e vinte anos depois, Simão ainda guarda consigo a mágoa e o desprezo. Com o líder indígena planejando o ataque ao Reino de Guerreiros, Simão presencia o assassinato do pai e assume o posto de Mestre em seu lugar. Carregando a responsabilidade de ser o novo Mestre de Guerreiro, Simão precisa entender que o futuro de milhares de pessoas requer o sacrifício que ele mais teme: se tornar exatamente como seu falecido pai[11]

Labirinto de Escombros

Um guia de turismo e seu cliente estão perdidos num bosque, sem comunicação com o resgate. Juntando esforços para encontrar a saída, os dois se veem imersos em relatos pessoais que os fazem se esquecer do mundo a sua volta. Enquanto o cliente, Soren, narra trechos de uma enciclopédia que traz consigo, o guia detalha o que aconteceu na última operação de resgate envolvendo um acidente familiar naquele mesmo local. É na pressão de saírem do bosque que os relatos se tornam cada vez mais trágicos, e a esperança de escaparem dali se esvai a cada história relatada.

Labirinto de escombros é um romance que traz para o centro da narrativa uma estrutura que mescla o passado de um resgate trágico com o presente que discute o impacto das histórias na vida do indivíduo. Trazendo no título a metáfora do labirinto, a obra tematiza Histórias dentro de histórias, onde cada novo evento se mescla com o anterior e cria uma pilha de escombros em forma de memória. A metalinguagem está presente tanto nos diálogos dos personagens como na estrutura em si.

Entrecruzam-se, portanto, a narrativa no presente (busca pela saída) e no passado (relatos e flashbacks). E não podia faltar a influência que a cultura alagoana exerce na cosmovisão do autor - os totens que dividem a geografia do bosque são baseados no Auto de Guerreiros; e a misteriosa ave que tanto o personagem busca, e cuja importância torna-se cada vez maior ao longo da narrativa, transforma-se naquilo que carregamos como seres humanos para além das fronteiras[12]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Romances:

  • 2018 - Mestre de Guerreiro: entre a coroa e a flecha, Editora Pandorga
  • 2020 - Labirinto de Escombros, Selo FOLK

Contos:

  • 2018 - Fábulas Selvagens, Editora Skull (contos: Jogo de gato e rato e O campeiro)
  • 2019 - Simulacro e Simulação: falhas na realidade , Editora Lendari (conto: F for Fake News)
  • 2019 - Arrependa-se, Editora Constelação (contos: 1,50 e Nada melhor)
  • 2019 - Nas mãos da morte, Editora Sem Tinta (conto: Telmah)
  • 2019 - Escrita criativa Antologia três, Editora Bestiário (conto: Caroline Norton)

Referências

  1. «Folclore e intrigas políticas são matéria prima de trilogia de livros de autor alagoano». TNH1. Consultado em 24 de fevereiro de 2020 
  2. Comunicação, Assessoria (15 de junho de 2020). «Autor alagoano lança seu novo romance através de financiamento coletivo». Maceió 40 graus. Consultado em 30 de abril de 2021 
  3. «OBRAS | SITE OFICIAL DO ESCRITOR ALAGOANO ARTHUR CAVALCANTE». arthurescritor. Consultado em 30 de abril de 2021 
  4. «Arthur Luiz Cavalcante de Macêdo». Escavador. Consultado em 30 de abril de 2020 
  5. «Dissertação - Uma análise do filme 'O Rei Leão': o direcionamento a múltiplos espectadores» (PDF). Anhembi Morumbi. Consultado em 15 de março de 2019 
  6. «Selo FOLK | SITE OFICIAL DO ESCRITOR ALAGOANO ARTHUR CAVALCANTE». arthurescritor. Consultado em 30 de abril de 2021 
  7. «Bienal Internacional do livor de alagoas». TNH1. Consultado em 30 de abril de 2020 
  8. «Folguedos de alagoas». Visite Alagoas. Consultado em 30 de abril de 2020 
  9. O escritor Arthur Cavalcante participa da Bienal de Alagoas, disponível no Youtube
  10. «Página Oficial». Instagram. Consultado em 30 de abril de 2020 
  11. «Mestre de Guerreiro - entre a coroa e a flecha (Mestre de Guerreiro, #1)». www.goodreads.com. Consultado em 30 de abril de 2021 
  12. «Labirinto de escombros». www.goodreads.com. Consultado em 30 de abril de 2021