Augusta La Torre

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Augusta La Torre
Augusta La Torre
Nome completo Augusta Deyanira La Torre Carrasco
Pseudônimo(s) Camarada Norah
Nascimento 29 de agosto de 1945
Ayacucho
Morte 1988 (43 anos)
Lima
Nacionalidade Peruana
Progenitores Mãe: Delia Carrasco
Pai: Carlos La Torre
Cônjuge Abimael Guzmán
Ocupação Segunda líder do grupo Sendero Luminoso

Augusta La Torre (Ayacucho, 29 de agosto de 1945 - Lima, 1988) foi uma das fundadoras e segunda líder do grupo guerrilheiro Sendero Luminoso, onde usava o pseudônimo de camarada Norah. Também foi a criadora do Movimento Popular de Mulheres, que lutava contra a opressão das mulheres e a favor dos direitos dos proletariados.[1][2]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nasceu em 29 de agosto de 1945, na cidade peruana de Ayacucho, como Augusta Deyanira La Torre, filha de Delia Carrasco e Carlos La Torre. Foi criada com ideologias comunistas, pois seu pai era líder do Partido Comunista em Huanta. Se formou na Escola Normal de Mulheres de Huamanga. Depois, entrou para Universidade San Cristóbal, mas não concluiu os estudos.[1][2][3]

Foi durante as reuniões comunistas que seu pai realizava em sua casa, no ano de 1962, que La Torre conheceu Abimael Guzmán, um professor de filosofia na Universidade San Cristóbal de Huamanga. Casaram-se em 1964, em uma cerimônia civil e reservada, na casa da família La Torre.[1][3]

La Torre e Guzmán viajaram para a China, entre 1965 e 1967, onde fizeram um treinamento de guerrilha com membros da Longa Marcha de Mao Tsé-Tung. Ao retornarem da viagem, passaram a traçar planos para a formação do grupo Sendero Luminoso. La Torre divulgava as ideias do marxismo e maoísmo do grupo através de panfletagem e comitês, e era responsável pela captação de membros, pois além de possuir habilidades interpessoais, sabia a língua quíchua. Em 1965, La Torre criou o Movimento Popular de Mulheres (MFP), um dos braços do Sendero Luminoso, onde os membros lutavam pela emancipação das mulheres.[1][2]

Em 1974, La Torre e seu marido mudaram-se para Lima na clandestinidade, de onde articulavam a estratégia da guerrilha. Em 1978, Guzmán criou o Comitê Permanente do Sendero Luminoso, se colocando como o primeiro na linha de comando, La Torre como a segunda e Elena Iparraguirre como a terceira.[1]

Faleceu em novembro de 1988, por motivos desconhecido na época. Segundo Guzmán, La Torre tinha cometido suicídio. Sua morte só foi divulgada quando autoridades peruanas, em 1991, conseguiram uma filmagem de seu velório. Recentemente, investigações apontam que La Torre foi assassinada por ser contra as diretrizes de Guzmán, e desejava separar o Sendero Luminoso. Guzmán nunca aceitou que os outros líderes do grupo investigassem a morte de La Torre, e desapareceu com seus restos mortais.[1][4]

Referências

  1. a b c d e f Bel, Pierina Pighi (20 de setembro de 2020). «Quién fue la camarada Norah, la mujer que hasta su misteriosa muerte fue la más poderosa del sanguinario grupo Sendero Luminoso». BBC News Mundo (em espanhol). Consultado em 23 de agosto de 2023 
  2. a b c Guiné, Anouk (2016). «Encrucijada de guerra en mujeres peruanas: Augusta La Torre y el Movimiento Femenino Popular». Millars: Espai i historia, 2016, vol. 41, no 2, p. 97-128. Universitat Jaume I. ISSN 1132-9823. doi:10.6035/Millars.2016.41.5. Consultado em 23 de agosto de 2023 
  3. a b «Augusta La Torre, Camarada «Norah»». SUMAQ (em espanhol). 14 de agosto de 2018. Consultado em 23 de agosto de 2023 
  4. «La primera esposa del fundador de Sendero fue asesinada, revela investigación». Gestión Noticias (em espanhol). 20 de novembro de 2021. Consultado em 23 de agosto de 2023