Barbara Freitag

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Barbara Freitag
Barbara Freitag
Nascimento 26 de novembro de 1941
Obernzell
Cidadania Brasil
Cônjuge Sérgio Paulo Rouanet
Ocupação socióloga

Barbara Freitag-Rouanet (Obernzell, 26 de novembro de 1941) é uma brasilianista, socióloga, professora emérita da Universidade de Brasília.

Vida[editar | editar código-fonte]

Nascida na Alemanha, emigrou com sua família para o Brasil em 1948, quando ela tinha sete anos. Fez o curso primário e o secundário no Brasil, estudando no Colégio de Itajubá, em Minas Gerais, e no Colégio Farroupilha e no Colégio Júlio de Castilhos, no Rio Grande do Sul. Os estudos superiores realizou na Alemanha.[1]

Graduou-se em Sociologia, Psicologia e Filosofia na Universidade de Frankfurt e Universidade de Berlim, tendo sido aluna de Theodor Adorno e Max Horkheimer. Obteve seu doutorado na Universidade Técnica de Berlim e fez sua Habilitação na Universidade Livre de Berlim. Lecionou nestas e em outras universidades europeias. No Brasil, trabalhou por trinta anos na Universidade de Brasília como docente e pesquisadora, tendo recebido o título de Professora Emérita.[2]

Foi casada com o diplomata e escritor brasileiro Sérgio Paulo Rouanet e tem uma filha, Adriana Rouanet, que é produtora cultural.[3][4]

Realizações[editar | editar código-fonte]

Foi responsável por difundir no Brasil o pensamento da Escola de Frankfurt, em especial o de Jurgen Habermas.[5] Na Alemanha, por sua vez, foi responsável por divulgar autores do pensamento social brasileiro, como Gilberto Freyre, Celso Furtado e Florestan Fernandes, tema de sua dissertação de mestrado.[6]

Também se destaca por suas reflexões no campo da educação. Segundo Coelho,

A tese de doutorado foi publicada no livro Escola, Estado e Sociedade, que teve grande repercussão no país. O livro incomodou os militares, porque trazia uma abordagem transformadora da escola. Barbara mostrou que se a instituição escolar pode ser vista, segundo Althusser, como uma instância de reprodução da ideologia dominante, é mais do que isso, porque contribui para superar os déficits cognitivos no desenvolvimento psicogenético das crianças de classe baixa. A importância da escola foi analisada em outros livros, como o Diário de uma Alfabetizadora, no qual defendeu que a alfabetização não é apenas domínio de uma técnica, mas também condição necessária para que a pessoa utilize sua capacidade de pensar e para que veja o mundo segundo as categorias do pensamento lógico.[1]

Na Unesco ocupou a cadeira intitulada "Cidade e Meio Ambiente". Coordenou um projeto integrado de pesquisa que estudou a transferência de capitais brasileiros. É membra eleita da Academia Brasileira de Filosofia (2013).

Escritos[editar | editar código-fonte]

  • A Teoria Crítica: Ontem e Hoje (1984) ISBN 9788511140606
  • O livro didático em questão (Coleção Educação contemporânea) (1989) ISBN 8524901667
  • Itinerários de Antigona: A questão da moralidade (1992) ISBN 8530801849
  • O diário de uma alfabetizadora, 2ª ed. (2006) ISBN 978-8530801229
  • Dialogando com Jürgen Habermas (2005) ISBN 8528201325
  • Teorias da Cidade (2006) ISBN 9788530808242
  • Escola, Estado e Sociedade, 2ª ed. (2006) ISBN 9788588208636
  • Capitais migrantes e Poderes peregrinos: O caso do Rio de Janeiro (2009) ISBN 9788530808921

Nota[editar | editar código-fonte]

  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Barbara Freitag».

Referências

  1. a b Coelho, Maria Francisca Pinheiro (dezembro de 2005). «Perfil de Barbara Freitag». Sociedade e Estado: 735–738. ISSN 0102-6992. doi:10.1590/S0102-69922005000300011. Consultado em 17 de janeiro de 2022 
  2. Küchemann, Berlindes Astrid (abril de 2006). «Laudatio à Bárbara Freitag-Rouanet por ocasião da cerimônia de outorga do título de Professora Emérita do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília, em 20 de março de 2006». Sociedade e Estado: 245–253. ISSN 0102-6992. doi:10.1590/S0102-69922006000100013. Consultado em 17 de janeiro de 2022 
  3. «Mônica Bergamo: Seminário celebrará lançamento do Instituto Rouanet e os 80 anos de Barbara Freitag». Folha de S.Paulo. 18 de novembro de 2021. Consultado em 17 de janeiro de 2022 
  4. «Barbara Freitag e Sergio Paulo Rouanet lançam o Instituto Rouanet». Direto da Fonte. Consultado em 17 de janeiro de 2022 
  5. «Barbara Freitag, itinerário de uma carreira acadêmica». www.observatoriodaimprensa.com.br. 24 de abril de 2002. Consultado em 17 de janeiro de 2022 
  6. Freitag, Barbara (abril de 1996). «Florestan Fernandes por ele mesmo». Estudos Avançados: 129–172. ISSN 0103-4014. doi:10.1590/S0103-40141996000100015. Consultado em 17 de janeiro de 2022 
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