Capela de Nossa Senhora da Conceição (Trafaria)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A Capela de Nossa Senhora da Conceição é um edifício enorme, de de r/c e um piso, mais próprio de uma Igreja e dedicado a Nossa Senhora da Conceição[1].

Terá sido construída a partir de uma ermida que Pedro Rua Magriço, instituído em 1545, e estaria ligada à Quinta da Ladeira ou Quinta da Bica, em Murfacém[2]. O seu filho, Gaspar da Rua Magriço, por não ter descendência, terá deixado a Diogo Ribeiro Cirne, deputado da Mesa da Consciência e das Ordens[3] ou a Lourenço Peixoto Cirne[4], seu sobrinho, cujo irmão Domingos Ribeiro Cirne terá vinculado às suas casas na Costa do Castelo, em Lisboa, fazendo surgir o chamado Morgadio da Caparica e da Costa do Castelo[5].

História[editar | editar código-fonte]

Tanto quanto se sabe, pertencia ao Solar dos Magriços, hoje ruínas aterradas. A Capela pertencia também aos Magriços, um deles D. Álvaro Gonçalves Coutinho, amigo de Luis de Camões, que o celebrizou como um dos doze cavaleiros que se deslocaram a Inglaterra para defender a honra feminina.

Hoje, também a Capela está em ruínas, após desabar o tecto. Mas não era só capela, no andar superior habitavam os Padres Paulinos. As janelas ainda conservam as grades. No pátio existia e ainda existe um poço enorme que a população utilizava para se abastecer de água. Mas como as mulheres faziam muito barulho nas conversas de umas com as outras, os Padres Paulinos pediram ao seu superior umas outras instalações pois tal algazarra perturbava as suas orações. E assim, foi construído o Convento dos Capuchos para onde se mudaram. Esta Capela não teve boa sorte, começou por sofrer um incêndio em 1835 e as suas imagens mais tarde passaram para a Igreja de S. Pedro, Igreja Matriz da Trafaria.

Em finais de 1800 estava na posse da família Zagallo e Mello, que vendeu a Mariana Ribeiro Danino, casada com um engenheiro Inglês que tinha vindo de Gibraltar, para trabalhar nas Minas de S. Domingos, próximo de Mértola. Curiosamente em festas religiosas, a procissão ainda sai do local onde se situa a Capela. Posteriormente passou a armazém, vacaria, voltando novamente a armazém.

Quando se fizeram reparações, apareceram algumas moedas, Patacas. Está projetado pelo Município de Almada, aquele local vir a ser reabilitado, uma vez que se situa no centro histórico.E bem o merece, para mais está contíguo a uma zona verde, protegida, que se debruça sobre o Rio Tejo.

Referências

  1. Rui Manuel Mesquita Mendes (2008–2009). «Património Religioso de Almada e Seixal: Ensaio sobre a sua história no século XVIII"». Anais de Almada, Revista Cultural, n.º 11-12 
  2. Rui Manuel Mesquita Mendes (2008–2009). «Património Religioso de Almada e Seixal: Ensaio sobre a sua história no século XVIII"». Anais de Almada, Revista Cultural, n.º 11-12, pág. 95 e nota 159 na pág. 127 
  3. Felgueiras Gayo, «Nobiliário das Famílias de Portugal», Carvalhos de Basto, 2ª Edição, Braga, 1989 vol. IV, pg. 20 (Coutinhos & 16 N 12)
  4. Felgueiras Gayo, «Nobiliário das Famílias de Portugal», Carvalhos de Basto, 2ª Edição, Braga, 1989 vol. IX, pg. 240 (Ruas & 3 N 7)
  5. «As Antigas Portas de S. Lourenço, da Alfofa e de S.to André», por Ferreira de Andrade, boletim Olisipo, ano III, n.º 89, Janeiro de 1960, Lisboa, pág. 33