Carmen Junqueira

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Carmen Junqueira
Nascimento 1936
São Paulo
Cidadania Brasil
Alma mater
Ocupação antropóloga
Empregador(a) Universidade Estadual de Campinas

Carmen Sylvia de Alvarenga Junqueira (São Paulo, c. 1932[1]) é uma antropóloga e professora brasileira.

Vida[editar | editar código-fonte]

Graduada em Ciências Políticas e Sociais (1959) pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo, obteve o doutorado em Ciências Sociais (1967) pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), por sua tese sobre Os Kamaiurá e o Parque Nacional do Xingu, sob a orientação do professor Fernando Altenfelder Silva.[1]

Especializou-se em etnologia e mitologia índigena e, desde 1965, tem realizado importantes estudos de campo sobre as sociedades indígenas do Brasil, tendo trabalhado com os kamaiurá, no Parque Indígena do Xingu, e com os cinta larga, no Parque Indígena do Aripuanã, ambos em Mato Grosso.[2][3]

Participou da avaliação de projetos governamentais que envolviam grupos indígenas de Rondônia, Mato Grosso, Acre e Amazonas. Também realizou levantamentos básicos entre os kaingang, terena e guarani do estado de São Paulo.[4]

É professora do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e professora emérita da mesma universidade. É também membro do conselho indigenista da Fundação Nacional do Índio e consultora do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento.[5]

Prêmios[editar | editar código-fonte]

Escritos[editar | editar código-fonte]

Carmen Junqueira é autora de inúmeros livros e artigos publicados em periódicos brasileiro e estrangeiros. É também autora de capítulos de livros, além de organizadora de várias obras coletivas.

Livros publicados[editar | editar código-fonte]

  • Kapi, uma liderança clânica e afim (com Renan Albuquerque e Josias Sateré). Edua/Ufam, 2020.
  • Carmen e os Kamaiurá. Alexa Cultural. 2019. ISBN 978-8554670733
  • O Tacape do Diabo (com Eunice Paiva, Renan Albuquerque e Gerson Ferreira). Edua/Ufam, Manaus/AM, 2018.
  • Brincando de Onça e de Cutia Entre os Sateré-Mawé (com Renan Albuquerque). Amazonas, EDUA/UFAM: 2017.
  • O Pajé e a Antropóloga (org. Renan Albuquerque). Amazonas, EDUA/UFAM, 2017.
  • Antropologia Indígena: Uma (nova) introdução. 2ª ed. São Paulo: EDUC, 2008. ISBN 978-8528300147
  • KAMAIURÁ, Wari ; KAMAIURÁ, Aisananin Páltu. Cultura Kamaiurá. Cuiabá: EDUFMT, 2007.
  • Parque Indígena do Xingu Saúde, Cultura e História (org., com BARUZZI, Roberto G). São Paulo: Terra Virgem Editora, 2005.
  • Sexo e desigualdade entre os Kamaiurá e os Cinta Larga. São Paulo: Olho d'água, 2002.
  • Environment, Poverty And Indians (com LEONEL JÚNIOR, Mauro; MINDLIN, Betty; ANDELLEZING, Henk van). Amsterdan: Novib, 1992
  • Antropologia Indígena - Uma Introdução. São Paulo: Educ, 1991.
  • O Estado Contra o Índio ( com PAIVA, E.) São Paulo: Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Sociais PUC-SP, 1985. v. 1. 42 p.
  • Antropologia e Indigenismo na América Latina (org. com CARVALHO, E. A.). São Paulo: Cortez, 1981.
  • Os Índios de Ipavu - Um estudo sobre a vida do grupo Kaiamurá. São Paulo: Ática, 1979.

Artigos[editar | editar código-fonte]

Entre os numerosos artigos publicados pela antropóloga, destacam-se:[8]

  • "Símbolos e Imagens da Ordem na Comunidade Indígena" . In PASSETTI, E. ; SILVA, R.B.D. (org.) Conversações Abolicionistas: uma crítica do sistema penal e da sociedade punitiva. São Paulo, IBCCrim, 1997, p. 21-47.
  • "Consciencia de si mismos y de outros entre los Kaingang, Kamaiurá y Cinta Larga" in L. Portilla, M. Gutierrez Esteves, G. Gossen e J.J. Klor de Alva (org.), De Palabra y Obra en el Nuevo Mundo, vol. 1, Imagenes Interetnicas, Siglo XXI, Mexico y España, 1992, pp. 443-462.
  • "La legislacion brasileña y las poblaciones indigenas en Brasil", em colaboração com Eunice Paiva, in R. Sstavenhagen (org.), Derecho Indigena y Derechos Humanos en America Latina. Mexico, El Colegio de Mexico, 1988, p. 243-269.
  • "The Aripuanã Park and the Polonoroeste Programme", em colaboração com Betty Mindlin. Doc. 59, IWGIA, Copenhagen, junho 1987.
  • "The Brazilian Indian Minority: Ethnocide and Political Consciousness", Journal of the Anthropological Society of Oxford, vol. XV, nº 3, Michaelmas, 1984, p. 219-234.
  • "The Brazilian Indigenous Problem and Policy - The Example of the Xingu National Park". Amazind/IWGIA, nº 13, Copenhagen, 1973.

Referências

  1. a b Faggiano, Daniel Lopes (21 de outubro de 2020). «Entrevista com Carmen Junqueira». Revista Fim do Mundo (03): 288–301. ISSN 2675-3871. doi:10.36311/2675-3871.2020.v1n03.p288-301. Consultado em 18 de dezembro de 2021 
  2. Teodorescu, Lindinalva Laurindo (2017). «Uma revisão crítica da antropologia de Carmen Junqueira». Campos - Revista de Antropologia (1-2): 89–115. ISSN 2317-6830. doi:10.5380/cra.v18i1-2.57361. Consultado em 7 de agosto de 2021 
  3. «Folha de S.Paulo - Brasil profundo: Para antropóloga, diamante prejudica o índio cinta - larga». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 18 de dezembro de 2021 
  4. Nota biográfica. In JUNQUEIRA, C. Antropologia indígena
  5. «Institucional – CEBRAP». Consultado em 18 de dezembro de 2021 
  6. Professora Carmen Junqueira recebe o prêmio Darcy Ribeiro, consultado em 18 de dezembro de 2021 
  7. «Medalha Roquette Pinto | ABA». Consultado em 18 de dezembro de 2021 
  8. Currículo da autora no site da PUC-SP - Programa de Extensão e Pós-graduação em Ciências Sociais.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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