Cerco de Fushimi

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Cerco de Fushimi
Período Sengoku
Data 27 de agosto - setembro de 1600
Local Castelo Fushimi-Momoyama nos arredores de Kyoto, Japão.
Desfecho Cerco bem sucedido, o castelo cai sobre a mãos do Exército do Oeste.
Beligerantes
Exército do Oeste Guarda do castelo
Comandantes
Ishida Mitsunari Ieyasu Tokugawa
Forças
Estimado em 40 000 Cerca de 1 800[1]
Baixas
Cerca de 3 000[2] Todo a guarda do castelo

O Cerco de Fushimi uma batalha crucial durante uma série de conflitos que antecederam a decisiva Batalha de Sekigahara, marcando o fim do Período Sengoku. O Castelo de Fushimi era defendido pelas forças leais a Tokugawa Ieyasu, lideradas por Torii Mototada. Sabendo da sua inevitável derrota, Torii decidiu fazer frente às tropas de Ishida Mitsunari , apesar da tomada do castelo, o seu valor e entregar mudaram o rumo da história do Japão, ao permitir que Tokugawa rearmasse o seu exército, unificando posteriormente o país.

Contexto histórico[editar | editar código-fonte]

O Castelo Fushimi-Momoyama foi construído anos antes (1592-1594), como palácio luxuoso de Hideyoshi Toyotomi, porém, em 1596, foi danificado por um terremoto. Entretanto, Tokugawa Ieyasu reconstruiu o castelo e deixou-o ao comando de Torri Mototada. A guerra contra as tropas de Ishida tomava proporções cada vez maiores, e Ieyasu sabia que o castelo seria um dos principais alvos do inimigo, causa da sua proximidade com a cidade de Kyoto. Durante a sua visita ao castelo, Ieyasu discutiu Mototada a possibilidade de um ataque inimigo, mas o samurai decidiu enfrentar o exército oponente, mesmo reconhecendo que as suas tropas excediam as dele em larga escala. A estratégia partiria de um ponto de ataque de Torii, permitindo que Tokugawa escapasse para rearmar o seu exército contra Ishida.

Batalha[editar | editar código-fonte]

O exército de Ishida deu início ao cerco a 27 de agosto tal como Ieyasu e Mototada havia previsto.[3] A guarda do castelo resistiu ao cerco por dez dias, sabendo que tinham conseguido descontinuar o exército invasor por tempo útil até que fosse possível concretizar a estratégia de Ieyasu. A 8 de setembro, uma das torres foi incendiada e não tardou a que o fogo se espalhasse até ao núcleo do castelo, e apesar das adversidades, as tropas de Mototada continuaram a combater até que o seu número se reduzisse a apenas dez samurais.

Mototada cometeu seppuku juntamente com a sua família e o seu sacrifício foi recordado durante décadas como um exemplo de lealdade e honra dignas digno de um verdadeiro samurai. As acções de Torii Mototada mudaram o curso da história japonesa. Tokugawa Ieyasu foi capaz de armar um exército de 90 mil homens e confrontar as forças de Ishida em campo aberto na Batalha de Sekigahara. Numa sangrenta batalha, mais de 200 mil guerreiros samurai se confrontaram. 4 mil cabeças foram cortadas nas primeiras horas do confronto e 70 mil homens acabariam por morrer em apenas dois dias, enquanto que o restante exército de Ishida foi perseguido e executado. A Batalha de Sekigahara foi fundamental para a unificação do Japão, que após o conflito, a família Tokugawa passaria a governar o país inteiro durante os 268 anos seguintes.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. James Murdoch, A History of Japan , p.409. 1996, Routledge.ISBN:0415154162
  2. Anthony J. Bryant, Sekigahara 1600: The Final Struggle for Power, p.38.1995, Osprey Publishing.ISBN:1855323958
  3. (Turnbull 1996, p. 227)

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Turnbull, Stephen R. (1996). The Samurai: A Military History. [S.l.]: Routledge. ISBN 1873410387 
  • Turnbull, Stephen (1998). The Samurai Sourcebook. [S.l.]: London: Cassell & Co