Colégio Estadual João Alfredo

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Colégio Estadual João Alfredo
C.E.J.A
Informação
Localização Rio de Janeiro[1],
Avenida Vinte e Oito de Setembro, 109 Fundos[1]
Diretor(a) Grace Clea Campelo Matos Falcão
Vice-diretor(a) Sergio Ramos Braga
Docentes 200[2]
Número de estudantes 3000[2]
Página oficial
www.cejaexalunos.net

História[editar | editar código-fonte]

O Instituto João Alfredo teve origem com a reforma do ensino primário determinada pelo Decreto Legislativo nº 0530 de 1851, ato esse que foi regulamentado pelo Decreto nº 331, de 1854, de Sua Majestade o Imperador D. Pedro II.[3] A partir 1854, o ensino primário passou a ter conotação profissionalizante, especialmente para crianças carentes de assistência.[3]

Em 1873, dezenove anos após, o Ministro do Império, Conselheiro João Alfredo Corrêa de Oliveira, em nome do Estado, adquiriu as propriedades de números 1 e 3 situadas na Rua do Macaco (Av. 28 de Setembro), pertencentes ao casal Jorge e Sofia Rudge, pela importância de 137 contos e 690 mil réis.[3] Na assinatura da escritura, o Governo Imperial foi representado pelo Engenheiro Arquiteto Dr. Bitencourt da Silva.[3] Nos terrenos existia um prédio construído em 1855 por Jorge Rudge, que dava frente para a Rua São Francisco Xavier.[3] Com a criação de dez escolas na cidade do Rio de Janeiro, em 1874, por iniciativa do Conselheiro João Alfredo, uma delas foi destinada ao Asilo dos Meninos Desvalidos.[3] Tratando-se de iniciativa pioneira, para o mesmo foi elaborado um regulamento próprio, aprovado pelo Decreto nº 5.849, de 9 de Janeiro de 1875.[3] De acordo com este documento - considerado modelo para a época - o Asilo receberia meninos do sexo masculino, entre seis e doze anos, e a eles seria ministrada instrução de 1º e 2º graus e instrução profissionalizante.[3]

O Asilo foi inaugurado em 14 de Março de 1875 pelo Imperador D. Pedro II que de acordo com os costumes da época, convidou os presentes e beberem um copo d'água gelada.[nota 1][3] Na ocasião, Emílio Simonse ofereceu grande sortimento de roupas para o estabelecimento.[3]

A construção do Asilo pode ser considerada, mesmo em nossos dias, de excepcional bom gosto, não só no estilo, como na sua funcionalidade.[3] Os dormitórios, as salas, as oficinas de treinamento, a lavanderia e demais dependências, muito amplas e iluminadas, eram dotadas de sistema de arejamento, até então, inédito, pois possibilitavam baixar a temperatura nos dias quentes e elevá-la nos dias frios.[3]

A instituição durante muito tempo recebeu apoio das autoridades e os meninos dispunham de assistência médica gratuita prestada pelo Dr. João Joaquim Pizarro.[3]

Em decorrer dos graves problemas sociais, o número de vagas aumentou rapidamente para 200 e a idade limite foi elevada para 21 anos.[3] Em 1892, o Asilo foi acrescido da Casa São José, sendo o ensino profissionalizante transferido para o Palácio da Quinta da Boa Vista.[3] O ensino de 1º e 2º graus, no entanto, permanecia sob a responsabilidade daquela casa.[3]

Pode-se dizer que os trabalhos desenvolvidos no Asilo foram extraordinários, alguns até conquistaram prêmios no exterior.[3] Muitos de seus alunos se destacaram em vários eventos internacionais, conquistando as medalhas de ouro de 1900 e 1904; dois grandes prêmios e mais quatro outras medalhas de ouro em 1908 e o Grande Prêmio da Exposição do Centenário da Independência do Brasil, em 1922.[3]

O educador João Baptista da Costa, que já se tornara professor de Desenho, conquistou, em 1898, o primeiro lugar na "Exposição de Desenho da República", sendo premiado com uma viagem à Europa.[3]

O primeiro Diretor do Asilo foi o Dr. Rufino Augusto de Almeida, que exerceu sua função durante dois períodos.[3] O nome de Instituto Profissional João Alfredo foi dado pelo Prefeito do Distrito Federal Dr. Inocêncio Serzedelo Correia, em 26 de Agosto de 1910, pelo Decreto nº 796.[3] Atualmente no local, funciona o Colégio Estadual João Alfredo, onde é ministrado o Ensino Médio.[3] A parte destinada aos antigos dormitórios hoje abriga o Instituto de Geriatria e Gerontologia.[3]

Notas

  1. Expressão que, na época, significava oferecer recepção com comidas e bebidas.

Referências

  1. a b «COLÉGIO ESTADUAL JOÃO ALFREDO» (PDF). Secretaria de Estado de Educação. Consultado em 21 de agosto de 2011 [ligação inativa]
  2. a b «Colégio Estadual João Alfredo». Casa Cruz. Consultado em 21 de agosto de 2011. Arquivado do original em 22 de setembro de 2009 
  3. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w «História do Colégio». CEJA Ex-Alunos. 20 de abril de 2011. Consultado em 21 de agosto de 2011