Desastre Ferroviário de Amadora

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Desastre Ferroviário de Amadora
Descrição
Data 31 de Janeiro de 1980
Hora 8:30
Local Amadora
Coordenadas 38° 45′ 13,5″ N, 9° 13′ 39,1″ O
País Portugal Portugal
Linha Linha de Sintra
Operador Caminhos de Ferro Portugueses
Tipo de acidente Colisão
Causa Erro humano e falha técnica
Estatísticas
Comboios/trens 2
Feridos 100
Reboque de uma automotora da Série 0300, do mesmo género de um dos veículos envolvidos no acidente.

O Desastre Ferroviário de Amadora foi uma colisão entre dois comboios na Linha de Sintra, em Portugal, ocorrida em 31 de Janeiro de 1980, e que provocou mais de cem feridos.[1]

Acidente[editar | editar código-fonte]

O acidente ocorreu por vlta das 8:30 da manhã do dia 31 de Janeiro de 1980, no lanço entre Amadora e Damaia da Linha de Sintra, em frente às instalações fabris da SOREFAME.[2] Envolveu duas automotoras da operadora Caminhos de Ferro Portugueses, ambas a circular no mesmo sentido.[3] Uma delas tinha seis unidades,[3] e estava a fazer o serviço 4656, com origem na Amadora,[2] e que estava a circular totalmente lotada.[1] A outra era composta por três unidades,[3] e tinha partido do Cacém, não tendo quaisquer passageiros a bordo aquando do acidente.[2] O veículo oriundo do Cacém estava parado na via, à espera de sinal de marcha, enquanto que a outra automotora circulava apenas a cerca de quarenta quilómetros à hora quando se deu a colisão, tendo a velocidade reduzida ajudado a minimizar o impacto do acidente.[2] O maquinista do comboio em movimento, Mário Silva, relatou ao Diário de Lisboa que não estava nesse momento a conduzir, mas o estagiário Fernando Augusto, «que ao aperceber-se, à distância de uns trezentos metros, da presença de outra composição na via tentou a travagem de emergência».[2] No entanto, ao ver que não seria possível travar o comboio a tempo, correu para fora da cabina, no sentido de avisar os passageiros para passarem para unidade da cauda.[2] Mário Silva ficou ligeiramente ferido, enquanto que o estagiário conseguiu saltar do comboio alguns segundos antes da colisão, tendo ficado ileso.[2] Ao embaterem, as duas unidades de cada automotora descarrilaram e enfeixaram-se uma na outra, tendo sido nestes veículos que se verificou o maior número de feridos.[3]

Os primeiros socorros foram prestados por Hermenegildo José, da Cruz Vermelha, em conjunto com dois operários da SOREFAME.[2] Alguns feridos foram tratados na enfermaria da SOREFAME e nas instalações dos bombeiros voluntários da Amadora.[2]

Segundo o balanço provisório indicado no Diário de Lisboa de 31 de Janeiro de 1980, este acidente tinha provocado setenta feridos, pelo menos seis dos quais foram graves.[2] Porém, o resultado definitivo foi muito maior, tendo sido registados mais de cem feridos.[1] A circulação ferroviária só foi totalmente retomada por volta das 1:40 da manhã do dia seguinte, sendo o transbordo dos passageiros feito por autocarros, que no entanto se relevaram totalmente desadequados para a procura.[3]

Investigação[editar | editar código-fonte]

Foram apontadas causas humanas e técnicas para o acidente, já que o sinal estaria alegadamente aberto para a automotora vinda da Amadora, além que o sistema de travagem não estaria totalmente operacional.[1]

Referências

  1. a b c d OCHÔA, Rui (8 de Fevereiro de 2009). «31 de Janeiro de 1980 Falhas técnicas». Expresso. Consultado em 20 de Dezembro de 2023 
  2. a b c d e f g h i j «Setenta feridos em choque de comboios». Diário de Lisboa. Ano 59 (20169). Lisboa. 31 de Janeiro de 1980. p. 1, 24. Consultado em 19 de Dezembro de 2023 – via Casa Comum / Fundação Mário Soares 
  3. a b c d e «Via desobstruída, inquérito em curso». Diário de Lisboa. Ano 59 (20170). Lisboa. 1 de Fevereiro de 1980. p. 9. Consultado em 20 de Dezembro de 2023 – via Casa Comum / Fundação Mário Soares 


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