ELISA
ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay) é um teste imunoenzimático que permite a detecção de anticorpos específicos (por exemplo, no plasma sanguíneo).[1] Este teste é usado no diagnóstico de várias doenças que induzem a produção de imunoglobulinas. O complexo que contém o anticorpo é visualizado pelo acoplamento da enzima ao anticorpo. A adição de substrato ao complexo enzima-anticorpo-antígeno resulta num produto colorido, que é lido por um equipamento específico.
Princípio
O método utilizado para realizar o teste baseia-se na interação antígeno-anticorpo. Normalmente é usada uma placa de superfície inerte com poços onde serão adsorvidos os antígenos de interesse, juntamente com um tampão de carbonato (processo conhecido como sensibilização).
Depois é realizada uma lavagem com um Tampão Fosfato-Salino ou PBS. Posteriormente, é feito o bloqueio com PBS Tween com 10% de soro de cabra ou com BSA para que esta ocupe os poços livres (sítios inespecíficos que podem gerar resultados falso positivo ou negativo).
Novamente é feita a lavagem. A superfície é então tratada com solução de anticorpo primário - sabendo-se que exista uma quantidade maior de anticorpo do que a proteína - específico para a proteína de interesse e este vai se ligar a ela. A superfície é lavada novamente para retirar os anticorpos primários que não foram incorporados em nenhuma proteína.
Em seguida, o produto é tratado com anticorpos secundários que possuem uma enzima acoplada que irá produzir uma substância corada e que se constitui de um anticorpo para o anticorpo primário. A superfície é lavada novamente para a retirada do anticorpo secundário que não se ligou ao anticorpo primário. Adiciona-se o substrato de ligação para a enzima produzir a substância corada e, assim, medindo-se a intensidade da cor da superfície, pode-se quantificar e verificar a presença de alguma substância de interesse.
Diagnóstico
Entre as doenças passíveis de diagnóstico pelo teste, estão várias doenças infecciosas, uma vez que a maioria dos agentes patológicos desencadeia a produção de imunoglobulinas. Também pode ser usado no diagnóstico de doenças auto-imunes ou alergias.
HIV
Este é o teste de primeira linha no diagnóstico da infecção pelo HIV (vírus da SIDA/AIDS). Estes testes até a sua terceira geração só detectavam a presença de anticorpos (IgG e IgM) três ou quatro semanas após o contato. No entanto, os testes de quarta geração já detectam tanto anticorpos quanto um dos antígenos do HIV (a proteína p24), fato esse que diminuiu sensivelmente o período de janela imunológica, podendo chegar a apenas duas semanas.
Um resultado reagente num teste de HIV por ELISA é sempre confirmado por outros testes específicos, como é o caso do Western blot, que detecta proteínas deste vírus, e do PCR, que detecta os seus ácidos nucleicos virais.
Radioimunoensaio
O teste ELISA também pode ser utilizado de diversas outras formas. Utilizando-se de um método semelhante ao método de radioimunoensaio, pode-se transformar muitas outras substâncias em antígeno e obter um anticorpo do mesmo. Assim, é possível utilizar o teste para se detectar outras substâncias de interesse como, por exemplo, hormônios. Pelo fato do radioimunoensaio ser muito caro, o teste ELISA pode ser uma alternativa muito mais simples e barata.
Ver também: Carga viral
Referências
- ↑ Cai Y, Wang Z, Li J, Li N, Wei F, Liu Q. Evaluation of an indirect ELISA using recombinant granule antigen GRA7 for serodiagnosis of Toxoplasma gondii infection in cats. J Parasitol. 2014 Sep 12. [Epub ahead of print]