Endolimax nana

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A Endolimax nana é um protozoário saprófita que não causa danos ao seu hospedeiro. Apesar de fazer parte da família da Entamoeba histolytica, a Endolimax nana raras vezes pode causar diarreia, cólicas e enjoos; e não oferece risco real à vida humana.

A Entamoeba coli e a Endolimax nana são protozoários comensais não patogênicos do intestino humano. São encontrados em praticamente todos os países do mundo, mais frequentemente em regiões tropicais e subtropicais onde a população apresenta baixo nível sócio-econômico e higiênico-sanitário.[1]

Morfologia[editar | editar código-fonte]

Endolimax nana
- Trofozóito de 10 a 12 ?m é a menor das amebas que vivem no homem;
- Cisto oval de 8?m;
- Membrana celular fina e sem grãos de cromatina;

Transmissão[editar | editar código-fonte]

Ocorre com a ingestão de cistos maduros, encontrados na água não tratada, em frutas contaminadas mal lavadas e qualquer outro utensílio levado a boca, que esteja contaminado pelo cisto. Há uma outra possibilidade onde insetos serviriam como pontes e levariam as amebas para alimentos e outro.

Manifestações clínicas[editar | editar código-fonte]

Pelos dados do Comitê de Peritos da OMS, em 1969, estas manifestações são de classificação difícil e arbitrária:

Formas sintomáticas; - Amebíase intestinal: a) disentérica; b) colites não disentéricas; c) amebomas; d) apendicite amebiana. Complicações e seqüelas da amebíase intestinal: perfurações, peritonite, hemorragia, invaginação, colites pós-disentéricas e estenoses. - Amebíase extra-intestinal Amebíase hepática: a) aguda não supurativa; b) abscesso hepático ou necrose coliquativa. - Amebíase cutânea; - Amebíase em outros órgãos: pulmão, cérebro, baço, rim e etc.

Infeção assintomática[editar | editar código-fonte]

Quase 90% dos casos são assintomáticos e a infecção é detectada pelo encontro de cistos no exame de fezes.

Infeção sintomática[editar | editar código-fonte]

É detectada uma colite disentérica que se manifesta de 2 a 4 evacuações, diarréicas ou não, por dia, com fezes pastosas ou moles, podendo conter sangue ou mucos. Cólicas e desconforto abdominal podem surgir, mas dificilmente febre. Esta infecção é caracterizada por alternância entre períodos silenciosos e manifestação clínica.

Diagnóstico clínico[editar | editar código-fonte]

Os sintomas são comuns a outros tipos de doenças, portanto é incerto. Na grande maioria dos casos, especialmente na fase aguda, a amebíase pode ser facilmente confundida com disenteria bacilar, salmoneloses, síndrome de cólon irritado e esquistossomose.

Diagnóstico laboratorial[editar | editar código-fonte]

É mais preciso e tem o objetivo de encontrar cisto e/ou trofozoitos nas fezes, este pode ser a fresco, direto ou indireto. Outros exames como o de soro e exsudatos podem determinar a infecção por E. histolytica.

Imunológico[editar | editar código-fonte]

Frequentemente é mais usado para o diagnóstico da amebíase extra-intestinal. Os métodos mais usados são: ELISA, imunofluorescência indireta, hemaglutinação indireta, contra-imunoeletrofores. Estes métodos consistem na obtenção de antígenos mais puros, sensíveis.

Epidemiologia[editar | editar código-fonte]

Cerca de 10% da população mundial infectada por Entamoeba histolytica apresentam formas invasoras do parasito. Entretanto a incidência dos casos de infecção é muito variada, isto devido a inúmeros fatores como: condições socioeconômicas e outras. No Brasil a região amazônica tem o maior índice de casos patogênicos. No entanto, estes não apresentam tamanha gravidade como se verifica no México, e em alguns países de África e Ásia. Entretanto, alguns aspectos são comuns entre os países, no que diz respeito à amebíase: - A E. histolytica não causa epidemia; - A contaminação dá-se por ingestão de cistos nos alimentos e água contaminados; - Maior frequência de casos nos adultos; - Os cistos permanecem viáveis (ao abrigo da luz solar e em condições de umidade) durante cerca de 20 dias.

Profilaxia[editar | editar código-fonte]

Está em torno da educação sanitária, onde simples medidas podem pelo menos amenizar a contaminação. Outra forma seria estimular a população para fazer exames preventivos, com fins de identificar os casos assintomáticos e tratá-los, evitando assim a transmissão dos parasitos. Uma vacina tem sido testada, mas os experimentos, ainda feitos em animais, ainda se mostram longe da perfeição.

Tratamento[editar | editar código-fonte]

São três grupos de medicamentos:
I. Amebicidas que atuam na luz intestinal, tendo ação direta e por conta(c)to sobre a E.histolytica aderida na luz intestinal. Os medicamentos são: derivados da quinoleína, paramomicina e eritromicina, furoato de diloxamina, cloroibetamida, clorofenoxamida e etofamida;
II. Amebicidas tissulares atuam na parede intestinal e no fígado; são compostos de cloridato de emetina, cloridrato diidroemetina e cloroquina, sendo esta ultima atuante apenas no fígado;
III. Amebicidas que atuam tanto na luz intestinal quanto nos tecidos, antibióticos são usados de forma isolada ou na maioria das vezes em combinação com outros amebicidas: tetracíclicas e derivados, clorotetraciclina e oxitetraciclinas; eritromicina, espiramicina e paramomicina. [2]


Referências