Paradoxo de Galileu: diferenças entre revisões
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O '''paradoxo de Galileu''' é uma demonstração de uma das surpreendentes propriedades dos conjuntos [[infinito]]s. O carácter paradoxal dá-se por se ter subentendido o princípio de que o todo é maior que as suas partes. |
O '''paradoxo de Galileu''' é uma demonstração de uma das surpreendentes propriedades dos conjuntos [[infinito]]s. O carácter paradoxal dá-se por se ter subentendido o princípio de que o todo é maior que as suas partes. |
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No seu último trabalho científico, ''[[Duas Novas Ciências]]'', [[Galileu Galilei]] fez duas afirmações aparentemente contraditórias acerca dos [[número inteiro|números inteiros]] positivos. Primeiro, alguns números têm a propriedade de ser [[quadrado perfeito]] (ou seja, o quadrado de um inteiro, dito simplesmente ''quadrado''), enquanto que outros não a têm. Por isso, o conjunto de todos os números, incluindo tanto os quadrados como os não quadrados, tem que ser maior que o conjunto dos quadrados. No entanto, por cada quadrado há |
No seu último trabalho científico, ''[[Duas Novas Ciências]]'', [[Galileu Galilei]] fez duas afirmações aparentemente contraditórias acerca dos [[número inteiro|números inteiros]] positivos. Primeiro, alguns números têm a propriedade de ser [[quadrado perfeito]] (ou seja, o quadrado de um inteiro, dito simplesmente ''quadrado''), enquanto que outros não a têm. Por isso, o conjunto de todos os números, incluindo tanto os quadrados como os não quadrados, tem que ser maior que o conjunto dos quadrados. No entanto, por cada quadrado há exatamente um número que é a sua [[raiz quadrada]], e para cada número há exactamente um quadrado. Portanto, não pode haver mais de um tipo que de outro. Este é um dos primeiros usos, embora não o primeiro, de demonstração através de una [[função bijectiva]]. |
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Galileu chegou à conclusão de que os conceitos de menor, igual e maior só se aplicavam a conjuntos finitos, e não tinham sentido aplicados a conjuntos [[infinito]]s. No século XIX, [[Georg Cantor|Cantor]], usando os mesmos métodos, demonstrou que apesar de o resultado de Galileu ser correcto, se se aplicava a números inteiros, ou mesmo aos racionais, a conclusão geral não era certa: alguns conjuntos infinitos são maiores que outros, no sentido em que não se podem relacionar numa correspondência um-para-um. |
Galileu chegou à conclusão de que os conceitos de menor, igual e maior só se aplicavam a conjuntos finitos, e não tinham sentido aplicados a conjuntos [[infinito]]s. No século XIX, [[Georg Cantor|Cantor]], usando os mesmos métodos, demonstrou que apesar de o resultado de Galileu ser correcto, se se aplicava a números inteiros, ou mesmo aos racionais, a conclusão geral não era certa: alguns conjuntos infinitos são maiores que outros, no sentido em que não se podem relacionar numa correspondência um-para-um. |
Revisão das 21h13min de 21 de junho de 2015
Este artigo ou secção contém uma lista de referências no fim do texto, mas as suas fontes não são claras porque não são citadas no corpo do artigo, o que compromete a confiabilidade das informações. (Junho de 2015) |
O paradoxo de Galileu é uma demonstração de uma das surpreendentes propriedades dos conjuntos infinitos. O carácter paradoxal dá-se por se ter subentendido o princípio de que o todo é maior que as suas partes.
No seu último trabalho científico, Duas Novas Ciências, Galileu Galilei fez duas afirmações aparentemente contraditórias acerca dos números inteiros positivos. Primeiro, alguns números têm a propriedade de ser quadrado perfeito (ou seja, o quadrado de um inteiro, dito simplesmente quadrado), enquanto que outros não a têm. Por isso, o conjunto de todos os números, incluindo tanto os quadrados como os não quadrados, tem que ser maior que o conjunto dos quadrados. No entanto, por cada quadrado há exatamente um número que é a sua raiz quadrada, e para cada número há exactamente um quadrado. Portanto, não pode haver mais de um tipo que de outro. Este é um dos primeiros usos, embora não o primeiro, de demonstração através de una função bijectiva.
Galileu chegou à conclusão de que os conceitos de menor, igual e maior só se aplicavam a conjuntos finitos, e não tinham sentido aplicados a conjuntos infinitos. No século XIX, Cantor, usando os mesmos métodos, demonstrou que apesar de o resultado de Galileu ser correcto, se se aplicava a números inteiros, ou mesmo aos racionais, a conclusão geral não era certa: alguns conjuntos infinitos são maiores que outros, no sentido em que não se podem relacionar numa correspondência um-para-um.
Ver também
Ligações externas
- Philosophical Method and Galileo's Paradox of Infinity, Matthew W. Parker, in the PhilSci Archive