Estuprador em série

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Um estuprador em série (em inglês serial rapist) é alguém que comete estupros, seja com várias vítimas ou com uma única vítima, repetidamente durante um período de tempo. Eles diferem dos estupradores que cometem este crime apenas uma vez porque seus crimes "envolvem mais frequentemente o sequestro, a ameaça verbal e física das vítimas e o uso de armas" e não é incomum que alguns acabem se tornando serial killers.[1][2][3]

Em palavras de um artigo na Folha de São Paulo de 1998, "o estuprador 'em série' (...)" é alguém que "periodicamente ataca (...)".[4]

A fim de conter e capturar este tipo de criminoso nos Estados Unidos, em 1974 o FBI criou sua Unidade de Ciência Comportamental (Behavioral Science Unit).[5]

Traços da personalidade[editar | editar código-fonte]

Este tipo de criminoso pode ser descrito como uma pessoa que muitas vezes é altamente manipuladora, muito carismática e encantadora (ver Caso Rachel Genofre), tanto que muitos são considerados "normais pelos amigos e pela família", escreve a Folha. Os estupradores em série diferem dos estupradores de uma única vítima de diversas formas:[6][7][8][2]

  • geralmente cometem seu crime antes (em idade);
  • tendem a emboscar a vítima ou usar uma abordagem rápida;
  • costumam ter como alvos pessoas estranhas;
  • cerca de 60% dos estupradores em série cometeu outro crime sexual "menor" anteriormente;
  • costuma exibir "comportamentos criminalmente sofisticados", como usar preservativo e luvas para evitar ser descoberto (ver Wellington Ribeiro da Silva);
  • é mais propenso a controlar a resistência física da vítima, amarrando-a, vendando seus olhos ou mesmo a sufocando;
  • são mais propensos a escolher profissionais do sexo como vítimas;
  • costumam "estudar" os estupros para melhorar sua habilidade e perícia, para isto vendo filmes, lendo livros e usando outros estupros, seus ou de outros criminosos, para análise.

Táticas[editar | editar código-fonte]

Entre as táticas usadas para cometer o crime estão:[9][10][11][12][13]

  • identificar e atrair vítimas em sites de namoro ou nas redes sociais (ver Takahiro Shiraishi);
  • ameaçar a vítima e sua família;
  • drogar a vítima;
  • alguns estupradores em série são específicos com relação ao perfil da vítima (só estupram crianças, por exemplo; ver Eugênio Chipkevitch);
  • alguns estupradores em série levam as vítimas para locais remotos (ver Wellington Ribeiro da Silva).

Tipos[editar | editar código-fonte]

A polícia [ao menos a brasileira] classifica os estupradores em:[3]

  • românticos: geralmente são homens solteiros, de poucos amigos, que atacam em intervalos de 2 a 3 semanas e procuram dar ao crime características de um encontro amoroso;
  • vingadores: geralmente são homens que sofreram ou acreditam ter sofrido por causa de uma mulher; costumam ser violentos e atacam a cada seis ou 12 meses;
  • sádicos: é um estuprador em série que tem potencial para se tornar um assassino em série e em geral planejam o crime com cuidado, demorando, muitas vezes, anos para serem descobertos (ver Samuel Little);
  • oportunistas: aproveitam a ocasião, como encontrar uma mulher indefesa durante um assalto a uma residência, por exemplo, sendo que o estupro não era o objetivo inicial do crime.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «How Serial Rapists Target Their Victims». Cosmopolitan (em inglês). 1 de junho de 2011. Consultado em 1 de março de 2022 
  2. a b Rothkopf, Joanna. «Analysis of Untested Rape Kits Reveals Serial Rapists Are 'Far More Common' Than We Thought». Consultado em 20 de julho de 2016 
  3. a b «Por dentro da mente de um estuprador». VEJA. Consultado em 1 de março de 2022 
  4. «Folha de S.Paulo - Estuprador em série não tem classe social - 09/08/98». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 2 de março de 2022 
  5. «Criminal profiling: the reality behind the myth». www.apa.org. Agosto de 2004. Consultado em 2 de março de 2022 
  6. Ó Ciardha, Caoilte (2015). «Experts in rape: Evaluating the evidence for a novice-to-expert continuum in the offense behavior and cognition of sexual offenders» (PDF). Aggression and Violent Behavior. 20: 26–32. ISSN 1359-1789. doi:10.1016/j.avb.2014.12.003 
  7. de Heer, B. (2014). «A Snapshot of Serial Rape: An Investigation of Criminal Sophistication and Use of Force on Victim Injury and Severity of the Assault». Journal of Interpersonal Violence. 31 (4): 598–619. ISSN 0886-2605. PMID 25466982. doi:10.1177/0886260514556110 
  8. Slater, Chelsea; Woodhams, Jessica; Hamilton-Giachritsis, Catherine (2014). «Can Serial Rapists be Distinguished from One-off Rapists?» (PDF). Behavioral Sciences & the Law. 32 (2): 220–239. ISSN 0735-3936. PMID 24723507. doi:10.1002/bsl.2096 
  9. «Arizona teen a 'serial rapist' who victimized 18 girls, sheriff says». Los Angeles Times (em inglês). 3 de maio de 2014. Consultado em 2 de março de 2022 
  10. Zalot • •, Morgan. «Serial Rapist Who Preyed On Teenage Girls Sentenced Up to 196 Years in Prison». NBC10 Philadelphia (em inglês). Consultado em 2 de março de 2022 
  11. «CA Investigation: Failure to test DNA let Cordova serial rapist continue attacks for decade». www.commercialappeal.com (em inglês). Consultado em 2 de março de 2022 
  12. «Reduce the Risk of Becoming a Sexual Assault Victim | Police & Public Safety | UNC Charlotte». police.charlotte.edu. Consultado em 2 de março de 2022 
  13. «Confessions Of A Serial Rapist». Thought Catalog. 20 de janeiro de 2015. Consultado em 21 de julho de 2016