Takahiro Shiraishi

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Takahiro Shiraishi (em japonês, 白石隆浩), também conhecido como o Assassino do Twitter - e algumas vezes também com o Esquartejador de Tóquio - é um estuprador e assassino em série japonês que estrangulou e desmembrou nove pessoas em Tóquio e em outras quatro cidades japonesas entre agosto e outubro de 2017.[1][2]

Ele se declarou "culpado" perante o Tribunal Distrital de Tóquio em 30 de setembro de 2020. Tinha então 29 anos de idade.[1][3]

Foi condenado à pena de morte em dezembro de 2020.[4]

O caso repercutiu entre os japoneses, muitos expressando raiva e outros descrença, e nos grandes veículos de imprensa do Japão, como na Kiodo News, no Japan Times e no The Mainichi. Segundo a Kiodo, Hirofumi Suda, pai de Akari Suda, de 17 anos, que testes de DNA mostraram estar entre as vítimas, disse que "tenho assistido ao noticiário todas as noite, mas ainda não acredito".

A imprensa internacional, como a BBC, e do Brasil, em sites como o UOL e no R7 da Rede Record, também repercutiu o assunto.[5][6]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Takahiro trabalhava num supermercado e se mudou para o apartamento em Zama, província de Kanagawa (imagem do local aqui), onde cometeu os crimes, em 22 de agosto de 2017.[7]

Segundo o The Mainichi, pouco antes dos crimes ele havia mostrado "sinais de instabilidade psicológica", dizendo a pessoas próximas que queria morrer e que não havia razões para continuar vivendo.[7]

Modus operandi[editar | editar código-fonte]

Entre agosto e outubro de 2017, Takahiro estrangulou e desmembrou nove (09) vítimas em Tóquio e em outras quatro cidades (prefeituras) japonesas. Das nove vítimas, oito eram mulheres - todas as vítimas femininas foram estupradas antes de serem mortas. "O único homem do grupo foi morto depois de confrontar Shiraishi sobre o paradeiro de sua namorada", escreveu a BBC em dezembro de 2020.[6]

Ele buscava pessoas que faziam postagens suicidas no Twitter e então, usando um perfil chamado "Hangman" (em tradução do japonês para o inglês; em tradução livre algo como "o homem que pendura/enforca"), as convidava para irem a seu apartamento para as ajudá-las a morrer. [1][7]

"Em sua página no Twitter, Shiraishi se autodenominou o 'profissional do enforcamento' e disse que queria ajudar as pessoas. Seu perfil no Twitter apresentava uma imagem de mangá de um homem com cicatrizes no pescoço e no pulso usando uma corda, com as palavras: 'Quero ajudar as pessoas que realmente sofrem. Por favor, mande um DM a qualquer hora'”, reportou a News Com Au em 2017, que também escreveu que no final nenhuma das vítimas queria morrer, apenas conversar, mas que ele as teria matado mesmo assim. A News também relatou que "ele supostamente deu-lhes álcool ou pílulas para dormir e então as estrangulou até desmaiarem e depois as enforcou".[8]

Após matar suas vítimas, ele guardava seus corpos em locais como caixas térmicas e caixas de ferramentas em seu apartamento. "Ao todo, os policiais descobriram duas cabeças, braços e pernas decepados entre um total de 240 partes de ossos", escreveu a News Com Au em 2017.[1][8]

Ele também foi acusado de ter roubado as vítimas.[1]

Segundo as investigações, Takahiro chegou a pesquisar na internet como mutilar corpos e comprou ferramentas, com uma serra, além de ter praticado como dar nós.[1]

Perfil das vítimas[editar | editar código-fonte]

Matou pessoas jovens, de 15 a 26 anos, sendo oito mulheres e um homem (veja aqui as fotos das vítimas).[1]

Investigações, prisão e pena[editar | editar código-fonte]

Takahiro acabou preso em outubro de 2017, quando policiais procuravam uma mulher de 23 anos, Aiko Tamura, que havia desaparecido em Tóquio. Ao revistarem seu apartamento, os investigadores encontraram várias "caixas de resfriamento" (ou caixas térmicas de piquenique ou geladeiras) contendo partes de corpos, inclusive da mulher que estavam procurando.[1][8]

Ele foi indiciado criminalmente em setembro de 2018, depois de cinco meses de testes psiquiátricos, após os quais a Justiça concluiu que ele poderia ser "responsabilizado" pelos crimes.[1][9]

Declarou-se culpado perante o Tribunal Distrital de Tóquio em 30 de setembro de 2020, mas sua defesa inicialmente alegou que ele deveria ser acusado de um crime "menor", já que havia matados as vítimas com o consentimento destas, o que foi negado pelo próprio criminoso, que depois acabou admitindo que matou as vítimas sem seu consentimento.[1][6]

Acabou condenado à pena de morte em dezembro de 2020.[6] Os seus advogados não apresentaram apelo da sentença.

Referências

  1. a b c d e f g h i j «Japan 'Twitter killer' pleads guilty to killing and dismembering nine people». The Japan Times (em inglês). 30 de setembro de 2020. Consultado em 30 de setembro de 2020 
  2. «O Esquartejador de Tóquio». Vale do Medo. 31 de outubro de 2017. Consultado em 30 de setembro de 2020 
  3. «Começa o julgamento do "assassino do Twitter" no Japão». noticias.uol.com.br. Consultado em 30 de setembro de 2020 
  4. «'Assassino do Twitter' que guardava cabeças de vítimas é condenado à morte no Japão». BBC News Brasil. Consultado em 17 de dezembro de 2020 
  5. NEWS, KYODO. «Families of murder victims mourn over identified loved ones». Kyodo News+. Consultado em 30 de setembro de 2020 
  6. a b c d «'Assassino do Twitter' que guardava cabeças de vítimas é condenado à morte no Japão». BBC News Brasil. Consultado em 17 de dezembro de 2020 
  7. a b c «Suspect says 4 teen girls among victims in Kanagawa dismemberment case: sources». Mainichi Daily News (em inglês). 1 de novembro de 2017. Consultado em 30 de setembro de 2020 
  8. a b c «Serial killer Takahiro Shiraishi dismembered girls' corpses in his flat». NewsComAu (em inglês). 12 de novembro de 2017. Consultado em 30 de setembro de 2020 
  9. «Serial killer é preso após meses de avaliação psiquiátrica no Japão». R7.com. 3 de setembro de 2018. Consultado em 30 de setembro de 2020