Extinção do Permiano-Triássico

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Diagrama do impacto das extinções, com o pico máximo na extinção P–Tr.

A extinção do Permiano-Triássico ou extinção Permo-Triássica (P–Tr ou P–T),[1][2] também conhecida informalmente como Great Dying (em português: Grande Morte),[3][4] foi uma extinção em massa ocorrida por volta de 252 milhões de anos atrás, determinando a passagem do período Permiano para o Triássico, bem como a fronteira entre as eras Paleozoica e Mesozoica.

Este evento é a extinção em massa de maiores proporções que já ocorreu na Terra, resultando no desaparecimento de 95% das espécies marinhas e 70% das espécies terrestres.[5][6][7] Os dados estimam que 57% das famílias e 85% dos gêneros foram ceifados. Tornou-se também o único evento de extinção em massa de insetos conhecido.[8] Por causa de seu impacto, foi descrita como a "mãe de todas as extinções em massa".[9]

A extinção também se tornou a mais lenta para a recuperação da biodiversidade, estimando dez milhões de anos em comparação com outras extinções em massa.[10] Apesar disso, um estudo realizando em Idaho demonstrou que a vida marinha se recuperou com uma relativa rapidez, por volta de dois milhões de anos.[11] As evidências indicam que a extinção ocorreu em três fases distintas,[7][12][13][14] sendo a primeira ocasionada por prováveis mudanças climáticas graduais, tais como: mudança do nível do mar, eventos anóxicos e aumento de períodos de seca.[15] Enquanto as fases posteriores ocorrerem em eventos catastróficos, algumas hipóteses de causas são quedas de meteoroides, massivas erupções vulcânicas (como trapps siberianos),[16] e mudanças climáticas baseadas nas teorias de arma de clatratos e das arqueas metanogênicas.[17]

Referências

  1. Dirson Jian Li (18 de dezembro de 2012). «The tectonic cause of mass extinctions and the genomic contribution to biodiversification». Quantitative Biology. Bibcode:2012arXiv1212.4229L. arXiv:1212.4229Acessível livremente 
  2. Algeo, Thomas J. (5 de fevereiro de 2012). «The P-T Extinction was a Slow Death». Astrobiology Magazine 
  3. St. Fleur, Nicholas (16 de fevereiro de 2017). «After Earth's worst mass extinction, life rebounded rapidly, fossils suggest». The New York Times (em inglês). Consultado em 17 de fevereiro de 2017. Cópia arquivada em 19 de fevereiro de 2017 
  4. Barry , Patrick L. (28 de janeiro de 2002). «The Great Dying» (em inglês). science.nasa.gov. Cópia arquivada em 7 de abril de 2009 
  5. Benton M J (2005). When Life Nearly Died: The greatest mass extinction of all time. London: Thames & Hudson. ISBN 978-0-500-28573-2 
  6. Carl T. Bergstrom; Lee Alan Dugatkin (2012). Evolution. [S.l.]: Norton. p. 515. ISBN 978-0-393-92592-0 
  7. a b Sahney S; Benton M.J (2008). «Recovery from the most profound mass extinction of all time». Proceedings of the Royal Society B. 275 (1636): 759–765. PMC 2596898Acessível livremente. PMID 18198148. doi:10.1098/rspb.2007.1370 
  8. Labandeira CC; Sepkoski JJ (1993). «Insect diversity in the fossil record, in Science». 261. pp. 310–5. PMID 11536548 
  9. Erwin DH (1993). Columbia University Press, ed. The great Paleozoic crisis; Life and death in the Permian. [S.l.: s.n.] ISBN 0-231-07467-0 
  10. «It took Earth ten million years to recover from greatest mass extinction». ScienceDaily. 27 de maio de 2012. Consultado em 28 de maio de 2012 
  11. Brayard, Arnaud; Krumenacker, L. J.; Botting, Joseph P.; Jenks, James F.; Bylund, Kevin G.; Fara1, Emmanuel; Vennin, Emmanuelle; Olivier, Nicolas; Goudemand, Nicolas; Saucède, Thomas; Charbonnier, Sylvain; Romano, Carlo; Doguzhaeva, Larisa; Thuy, Ben; Hautmann, Michael; Stephen, Daniel A.; Thomazo, Christophe; Escarguel, Gilles (15 de fevereiro de 2017). «Unexpected Early Triassic marine ecosystem and the rise of the Modern evolutionary fauna». Science Advances. 13 (2): e1602159. Bibcode:2017SciA....3E2159B. PMC 5310825Acessível livremente. PMID 28246643. doi:10.1126/sciadv.1602159 
  12. Jin YG, Wang Y, Wang W, Shang QH, Cao CQ, Erwin DH (2000). «Pattern of marine mass extinction near the Permian–Triassic boundary in south China». Science. 289 (5478): 432–436. Bibcode:2000Sci...289..432J. PMID 10903200. doi:10.1126/science.289.5478.432 
  13. Yin H, Zhang K, Tong J, Yang Z, Wu S. «The Global Stratotype Section and Point (GSSP) of the Permian-Triassic Boundary». Episodes. 24 (2): 102–114 
  14. Yin HF, Sweets WC, Yang ZY, Dickins JM (1992). «Permo-Triassic events in the eastern Tethys–an overview». In: Sweet WC. Permo-Triassic events in the eastern Tethys: stratigraphy, classification, and relations with the western Tethys. Cambridge, Reino Unido: Cambridge University Press. pp. 1–7. ISBN 978-0-521-54573-0 
  15. Tanner LH; Lucas SG; Chapman MG (2004). «Assessing the record and causes of Late Triassic extinctions». Earth-Science Reviews. 65, 1-2. pp. 103–139. doi:10.1016/S0012-8252(03)00082-5 
  16. Darcy E. Ogdena & Norman H. Sleep (2011). «Explosive eruption of coal and basalt and the end-Permian mass extinction». Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America. 109 (1): 59–62. Bibcode:2012PNAS..109...59O. PMC 3252959Acessível livremente. PMID 22184229. doi:10.1073/pnas.1118675109 
  17. David L. Chandler (31 de março de 2014). «Ancient whodunit may be solved: The microbes did it!». MIT News Office. MIT News. Massachusetts Institute of Technology