Factoide

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Um factoide (nova grafia sem acento agudo, pelo Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa) é uma declaração (falsa, não verificada, ou inventada) questionável ou espúria apresentada como fa(c)to, mas sem provas. O termo também pode ser utilizado para descrever um fa(c)to especialmente insignificante ou novo, na ausência de contexto muito relevante.[1] O termo correspondente em inglês, factoid, é definido pelo Compact Oxford English Dictionary como “um item de informação não confiável que é repetido tantas vezes que se torna aceito como fa(c)to”.[2]

Origem[editar | editar código-fonte]

A palavra factoide (do inglês factoid) foi cunhada por Norman Mailer em sua biografia de 1973 sobre a atriz Marilyn Monroe. Mailer descreveu um factoide como “fa(c)tos que não tinham existência antes de aparecer em uma revista ou jornal”[3][4] – e criou a palavra, combinando o substantivo fact e o sufixo -oid, que significa “semelhante, mas não o mesmo”. O Washington Times descreveu a nova palavra de Mailer como “algo que se parece com um fa(c)to, pode ser um fa(c)to, mas na verdade não é um fa(c)to”.[5]

Exemplos[editar | editar código-fonte]

A Grande Muralha da China não pode ser vista a olho nu a partir da Lua.[6]
  • A Grande Muralha da China é muitas vezes considerada como sendo o único objeto feito pelo homem visível da Lua.[7] Na realidade, nenhum objeto feito pelo homem na Terra pode ser visto a olho nu a partir da Lua da Terra. Dadas boas circunstâncias pode-se ser capaz de discernir o resultado de alguma atividade humana, como a modificação da costa da Holanda, ou a secagem parcial do Mar de Aral, mas mesmo isso não seria fácil. Alguns astronautas relataram ter visto a Grande Muralha a partir da órbita baixa da Terra, entre uma série de estruturas feitas pelo homem. Na realidade, um espectador precisaria de acuidade visual 17.000 vezes melhor do que a normal (20/20) para ver a muralha da Lua, e uma visão oito vezes melhor do que o normal para vê-la de órbita baixa da Terra.[6]
  • Cães e gatos são muitas vezes pensados ser daltônicos e ver o mundo em escalas de cinza. Isso está errado. Eles têm a visão de cores, dicromata, mas não tanto quando a visão humana que é tricromata, isto é, luz vermelha, verde e azul.[8][9]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Steve Wright's Book of Factoids. [S.l.]: Harper. 2006. ISBN 978-0-00-724029-6  As read on his hit BBC Radio show "Steve Wright in the Afternoon".
  2. Elizabeth Jewell. The Pocket Oxford Dictionary and Thesaurus. Oxford University Press; ISBN 978-0-19-530715-3. p. 284.
  3. Mailer, Norman (1973). Marilyn: A Biography. [S.l.]: Grosset & Dunlap. ISBN 0-448-01029-1 
  4. "Um factoide é um fato que não tinha existência na terra além do que apareceu nos jornais(...)", Michael Lennon. Conversations with Norman Mailer. Univ. Press of Mississippi; 1988. ISBN 978-0-87805-352-0. p. 194.
  5. Pruden, Wesley (23 de janeiro de 2007). «Ah, there's joy in Mudville's precincts». The Washington Times. Consultado em 24 de fevereiro de 2012 
  6. a b López-Gil, Norberto (julho de 2008). «Is it Really Possible to See the Great Wall of China from Space with a Naked Eye?». Elsevier. Journal of Optometry. 1 (1): 3-4 
  7. "ùnico vestígio humano que pode ser avistado da Lua e dos planetas próximos da Terra.(...)", Jayme Copstein. Notas Curiosas da Espécie Humana. Editora AGE Ltda; ISBN 978-85-85627-47-8. p. 45.
  8. Cecil Adams, "Are cats and dogs really color-blind? How do they know?" May 1, 1987, The Straight Dope website. Accessed November 22, 2010.
  9. Paulette Clancy, "Cats, dogs can see some color: Are cats and dogs color blind? Do cats' eyes glow in the dark?" Ask A Scientist! October 22, 1998. Found at Cornell University website. Accessed November 22, 2010.