Farol da Ponta da Ribeirinha

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Farol da Ponta da Ribeirinha

Farol da Ribeirinha (1996)

Mapa
Número nacional
854
Localização
Coordenadas
Banhado por
Localização
Localização
Altitude
136[2]
História
Período de construção
1919 (torre original)
Inauguração
1999 (farolim actual)[1]
Eletrificação
Estatuto patrimonial
sem protecção legal (d)Visualizar e editar dados no Wikidata
Arquitetura
Altura
5
Material
Altura focal
136 m
Material
Cor
Equipamento
Ótica original
Ótica
Lanterna ML 300 mm
Lâmpada
12V / 50 W
Alcance luz
Luz característica
Identificadores
№ Faróis de Portugal
854
internacional
D-2692
№ da ARLHS
AZO-020[4]
№ da NGA
113-23344[3]
MarineTraffic

O Farol da Ponta da Ribeirinha localiza-se na Ponta da Ribeirinha, Ribeirinha, Ilha do Faial, nos Açores, em Portugal.

A torre original e edifícios anexos encontram-se em ruínas em resultado do Sismo de 9 de Julho de 1998.

Actualmente, nas proximidades da torre original, está activo um farolim, instalado numa coluna metálica, branca, com 5 metros de altura.[2][3]

História[editar | editar código-fonte]

Farol da Ribeirinha, Ribeirinha, destruído pelo terramoto de 1998.
Farol da Ribeirinha, destruído pelo terramoto de 1998, vistas.

O Farol original consiste numa torre quadrangular de alvenaria forrada de azulejo branco com 14 metros de altura. Tem anexo um edifício de um pavimento, que servia para habitação dos faroleiros.[4] Começou a ser construído em Maio de 1915, tendo sido inaugurado em 1 de Novembro de 1919. Em resultado do sismo de 1998, tanto a torre como os edifícios anexos sofreram graves danos, que levaram à sua desactivação. O sismo teve origem numa falha tectónica submarina, a cerca de 5 km da Ponta da Ribeirinha, tendo o seu epicentro a cerca de 16 Km a NNE da cidade da Horta, com magnitude 5,8 na escala de Richter e com intensidade máxima de VIII (Escala de Mercalli Modificada).[5][6]

Em sua substituição, foi montada em 1999 uma lanterna ML de 300 mm numa coluna cilíndrica de ferro galvanizado com 25,4 cm de diâmetro e 5 metros de altura. Possui uma lâmpada de 12V / 50W, alimentada a energia solar, que lhe garante um alcance de 12 milhas náuticas, apresentando uma luz característica de grupos de três relâmpagos brancos, com um período de 20 segundos.

Previa-se então a demolição da torre original,[1] o que não se veio a concretizar, graças a acção da Liga dos Amigos do Farol que em 2001 apresentou um abaixo-assinado com o objectivo preservar o património e reconstruir o farol, para que se pudesse restituir a dignidade a um marco importante da história da freguesia e da ilha. Pretende-se criar na Ribeirinha um espaço digno para expor a lanterna e a respetiva ótica de cristal.[7] Algumas peças mais antigas deste farol foram confiadas à Casa do Povo da Ribeirinha, onde podem ser visitadas.

Dados cronológicos[editar | editar código-fonte]

  • 1883 - O Plano Geral de Alumiamentos e Balizagem, previa já a instalação de um farol de 4ª ordem
  • 1891 - De novo era defendida a instalação de um farol de 4ª ou 5ª ordem pelo conselheiro Almeida de Ávila
  • 1902 - Uma comissão voltava a defender a construção do farol, desta vez de 6ª ordem
  • 1915 - É encomendada à casa Barnier, Bérnard & Turenne um aparelho ótico de 2ª ordem, (700 mm de distância focal), que viria a equipar o futuro farol
  • 1919 - 1 de Novembro, entrada em funcionamento da torre inicial, com fonte de luz proveniente de um bico de nível constante com um alcance de 28 milhas náuticas
  • 1937 - Passou a usar o sistema de incandescência por vapor de petróleo, atingindo um alcance de 34 milhas náuticas
  • 1958 - Electrificado com grupos de geradores electrogéneos, e lâmpada de 3 000 W
  • 1973 - 23 de Novembro, abalos sísmicos[5] provocaram danos, posteriormente reparados; a lâmpada era então de 1 000 W com um alcance de 28 milhas náuticas
  • 1998 - 9 de Julho, farol muito danificado por abalo sísmico,[6] o que causou a sua inoperabilidade[2]
  • 1999 - Aviso de demolição definitiva do farol e substituição pelo novo farolim[1]
  • 2001 - Abaixo-assinado da Liga dos Amigos do Farol a favor da reconstrução do Farol da Ribeirinha[7]
  • 2007 - Criação da associação Amigos do Farol da Ribeirinha[8]
  • 2009 - Intervenção de remoção de entulhos para garantir melhores condições de segurança[9]
  • 2017 -Recentemente e na sequência de todas a diligências que foram desenvolvidos inicialmente por a Junta de Freguesia, contando com várias parcerias que resultaram numa proposta de intervenção para o farol da Ribeirinha. Liderada pela Direcção Regional da Cultura, foi apresentada uma proposta de intervenção a 19 de Maio de2017, que visa requalificar a ruína consolidando primeiro o muro, e toda a estruturas e torre instalando uma escada técnica e posteriormente um farolim automático, esta intervenção vai culminar com a construção dos módulos de museologia e elaboração de conteúdos. Os quatro módulos terão quatro temáticas; Importância – porto da Horta, navegação e sinalização. História pré sismo - construção e funcionamento. Sismo de 1998 – descrição e explicitação da reconstrução. História pós sismo – faróis na atualidade – museografia e funcionalidade.

Outras informações[editar | editar código-fonte]

  • Outras designações: Farol da Ribeirinha, Farolim da Ribeirinha

Referências

  1. a b c «Aviso aos Navegantes 323/99». Instituto Hidrográfico. 1999. Consultado em 3 de Dezembro de 2009. Arquivado do original em 14 de março de 2010 
  2. a b c d «Aviso aos Navegantes 189/05». Instituto Hidrográfico. 2005. Consultado em 3 de Dezembro de 2009. Arquivado do original em 14 de março de 2010 
  3. a b «Ponta da Ribeirnha». NGA List of Lights - Pub. 113 - Aid No. 23344 (em inglês). NGA - National Geospatial-Intelligence Agency. 26 de setembro de 2009. Consultado em 31 de agosto de 2010 
  4. a b Russ Rowlett (26 de março de 2009). «Ribeirinha» (em inglês). The Lighthouse Directory. Consultado em 3 de Dezembro de 2009 
  5. a b «Relembrar o terramoto de 9 de Julho de 1998». Centro de Vulcanologia e Avaliação de Riscos Geológicos. 9 de Julho de 2008. Consultado em 3 de Dezembro de 2009 
  6. a b «1998.Julho - Faial, Pico, S. Jorge». Centro de Vulcanologia e Avaliação de Riscos Geológicos. 2009. Consultado em 3 de Dezembro de 2009 
  7. a b «Ata de reunião ordinária» (PDF). Câmara Municipal da Horta. 22 de Março de 2001. Consultado em 3 de Dezembro de 2009 [ligação inativa]
  8. «O Nosso Farol». Junta de Freguesia da Ribeirinha. 6 de Novembro de 2007. Consultado em 3 de Dezembro de 2009. Arquivado do original em 27 de março de 2008 
  9. «Acesso ao Farol da Ribeirinha Com Mais Segurança». Faial Digital. 9 de Fevereiro de 2009. Consultado em 3 de Dezembro de 2009 [ligação inativa]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Aguilar, J. Teixeira de, 1945-; Nascimento, José Carlos Nascimento, fotogr.; Santandreu, Roberto, 1948-, fotogr. (2005). Onde a Terra Acaba. História dos Faróis Portugueses 2ª ed. Lisboa: Pandora. 324 páginas. ISBN 972-8247-03-6 
  • Portugal. Ministério da Marinha. Direcção de Faróis (2005). Faróis de Portugal 2ª ed. Lisboa: Ciência Viva. 110 páginas. ISBN 972-97805-9-5 
  • FURTADO. Eduardo Carvalho Vieira. Guardiães do Mar dos Açores: uma viagem pelas ilhas do Atlântico. s.l.: s.e., 2005. 298p. mapas, fotos. ISBN 972-9060-47-9
  • Faial, Açores: Guia do Património Cultural. Edição Atlantic View – Actividades Turísticas, Lda., 2003. ISBN 972-96057-1-8 p. 70.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Farol da Ponta da Ribeirinha