Forte da Ribeira Quente

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Ribeira Quente, Povoação.

O Forte da Ribeira Quente localizava-se no lugar da Ribeira, na convergência da Ribeira dos Tambores com o mar, na freguesia da Ribeira Quente, concelho da Povoação, no sudeste da ilha de São Miguel, nos Açores.

Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

História[editar | editar código-fonte]

Ao final do século XVIII, a Relação dos Castelos e mais Fortes da Ilha de S. Miguel do seu estado do da sua Artelharia, Palamentas, Muniçoens e do q.' mais precizam, pelo major engenheiro João Leite de Chaves e Melo Borba Gato, informava:

"Forte da Rib.a Quente - Termo da V.a Franca cituado quaize em 1/3 da extensão da praia, a maior da Ilha de 798 braças e oito palmos e meio, 240 braças e 7 palmos a esquerda do Forte, Leste, e 558 e palmo e meio a direita, Oeste; a sua baze he hu'a especie de saibro, e pedra pomes de q.' se compoem quaize todos os montes, e serras circunvizinhos ao lug.r das Furnas da lava q.' os vulcoens subterraneos na sua primeira erupção lançarão: Tem 5 canhoneiras e 5 peças desmontadas, palamenta e muniçoens nada. Tãobem reputo este por inutil porq.', alem da extenção, o inimigo q.'aqui desembarcou não tinha nem podia abrir estradas, porq.' serras altissimas de tão dificil accesso q.'apenas dão hu' estreito atalho."[1]

Em um outro documento, sobre o forte o mesmo autor referiu ainda:

"No distrito de Vila Franca, poico mais de 3 légoas, a leste de Vila Franca o do ribª quente [forte], 2 1/2; esta cituado em meio de hûa pequena praia de ceixos miudos, e serve de porto do lug. tem hûma ruina em o flanco direito, Oeste, não tem pottoens, as cazas habitadas; porem em bom estado; tem 7 canhoneiras e 7 peças desmontadas, 'apalamenta e munições nada".[2]

Esta estrutura não chegou até aos nossos dias. Conserva-se apenas a toponímia "rua do Castelo".

Características[editar | editar código-fonte]

Constituiu-se em um forte de pequenas dimensões, em cujos muros se rasgavam cinco canhoneiras. Não foram localizados detalhes complementares sobre as suas edificações de serviço (Casa do Comando, Quartel de Tropa, Paiol de Pólvora) ou sua evolução.

Referências

  1. BORBA GATO, 2000.
  2. BORBA GATO, João Leite de Chaves e Melo. Ofício datado de Ponta Delgada, 10 de abril de 1797, ao Secretário de Estado da Marinha e do Ultramar, D. Rodrigo de Sousa Coutinho. in Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Documentos dos Açores, maço nº 16.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • BORBA GATO, João Leite de Chaves e Melo. "Proposta de Plano Defensivo de São Miguel, e Situação da Fortificação e da Artilharia da Ilha" (Arquivo Histórico Ultramarino). in Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. LVIII, 2000.
  • VIEIRA, Alberto. "Da poliorcética à fortificação nos Açores: introdução ao estudo do sistema defensivo nos Açores nos séculos XVI-XIX". Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. XLV, tomo II, 1987.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]