Glicerinação

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Técnica de glicerinação aplicada na língua de um caprino. Em exposição no MAV/USP.

Nos campos da histologia, patologia, e biologia celular, a glicerinação é uma técnica anatômica de preparação e conservação que permite manter os tecidos úmidos e ao mesmo tempo sem a imersão em soluções conservadoras. Essa técnica teve início com o descobrimento da glicerina em 1779, pelo químico sueco Karl Wilhelm Scheele (1742-1786). Em 1884 o italiano Carlo Giacomini propôs sua utilização em peças anatômicas. A publicação de Laskowski (1886) mostrou a eficácia da combinação da glicerina com outros compostos conservantes, o que favoreceu a inclusão de cadáveres e de peças com grandes quantidades de tecido biológico.[1] A técnica de glicerinação é comumente usada na maioria das faculdades de medicina do Brasil em cadáveres humanos em aulas práticas de anatomia.[2] Apesar do método de glicerinação possuir um alto custo, as faculdades que a utilizam não planejam mudar tal processo de conservação. Sabendo-se que as peças glicerizadas são mais fáceis de se manusear e apresentam menor intensidade de peso e cheiro, devido à diminuição de vapores prejudiciais aos manipuladores e excelentes resultados estéticos e morfológicos.[3]

Comparando a glicerinação com a formolização[editar | editar código-fonte]

Existem critérios para se escolher a melhor técnica de conservação das peças anatômicas, para isso alguns aspectos são levados em consideração: os custos, a toxicidade, a técnica, o manuseio das peças no pós-preparo, a necessidade de manutenção da morfologia e a coloração mais próxima possível do estado real e o odor. Deste modo, devido a insalubridade do formol, a glicerinação é o principal método desejado pelas faculdades, que planejam alterar a metodologia de conservação.[4]

Galeria[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Moscol Gonzales, J. A; Castro Charo, I. (1989). Las técnicas de conservacion em anatomia. Lima: Serviços gráficos S.C.R.L. 176 páginas 
  2. da Silva, Guilherme Rodrigues; Cortez, Pedro Olímpio Barros Cavalcante; Lopes, Isabela de Sousa Leal; Teixeira, Bruna de Alcobaça Castelo Branco; Leal, Noelia Maria de Sousa (outubro–dezembro de 2016). «Métodos de conservação de cadáveres humanos utilizados nas faculdades de medicina do Brasil». Revista de Medicina (São Paulo). p. 156. Consultado em 2 de março de 2017 
  3. da Silva, Guilherme Rodrigues; Cortez, Pedro Olímpio Barros Cavalcante; Lopes, Isabela de Sousa Leal; Teixeira, Bruna de Alcobaça Castelo Branco; Leal, Noelia Maria de Sousa (outubro–dezembro de 2016). «Métodos de conservação de cadáveres humanos utilizados nas faculdades de medicina do Brasil». Revista de Medicina (São Paulo). p. 160. Consultado em 2 de março de 2017 
  4. Silva, EM; Souza Filho, GD; Souza, MCT; Marques, T; Furtado, JM (2008). «Estudo analítico da Técnica de Glicerinização empregada para conservação de peças anatômicas: experiência da disciplina de Anatomia Humana do Departamento de Morfologia da UniFOA.» (PDF). Cad UniFOA (Rio de Janeiro). p. 160. Consultado em 2 de março de 2017