Gomes Lourenço da Cunha

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Gomes Lourenço
Gomes Lourenço da Cunha
Armas dos Cunhas, senhores de Tábua
Nome completo Gomes Lourenço da Cunha
Nascimento
Reino de Portugal
Morte 1286
Reino de Portugal
Nacionalidade Portugal Portugal
Ocupação Foi um nobre do Reino de Portugal, padrinho do Rei D. Dinis I de Portugal e senhor de vastos latifúndios nas terras de Cunha e Varzim (Varzim dos Cavaleiros).

Gomes Lourenço da Cunha (? - 1286)[1] foi um nobre do Reino de Portugal, e padrinho do Rei D. Dinis I.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Foi senhor de grandes latifúndios nas terras de Cunha,[2] em Braga [3][4] Estas terras - por desacatos feitos às freiras do Convento de Santa Ana de Coimbra - passaram depois, por ordem do rei D. Dinis I de Portugal, ao Padroado Real em 8 de Setembro de 1285.[2]

Em Varzim (Póvoa de Varzim), Gomes Lourenço detinha ainda vastas propriedades agrícolas,mas o ataque de D. Sancho I à Honra de Varzim e à torre de Cunha havia retirado ao senhorio várias propriedades,[5] incluindo o Porto de Varzim. Gomes Lourenço decidiu não acatar a perda do porto e desafiou o rei, ao continuar a exigir tributo feudal aos pescadores do porto.[6]

D. Gomes Lourenço - deduz-se das próprias Inquirições do ano de 1290 - aproveitou as suas relações com pessoas importantes para que lhe fosse reconhecido como honra (senhorio) o porto de Varzim, localizado no reguengo de Veracim de Jussãao (Varzim de Jusão), tentando convencer D. Dinis de que seu pai, Afonso III, lho tinha usurpado injustamente. Assim, D. Gomes e sua linhagem, que alegavam o domínio da honra de Varzim (honrra de Veracim), foram ao porto obter o navão dos pescadores, com a justificação da honra de Varzim.[6]

Foi, também, administrador do vínculo instituído por sua irmã, Urraca Lourenço da Cunha (já viúva de Martim Martins Dade, alcaide de Santarém), no ano de 1269.[7] Esse vínculo passaria, por sucessão, para a família Novais, morgados de Parada, e destes para os senhores da honra de Barbosa.[7]

Relações familiares[editar | editar código-fonte]

Era filho primogénito[8] de Lourenço Fernandes da Cunha [9][10] (1180 -?) e de Sancha Lourenço Macieira. Casou por duas vezes, a primeira com Teresa Gil da Arões filha de Gil Guedaz Guedeão (1170 -?) e de D. Maria Fernandes de Sousa (1150 -?) com quem teve:

  1. Lourenço Martins da Cunha,
  2. Vasco da Cunha,
  3. Gonçalo Gomes da Cunha,
  4. Aldonça Gomes casou com Martim Martins Zote,
  5. Mécia Gomes casou com Joane Anes Redondo,
  6. Maria Gomes casou com Fernão Gonçalves Moreira

Do seu segundo casamento, com Maria Martins do Vinhal (c. 1260 -?) filha de D. Martim Annes do Vinhal (12401293) e de Sancha Pires de Paiva (1245 -?) não houve descendência.

O sucessor de Gomes Lourenço - ou de, pelo menos, parte dos seus bens - parece ter sido seu irmão, João Lourenço da Cunha, que teve o padroado do mosteiro de São Salvador do Souto e foi herdado no julgado de Tábua, lá instituindo um morgadio em 1262.

João Lourenço não parece ter deixado geração, pois sucedeu na posse desse morgadio de Tábua um outro irmão, Vasco Lourenço da Cunha, também senhor da honra do julgado de Tábua. [11]

Referências

  1. Gomes Lourenço da Cunha[ligação inativa]
  2. a b «Cunha (freguesia).». Consultado em 24 de julho de 2012. Arquivado do original em 22 de março de 2016 
  3. José Augusto de Sotto Mayor Pizarro, Linhagens Medievais Portuguesas - 3 volsUniversidade Moderna, 1ª Edição, Porto, 1999, vol. 2-pg. 351.
  4. Manuel José da Costa Felgueiras Gayo, Nobiliário das Famílias de Portugal, Carvalhos de Basto, 2ª Edição, Braga, 1989, vol. IV-pg. 166 (Cunhas) e vol. X-pg. 355 (Sousas).
  5. Amorim, Manuel (2003). A Póvoa Antiga. [S.l.]: Na Linha do horizonte - Biblioteca Poveira CMPV 
  6. a b Estudos de Cronologia: Os mais antigos documentos escritos em português - Instituto Camões
  7. a b Cardoso, Augusto-Pedro Lopes. «Vicente Novais, o que veio rico da Índia». Armas e Troféus, Revista de História, Heráldica, Genealogia e Arte: 293 - 296. Consultado em 12 de agosto de 2021 
  8. Freire, Anselmo Braamcamp (1921). Brasões da Sala de Sintra, Livro Primeiro. University of Toronto. [S.l.]: Coimbra : Imprensa da Universidade. p. 157 
  9. Lourenço Fernandes da Cunha[ligação inativa]
  10. Manuel José da Costa Felgueiras Gaio, Nobiliário das Famílias de Portugal, Carvalhos de Basto, 2ª Edição, Braga, 1989. vol. IV-pg. 144 (Cunhas)
  11. Anselmo Braamcamp Freire, op. cit., pp. 158 - 159