Joaquim Antônio Cordovil Maurity

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Joaquim Antônio Cordovil Maurity
Joaquim Antônio Cordovil Maurity
Cordovil Maurity, jovem
Outros nomes Almirante Maurity
Nascimento 13 de janeiro de 1844
Rio de Janeiro
Morte 6 de janeiro de 1915 (70 anos)
Rio de Janeiro
Residência Rio de Janeiro
Nacionalidade brasileiro
Progenitores Mãe: Joaquina Eulália Cordovil de Siqueira e Melo
Pai: Jacob Maria Maurity
Ocupação Oficial da Marinha do Brasil
Serviço militar
Conflitos

Joaquim Antônio Cordovil Maurity (Rio de Janeiro, 13 de janeiro de 1844 – Rio de Janeiro, 6 de janeiro de 1915) foi um almirante da Armada Imperial Brasileira e da Marinha do Brasil, herói condecorado da Guerra do Paraguai.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Era um dos seis filhos do português Jacob Maria Maurity e sua esposa Joaquina Eulália Cordovil de Siqueira e Melo, descendente do clã de provedores da fazenda real cujo engenho deu nome a bairro do Rio de Janeiro.[1]

Foi o comandante do monitor encouraçado Alagoas na vitoriosa Passagem de Humaitá, durante a Guerra do Paraguai. Distinguiu-se no episódio pois ignorando ordens avançou sozinho,[2] durante pelos menos três tentativas, sob intenso fogo da artilharia do forte, logrando êxito.[3]

Sobre o seu sucesso quando da vitória em Humaitá, registrou o Visconde de Taunay sobre sua volta ao teatro da guerra após a retirada da Laguna como secretário do Conde D'Eu: “o meu objetivo era a glória, glória em todos os sentidos, militar, literário!... Pensava, então, poder subir, subir muito alto, tornando-me conhecido em todo o Brasil, assim uma espécie de Maurity, cujo nome era tão aclamado desde a célebre façanha na passagem pelas baterias de Humaitá, a 18 de janeiro de 1868” e que “Era, com efeito, difícil gozar de mais popularidade do que este oficial da marinha. (...) Naquele tempo, porém, não se falava senão em Maurity, e por toda a parte, cidades do litoral e do interior o aclamavam e davam-lhe brilhantes e seguidas festas.”[4]

Pós-morte e homenagens[editar | editar código-fonte]

Capitão-tenente Joaquim Antônio Cordovil Maurity (Angelo Agostini, publicado em A Vida Fluminense, 1868).
Rótulo de cigarro com homenagem "Ao Bravo da Passagem de Humaitá".

Sua residência no Rio era um palacete que, após sua morte, se tornou a "Pensão Maurity", pertencente a uma portuguesa e na qual morou o escritor Pedro Nava; sobre esta residência na Haddock Lobo registrou Nava: "ficava no lado ímpar, chegando à esquina da Matoso e tenho quase certeza de que ocupava com seu jardim lateral e terrenos do fundo, a área onde estão hoje os prédios numerados de 131 a 137"; prossegue: "Que bela casa! tão típica das grandes residências do fim do século passado e início do atual (...) só há muito pouco tempo seria moradia coletiva pois seu dono morrera recentemente, em 1915, aliás ainda não muito velho pois era de 1846. Todo o lado direito de quem olhava a casa era cego e corria parede-meia com a vizinha. Entrava-se pela esquerda, por largo portão de ferro encimado por florões com o M do dono da casa. Rodava sobre vastas pilastras de granito cada uma sobrepujada por cinco granadas acesas, símbolo do artilheiro que ali habitara"; Nava segue sua descrição, narrando sobre os jardins e o quintal, passando pela casa onde as portas tinha maçanetas de cristal com o "M" de "Maurity" gravado, ornadas por símbolos navais como cordas e âncoras.[5]

Referências

  1. Waldyr da Fontoura Cordovil Pires (2000). Cordovil: suas origens, a família, o bairro. [S.l.]: Edição do Autor 
  2. «NGB - Monitor Encouraçado Alagoas». www.naval.com.br. Consultado em 3 de abril de 2019 
  3. Rodrigues, Luís Severiano Soares (19 de junho de 2013). «Guerra do Paraguai: Todos só falam em Maurity». www.brasilimperial.org.br. Consultado em 3 de abril de 2019. Cópia arquivada em 30 de março de 2019 
  4. Afonso d'Escragnolle Taunay (1960). Memórias. [S.l.]: Biblioteca do Exército Editora. Citações à pág. 315 
  5. Pedro Nava (2012). Chão de Ferro. [S.l.]: Companhia das Letras. 456 páginas. ISBN 9788580863642. Consultado em 30 de março de 2019