José Maria Gonzaga

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José Maria Gonzaga
Duque de Guastalla
José Maria Gonzaga
Retrato de José Maria Gonzaga
Duque de Guastalla
1º. Reinado 16 de abril de 1729 - 1734
Consorte Leonor de Schleswig-Holstein-Sonderburg-Wiesenburg
Antecessor(a) Antônio Ferrante
Sucessor(a) Ocupação Francesa
2º. Reinado 1738 - 15 de agosto de 1746
Predecessor(a) Ocupação Francesa
Sucessor(a) Maria Teresa
 
Nascimento 20 de abril de 1690
  Guastalla, Ducado de Guastalla
Morte 15 de agosto de 1746 (56 anos)
  Guastalla, Ducado de Guastalla
Casa Casa Ducal de Guastalla
Dinastia Família Gonzaga, ramo Gonzaga-Guastalla
Pai Vicente Gonzaga, Duque de Guastalla
Mãe Maria Vitória Gonzaga
Filho(s) sem geração

José Maria Gonzaga (em italiano: Giuseppe Maria Gonzaga; Guastalla, 20 de abril de 1690 – Guastalla, 15 de agosto de 1746) foi um nobre italiano, membro do ramo dos Guastalla, da Casa de Gonzaga.

Foi sexto e último Duque de Guastalla de 1729 até à sua morte.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Infância e juventude[editar | editar código-fonte]

Ele era o filho mais novo do duque Vicente Gonzaga e de Maria Vitória Gonzaga, filha de seu primo Ferrante III Gonzaga, duque de Guastalla.

Era o irmão mais novo do duque António Ferrante Gonzaga, a quem sucedeu em 1729.

Em 1714 mudou-se para o Reino de Nápoles para tomar posse dos territórios paternos (o Condado de San Paolo), mas nos primeiros meses do ano seguinte, já regressara ao norte de Itália, mais precisamente a Veneza [1] depois de assinar uma procuração para a tia Leonor Gonzaga, abadessa num mosteiro napolitano.

Em Veneza, José Maria foi vigiado por servos de seu irmão António Ferrante, devido aos crescentes sintomas de demência [2]: meio paralítico, tinha muitos tiques e manias; começava a chorar sem razão e o pânico de ser assassinado fazia com que não conseguisse sair do quarto. O exílio em Veneza terminou apenas em 30 de abril de 1729, quando foi obrigado a regressar a Guastalla para tomar posse do ducado, dada a morte repentina, sem descendência, de seu irmão.

Reinado[editar | editar código-fonte]

Em Guastalla, o novo duque chegou sob condições físicas e psíquicas que impossibilitavam o exercício do poder, que permaneceu nas mãos do primeiro-ministro conde Pomponio, Conde de Spilimberg. No entanto, essas condições também eram bem conhecidas em Viena (Guastalla era feudo imperial), de modo que apenas cinco dias após a tomada do poder (5 de maio de 1729), a corte imperial enviou o seu próprio inspetor para verificar se José Maria estaria apto para exercer o poder no ducado. Após a visita, foi declarado que o duque poderia vir a melhorar e, portanto, não foi deposto; a título cautelar, no entanto, o Tribunal Imperial ordenou o seu casamento com uma princesa alemã, Leonor de Schleswig-Holstein-Sonderburg-Glücksburg (1715-1760), filha do Duque Leopoldo de Schleswig-Holstein-Sonderburg-Wiesenburg (1674-1744) e de Maria Isabel von und zu Liechtenstein (1683-1744): o casamento foi celebrado em 29 de março de 1731, mas não teve descendência.

Com a Guerra da Sucessão da Polónia (1733), a Itália foi afetada por diversas campanhas e confrontos militares. A neutralidade de Guastalla não foi respeitada pelos franco-espanhóis-sardos, que pretendiam ocupar a fortaleza estratégica da cidade como base para suas operações contra os austríacos no norte da Itália. Por prudência, no final de 1733, a duquesa retirou-se para Veneza com o marido. Alguns meses mais tarde, a cidade foi conquistada pelos franco-sardos, comandados por Carlos Emanuel III de Saboia, que entraram em confronto com os austríacos na Batalha de Guastalla (19 de setembro de 1734). Após a vitória dos franco-sardos, a cidade permaneceu em suas mãos até 1736, quando foi devolvida ao legítimo duque que retornou, com o compromisso para manter uma guarnição espanhola na cidade.

Os duques recuperaram a posse de um ducado arruinado, devastado pela guerra, esmagado pela obrigação de manter a onerosa guarnição espanhola: a duquesa - com o apoio de Viena - conseguiu expulsar Spilimberg da regência (1739) e obter para si mesma a regência do marido deficiente.

Em 1746, Guastalla esteve novamente envolvida em conflitos europeus durante a Guerra da Sucessão da Áustria: o exército Imperial de Maria Teresa da Áustria e de Carlos Emanuel III (desta vez aliado ao Império) bombardeou a cidade para expulsar a guarnição espanhola, ocupando-a a 3 de abril de 1746. Pouco antes, os duques haviam fugido para Pádua, de onde José Maria nunca mais regressou. De fato, ele morreu a 15 de agosto desse ano devido a um derrame.

Como do casamento com Leonor não houve descendência, o ducado de Guastalla foi vendido ao Sacro Império Romano, na figura de Maria Teresa da Áustria, como imperatriz e duquesa de Milão e, dois anos depois, pelo Tratado de Aquisgrão (1748), tornou-se parte do Ducado de Parma e Placência, ao qual se manteve vinculado até 1847, ano em que passou para o controle do Ducado de Módena e Reggio.


José Maria Gonzaga
Nascimento: 20 de abril 1690 Morte: 15 de agosto 1746
Precedido por
António Ferrante

Duque Soberano de Guastalla

1729 - 1746
(ocupação francesa 1734-1738)
Sucedido por
integrado nos domínios Austríacos
Precedido por
António Ferrante
Príncipe de Sabioneta
Príncipe de Bozzolo
Marquês de Ostiano

1729 - 1746
Sucedido por
integrado nos domínios Austríacos

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. ver http://www.treccani.it/enciclopedia/giuseppe-maria-gonzaga_ (Dicionário biográfico)
  2. Maria del Rio, La malattia mentale di Giuseppe Maria Gonzaga ultimo duca di Guastalla, ver bibliografia