Luís Cardoso

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Pe. Luís Cardoso
Se procura o escritor timorense, veja Luís Cardoso de Noronha.

Luís Cardoso (Pernes, c. 1694Lisboa, 3 de Julho de 1769), mais conhecido por Padre Luís Cardoso, foi um religioso da Congregação do Oratório de São Filipe Neri, membro da Academia Real da História Portuguesa e cronista e historiógrafo de vulto[1]. Foi irmão do historiador Pe. António dos Reis.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nasceu em Pernes por volta de 1694, irmão do clérigo e historiador D. António dos Reis. Ingressou no convento de Lisboa da Congregação do Oratório de São Filipe Neri, na qual qual for ordenado presbítero.

Dedicou-se ao estudo da corografia e da historiografia local, compilando um Dicionário Geográfico ou Notícia Histórica de todas as cidades, vilas, lugares e aldeias, rios, ribeiras e serras dos reinos de Portugal e Algarve, cujos dois primeiros volumes, lugares da letra A à letra C, foram publicados em 1747 e 1752. O resto da obra ficou inédito por se ter perdido devido ao Terramoto de 1755, embora nas vésperas do terramoto o padre Luís Cardoso tivesse já o material manuscrito necessário à publicação dos outros volumes do Dicionário Geográfico, que no entanto se perderam na altura da catástrofe[2]. Na realidade estão preservados na Torre do Tombo 47 tomos de memórias resultantes de um inquérito realizado em 1758 e que eventualmente seriam destinados a continuar a obra[3]. Na sua descrição geográfica, para além de apontamentos históricos, inclui interessantes apontamentos sobre a geologia, a fauna e a vegetação das regiões estudadas.

Também foi cronista da Gazeta de Lisboa e historiógrafo de vulto, comparte da sua obra publicada anonimamente ou sob o pseudónimo Paulo de Niza, entre a qual se destacam os vários volumes do Portugal Sacro-Profano (1767).

Foi sócio da Academia Real da História Portuguesa, apresentado em 1736 por D. Francisco Xavier de Meneses, o 4.º conde da Ericeira. Faleceu a 3 de Julho de 1769, deixando várias obras literárias inéditas.

Notas

  1. Nota biográfica do Padre Luís Cardoso.
  2. A afirmação, um tanto comum, de que ficaram em arquivo na Torre do Tombo os manuscritos em falta é errónea, embora essa suposição seja referida no Dicionário Bibliográfico de Inocêncio Francisco da Silva, possivelmente o primeiro a equivocar-se, mas aparece depois repetida na Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira e no Dicionário de História de Portugal, que afirmam que a parte por publicar ficara na Torre do Tombo, quando por imprimir existe apenas o material relativo ao inquérito de 1758, que é posterior
  3. Esse material foi parcialmente editado ao longo dos anos e em Junho de 2009 iniciou-se a publicação da obra "Memórias Paroquiais de 1758", que pretende a edição integral dos materiais existentes. Cf. Memórias Paroquiais de 1758.

Referências[editar | editar código-fonte]

  • Memórias Paroquiais (introdução, transcrição e índices de João Cosme e José Varandas). Casal de Cambra, Centro de História da Universidade de Lisboa - Caleidoscópio, 2009.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]