Manoel Rodrigues Ferreira

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Manoel Rodrigues Ferreira
Ficheiro:Manoel Rodrigues Ferreira.jpg
Manoel Rodrigues Ferreira em 1956 no jornal da "A Gazeta"
Nascimento 25 de julho de 1915
Itapuí, São Paulo
Morte 21 de maio de 2010 (94 anos)
São Paulo, São Paulo
Nacionalidade  Brasileiro
Alma mater Universidade Presbiteriana Mackenzie
Ocupação Historiador, jornalista, engenheiro.


Manoel Rodrigues Ferreira (Itapuí, 25 de Julho de 1915 - São Paulo em 21 de maio de 2010) foi um historiador, jornalista, engenheiro, professor de Matemática e Física, fotografo documentarista e escritor brasileiro. Pioneiro em expedições para cobertura jornalística pelo interior do Brasil em processo de desenvolvimento. Foi destaque na historiografia paulista e brasileira em um movimento de revisão histórica encabeçado por seu irmão, Tito Livio Ferreira.[1].

Vida[editar | editar código-fonte]

Nascido em 1915 na Fazenda São Sebastião, no município de Bica de Pedra (atual Itapuí), erguida um século antes pelos seus pais Manoel Rodrigues Ferreira e Avelina Agusta Ferreira. Concluiu o curso primário em 1928 na escola homenageada hoje com seu nome, e terminou o curso secundário no ginásio "Osvaldo Cruz", São Paulo, em 1934. Ingressou em 1937 na Escola de Engenharia Mackenzie ( da atual Universidade Mackenzie) a qual não concluiu, por dificuldades financeiras da família, devido a crise do café. No ano de 1938 foi admitido como Topógrafo no Instituto Geográfico e Geológico da Secretaria da Agricultura, e no ano seguinte se tornou professor de matemática, física e desenho geométrico em ginásios de São Paulo. Casou-se em 1940 na cidade de São Manuel.

Escola de Engenharia

A carreira de professor nessa época era extremamente difícil a qual os professores ganhavam apenas quando lecionavam e não recebiam nem pelos feriados, segundo Manoel, as aulas terminavam dia 15 novembro e só voltavam dia 15 de marco passando todos esses meses sem qualquer remuneração. Tudo mudou quando o Presidente da Republica Getúlio Vargas assinou uma lei definindo bases trabalhistas exclusivas para professores, tudo havia mudado, contratos fixos de no mínimo um ano e a obrigação de se pagar as férias como se fossem período letivo. Recordando que seu irmão Tito Livio Ferreira foi pioneiro na luta pelo direito as férias dos professores. Com a profissão estável de professor no começo de 1942, voltou a Escola de Engenharia Mackenzie com uma bolsa de estudos oferecida pela mesma. Em 1944, com a turma de engenharia, ganhou uma viagem pelas estrada de ferro Brasil-Bolívia passando por vários pontos em desenvolvimento do país que rendeu-lhe seu primeiro trabalho jornalístico publicado pela A Gazeta com o titulo de “Viagem de Estudos ao Interior do Brasil” e em 1945 com sua turma de engenharia viaja para conhecer os trabalhos da construção da Primeira Usina Siderúrgica do Brasil ( pela Companhia Siderúrgica Nacional ) em Volta Redonda. Em 1945 organizou junto com colegas da turma de engenharia, a "Bandeira Mackenzie" com intuito de expedições para descobrir a região do Brasil Central.[2]

Vida de escritor

Começou relatando suas expedições, mas acabou entrando no mundo historiográfico por causa de seu irmão e juntos, lançaram um livro sobre a História do Brasil chamado, História da Civilização Brasileira em 1960. Seus maiores destaques como escritor alem dos livros em coautoria com o irmão foram, um dos mais aclamados do autor "A Ferrovia do Diabo"[3] em 1962, "História dos sistemas eleitorais brasileiros"[4] lançado pela editora do Senado Federal em 1976, e "As repúblicas municipais do Brasil"[5] em 1980.

Diminuiu as atividades por volta do ano 2000, lançando uma autobiobliografia em 2005 e passou os últimos anos de sua vida em São Paulo até falecer no dia 21 de maio de 2010 aos 94 anos.


Visão Historiográfica[editar | editar código-fonte]

Influenciado por seu irmão Tito Livio Ferreira, participou da Primeira Jornada Paulista de Revisão da História do Brasil, no Instituto Geográfico e Histórico de São Paulo onde nas palavras do historiador "Denunciamos a falsa história, que precisava ser revista por meio de documentos históricos". Publicou artigos no jornal d'A Gazeta denunciando o "Programa de Ensino de História do Brasil" exigido pela Secretaria da Educação, dias depois, o Governador de São Paulo Jânio Quadros ordenou que o programa fosse reformado pela Secretaria da Educação dentro de 48 horas. O historiador acreditava que além de passarem conhecimentos falsos sobre o passado brasileiro, criava-se na mente das crianças o ódio irracional ao passado, ao povo e a todos que vinham para o Brasil, sendo assim, a todos os estrangeiros indistintamente.

O Lema da Primeira Jornada Paulista de Revisão da História do Brasil foi:

"A História é a Ciência do Documento".[6]

Obras[editar | editar código-fonte]

  • "Nos Sertões do Lendário Rio das Mortes" (1946)
  • "Terras e Índios do Alto Xingu" (1952)
  • "Cenas da vida indígena" (1952)
  • "História da Civilização Brasileira" coautoria com Tito Livio Ferreira (1960)
  • "Nas Selvas Amazônicas" (1960)
  • "O Mistério do Ouro dos Martírios" (1960)
  • "Maçonaria na Independência Brasileira" coautoria com Tito Livio Ferreira (1961)
  • "A Ferrovia do Diabo" (História da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré) (1962)
  • "A Causa do Subdesenvolvimento do Brasil" (1963)
  • "Ciência do Desenvolvimento Econômico" (1965)
  • "A Ideologia Política da Independência" (1972)
  • "Expedição Científica aos Martírios" (1973)
  • "Os Escravos Mecânicos" (1975)
  • "História dos Sistemas Eleitorais Brasileiros" (1976)
  • "As Bandeiras do Paraupava" (1977)
  • "As Repúblicas Municipais do Brasil" (1980)
  • "A Revisão da História do Brasil" (1983)
  • "Aspectos do Xingu e a Vera Cruz" (1983)
  • "Do Big Bang à Civilização Atual" (1983)
  • "História do Brasil Documentada 1500-1822" (1996)
  • "História dos Irmãos Villas Boas" (1997)
  • "História do Urbanismo no Brasil 1532-1822" (1999)
  • "O 2° Descobrimento: o Interior" (2000)
  • "Autobiografia" (2005)

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «AUTOBIOBIBLIOGRAFIA - Manoel Rodrigues Ferreira». www.ebooksbrasil.org. Consultado em 24 de agosto de 2019 
  2. «MACKENZISTAS FAMOSOS- Universidade Presbiteriana Mackenzie» (PDF). Revista Mackenzie. Consultado em 24 de agosto de 2019 
  3. FERREIRA, Manoel Rodrigues. A Ferrovia do Diabo. [S.l.: s.n.] 
  4. FERREIRA, Manoel Rodrigues. História dos sistemas eleitorais brasileiros. [S.l.: s.n.] 
  5. FERREIRA, Manoel Rodrigues. As repúblicas municipais do Brasil. [S.l.: s.n.] 
  6. FERREIRA, Tito Livio. História de São Paulo Vol.1 e 2. [S.l.: s.n.]