Mercearia São Pedro

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Mercearia São Pedro, também chamado de Bar Mercearia, foi um bar inaugurado em 1968 na Rua Rodésia 34, Vila Madalena, em São Paulo, próximo a estação Vila Madalena.[1] A mercearia encerrou seu funcionamento em 2024.

História[editar | editar código-fonte]

A Mercearia São Pedro foi fundada em 1968 por Pedro Benuthe. Inicialmente ela funcionava apenas como uma mercearia, mas quatro anos depois passou a vender sanduíches e bebidas alcoólicas, tornando-se um dos bares mais antigos da Vila Madalena. Nos anos 80, o local passou a alugar fitas de VHS. Em 1996, passou a servir refeições, e em 2000 inaugurou uma pequena livraria dentro do estabelecimento. O estabelecimento passou por dificuldades financeiras durante a Pandemia de COVID-19.[1] O local era decorado com cartazes de filmes e ganhou fama por ser palco de estreias de filmes e livros. Ela era frequentada por nomes da literatura, como Xico Sá, Marçal Aquino, Andréa Del Fuego, Marcelo Rubens Paiva, Marcelino Freire, Mário Bortolotto, Michel Laub e a cartunista Laerte Coutinho, que criou a logomarca do estabelecimento. O bar também foi frequentado por nomes do esporte, como Sócrates, Raí e Casagrande, e da música, como Nick Cave, Lulina, Ciro Pessoa, Lúcio Maia, Reinaldo Moraes e Bruna Beber.[2][3] A Mercearia também foi tema de duas antologias, "Uma Antologia Bêbada", organizada por Joca Reiners Terron e "Saideira: O Livro dos Epitáfios", pelo Joca e Marcelino Freire. Em 2006, foi lançada a Revista Mercearia, mas ela foi cancelada na primeira edição.[4]

Em 1996, após a morte de Pedro, o estabelecimento foi herdado por Marcos Benuthe e Pedro Anis Issa Benuthe e outros dois parentes. Em agosto de 2021, Marcos acionou a Justiça afirmando que Pedro não prestava contas da sociedade e não pagava seu pró-labore. Já que não houve acordo, a Justiça decidiu vender três estabelecimentos ligados a família para realizar a distribuição de bens. Os edifícios, incluindo o bar, seriam vendidos para a Even Incorporadora, porém a mesma e Pedro negaram a venda. Marcos anunciou a abertura de outro bar, o Ria, que herdou parte dos livros que estavam na Mercearia. Já Pedro abriu outros dois bares. O Bar Mercearia fechou oficialmente em 25 de fevereiro de 2024.[2][3] Os terrenos foram vendidos de fato para a Mitre Realty Empreendimentos Participações, que darão lugar a um condomínio de luxo da Habitram Empreendimentos Imobiliários, com previsão de entrega para 2027.[5] Após o fechamento, Pedro anunciou que estava buscando outro terreno para reabrir o bar. O Bar Mercearia foi demolido no dia 11 de março.[6]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b Pedro Martins e Jairo Malta (18 de agosto de 2021). «Mercearia São Pedro vai fechar, diz sócio; irmão e suposta compradora negam o encerramento». Guia Folha. Consultado em 10 de abril de 2024 
  2. a b Rodrigo Rodrigues (19 de agosto de 2021). «Justiça determina venda de prédios da família fundadora do bar Mercearia, na Vila Madalena, após briga entre irmãos». G1 SP. Consultado em 10 de abril de 2024 
  3. a b Rodrigo Rodrigues (27 de fevereiro de 2024). «Após litígio entre irmãos, tradicional bar Mercearia São Pedro fecha as portas na Vila Madalena, Zona Oeste de SP». G1 SP. Consultado em 10 de abril de 2024 
  4. Antonio Prata (23 de junho de 2023). «Fim da Mercearia São Pedro mostra como SP abate os seus bares a marretadas». Guia Folha. Consultado em 10 de abril de 2024 
  5. Breno Damascena (29 de fevereiro de 2024). «Como será prédio que vai substituir o Mercearia São Pedro, na Vila Madalena?». Estadão. Consultado em 10 de abril de 2024 
  6. Rodrigo Rodrigues (13 de março de 2024). «VÍDEO: Bar Mercearia é demolido em dois dias em SP, e vizinhança se preocupa: 'Especulação está acabando com a Vila Madalena'». G1 SP. Consultado em 10 de abril de 2024