Nélson Silva

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Nélson Silva
Nome completo Nélson Silva
Nascimento 16 de junho de 1916
Rio de Janeiro
Morte 15 de março de 1983 (66 anos)

Nélson Silva (Rio de Janeiro, 16 de junho de 1916 - 15 de março de 1983) foi um cantor, compositor, ator, produtor e radialista carioca, radicado no Rio Grande do Sul, conhecido por ser o autor do hino do Sport Club Internacional, clube de futebol da cidade de Porto Alegre.

A chegada a Porto Alegre[editar | editar código-fonte]

Nélson chegou ao Rio Grande do Sul em 1943, quando excursionava com o conjunto musical "Águias da Meia-Noite". Encantou-se com a cidade e decidiu permanecer morando na capital gaúcha. Nélson foi diretor de departamento na antiga Rádio Farroupilha de Porto Alegre e na antiga TV Piratini. No teatro, atuou nas peças "Cristo" e "Auto da Compadecida". Na TV, contracenou nas novelas "A cabana do Pai Thomaz" e "A Mestiça". No cinema, participou do filme "Fúria Burlesca". Na Rádio Farroupilha, criou junto com J. Antônio D'Ávila, o mais famoso programa de rádio dos anos 50: "A Rádio - Sequência".

O Internacional entra na sua vida[editar | editar código-fonte]

Nélson era torcedor do Clube de Regatas do Flamengo, mas tornou-se torcedor do colorado gaúcho, quando ao tentar assistir uma partida do seu clube contra o arqui-rival do Internacional, o Grêmio, foi impedido de entrar no jogo pois era negro e na época, questões raciais ainda eram um tabu em certas agremiações de Porto Alegre. Indignado, Nélson passou a torcer ferrenhamente para o Internacional, clube que desde 1928 aceitava jogadores negros em sua equipe e assim sendo possuia grande parcela de torcedores negros oriundos das classes trabalhadoras da sociedade portoalegrense. Esta relação do Internacional com as classes menos abastadas rendeu-lhe o apelido que carrega com muito orgulho até os dias de hoje: O Clube do Povo. Nélson chegou ao ponto de não aceitar gremistas em sua casa.

A criação do hino colorado[editar | editar código-fonte]

No final dos anos 50, o Internacional sentiu a necessidade de ter um hino, uma canção formal de celebração dos sentimentos colorados. Abriu-se então um concurso, houve muitos candidatos, mas nenhum dos hinos satisfez a alma colorada como aquele que fizera numa tarde de sofrimento, o torcedor Nélson Silva.

O ano era 1957. Nélson estava esperando a sua namorada e futura esposa, Ieda, e nesta mesma tarde transcorria a partida entre Internacional contra o Clube Esportivo Aimoré, clube de futebol de São Leopoldo, cidade da região metropolitana da capital gaúcha. Nesta tarde o colorado desandava e perdia por 3 a 0 contra o clube capilé. Nélson, irritado com o atraso da namorada e com o resultado do jogo, sentou-se em uma mesa e começou a escrever um hino de louvação ao Inter, tão necessitado naquela tarde de derrota.

Começou por uma exaltação bem acima das vicissitudes de um jogo: "Glória do desporto nacional / Oh, Internacional que eu vivo a exaltar". E quando concluiu a última estrofe: ...com o Clube do Povo do Rio Grande do Sul" - teve a sensação de que ele seria cantado pelo torcedor.

Foi o que aconteceu, formalizando na rigorosa espontaneidade o dominante hino do clube - "Celeiro de Ases".

Nélson apresentou sua composição a Rui Vergara Corrêa, da Farroupilha e se inscreveu no concurso do clube colorado - saiu vencedor.

Nélson dizia que ser colorado e autor do hino do clube eram seus maiores patrimônios.

Nélson Silva, um dos próceres do clube gaúcho possui um espaço especial no Museu Rui Tedesco, pertencente ao Sport Club Internacional.

Referências[editar | editar código-fonte]

  • Meu Coração é Vermelho (Editora Mercado Aberto / 1999) - Ruy Carlos Ostermann)
  • Livro oficial do Centenário (Leonid Streliaev Editor / 2010) - Luis Fernando Verissimo / Leonid Streliaev / Claudio Dienstmann)
  • Revista Goool - A história do Clube do Povo (Editora Cycnus / 2009)