O Caminho para a Distância

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O Caminho para a Distância
Autor(es) Vinicius de Moraes
Idioma Português
País  Brasil
Gênero Poesia
Editora Editora Schmidt
Lançamento 1933
Cronologia
Forma e exegese

O Caminho para a Distância, que foi compilado em obra posterior chamada O Sentimento do Sublime, é uma coletânea de poemas e o livro de estréia de Vinicius de Moraes, publicado em 1933 pela Editora Schmidt.

Contexto[editar | editar código-fonte]

O livro foi publicado enquanto Vinicius estudava na Faculdade de Direito do Catete, Rio de Janeiro. Na época. seu colega, Américo Jacobina Lacombe, desaconselhou o amigo a prosseguir na carreira de poeta. Lacombe disse: "Você é inteligente, mas não tem jeito algum para poeta. Para ser poeta é preciso ser sonhador e viver com a cabeça nos ares. Você é realista demais para isso."[1] Vinicius, na época da publicação com 19 anos, escreve a seguinte introdução:[2]

Este livro é o meu primeiro livro. Desnecessário dizer aqui o que ele significa para mim como coisa minha – creio mesmo que um prefácio não o comportaria normalmente. São cerca de quarenta poemas intimamente ligados num só movimento, vivendo e pulsando juntos, isolando-se no ritmo e prolongando-se na continuidade, sem que nada possa contar em separado. Há um todo comum indivisível.
 
Vinicius de Moraes, 1933.

Conforme o biógrafo José Castello, o livro tomou o rumo deliberado da "poesia do espírito", tendo como temas principais, os dilemas metafísicos e o misticismo e se afinando com a reação espiritualista aos cânones da Primeira Geração do Modernismo brasileiro.[1] Nessa primeira fase do poeta, sente-se a influência do poeta brasileiro Augusto Frederico Schmidt, do chileno Pablo Neruda, do mexicano Amado Nervo e do espanhol Federico García Lorca.[1]

Antologia[editar | editar código-fonte]

Vinicius posteriormente rejeitou os versos de O Caminho para a Distância e Forma e Exegese (1935); na preparação da sua Antologia Poética (1954), apenas o poema "A uma mulher" foi incluído.[3] Em carta a João Cabral de Melo Neto escrita em 20 de setembro de 1949, Manuel Bandeira escreveu: "O Vinicius mandou-me um grande catatau para ser editado sob as minhas vistas. Toda a poesia até agora dele, excluídos os poemas que ele hoje renega (quase todos os de O Caminho para a Distância e muitos de Forma e Exegese)."[4]

Publicação[editar | editar código-fonte]

A primeira edição do livro foi publicada em 1933 (Rio de Janeiro: Schmidt).[2] Quando foi reeditado pela Nova Aguilar (1ª ed. 1968; 2ª ed. 1974), na organização de Poesia Completa e Prosa, foi agrupado com os seus livros seguintes, Forma e Exegese e Ariana, a Mulher (1936). Com a anuência de Vinicius, o crítico literário Afrânio Coutinho, responsável pela compilação, renomeou as três obras com um título único: O Sentimento do Sublime.[2]

Referências

  1. a b c Castello, José (1994). Vinicius de Moraes: o poeta da paixão 1a. ed. São Paulo: Companhia das Letras. ISBN 85-7164-355-5  pp. 66-67
  2. a b c «Portal oficial de Vinicius de Moraes». Consultado em 23 de janeiro de 2008. Arquivado do original em 21 de fevereiro de 2009 
  3. Morais, Vinicius (organização de Antonio Cicero e Eucanaã Ferrasz) (2003). Nova Antologia Poética 1a. ed. São Paulo: Companhia das Letras. ISBN 978-85-359-0439-0 
  4. Melo Neto, João Cabral (apresentação e notas de Flora Süssekind) (2001). Correspondência de Cabral com Bandeira e Drummond. Rio de Janeiro: Nova Fronteira/Fundação Casa de Rui Barbosa  pp. 11

Ligações externas[editar | editar código-fonte]