Pearlware

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Prato de louça pearlware

Pearlware é uma cerâmica refinada recoberta com esmalte vítreo brilhante levemente azulado contendo cobalto. O pearlware era destinado principalmente à fabricação de louças de mesa.

Origem[editar | editar código-fonte]

Tigela de louça pearlware

O fascínio da Inglaterra do século XVIII pela beleza e exotismo das porcelanas chinesas, trazidas ao país desde o século anterior em quantidades cada vez maiores pelos mercadores da Companhia Britânica das Indias Orientais, fomentou o desenvolvimento da indústria de porcelana inglesa. Havia dezenas de fábricas em solo inglês dedicadas a produzir artigos destinados tanto à nobreza, quanto à população em geral.[1] Por volta de 1760, a porcelana creamware era produzida em várias fábricas e dominava o mercado inglês,[2] sendo utilizada tanto para objetos ornamentais finamente decorados, quanto para objetos utilitários cotidianos.[3]

Durante esse período, os ceramistas, ainda não tendo alcançado a fórmula que reproduzisse o branco e a translucidez da porcelana chinesa, continuaram experimentando e testando novas massas com argilas e outros componentes disponíveis na Inglaterra. Ao mesmo tempo, buscavam também aprimorar a qualidade do esmalte utilizado para dar acabamento ao creamware. Josiah Wedgwood pesquisava técnicas diversas para tentar produzir porcelanas semelhantes às chinesas. Por volta dos anos de 1760, chegou a criar creamwares menos porosas e de cor creme mais claro, aprimorou a modelagem de suas peças creamware, bem como a fórmula da massa cerâmica e do esmalte, o que conferiu a seus produtos creamware excelente acabamento e grande popularidade.[3][4][5]

Entretanto, no início dos anos 1770, o creamware, também conhecido como “Queen’s ware”,[3] já era considerado um produto de apelo esgotado e, segundo o próprio Wedgwood, “agora era considerado vulgar e comum”.[4] Além disso, os preços do creamware estavam caindo.[2] A pressão do mercado por louças mais brancas, semelhantes às porcelanas chinesas, crescia.[4] Nesta época, uma nova fórmula de esmalte foi desenvolvida nas cerâmicas inglesas, sendo mais transparente e com leve tonalidade azulada devido à adição de pequena quantidade de óxido de cobalto. Esse novo esmalte, aplicado a peças de uma massa mais clara, resultava em uma louça mais semelhante às chinesas. Esse esmalte era chamado de “China glaze”,[2][4] ou seja, esmalte da China.

Josiah Wedgwood, sentindo a pressão do mercado por louças mais brancas e procurando repetir o sucesso do seu creamware, desenvolveu sua própria fórmula para “China glaze” e a chamou de “pearl white”, isto é, branco pérola, também de leve tonalidade azulada pelo óxido de cobalto. O acabamento China glaze se tornou muito difundido entre os ceramistas ingleses e as louças com verniz “pearl white” de Wedgwood ficaram conhecidas como “pearlware”, ou seja, “louça pérola”.[4]

O esmalte “pearl white”, e em consequência o pearlware, não é considerado mais uma invenção dentre as muitas desenvolvidas por Wedgwood (“terracota de cor semelhante à de porfiria, louça basalto, biscoito de porcelana branca, louça jaspe, louça cor de bambu e cor de cana amarela, biscoito de porcelana para almofariz, e o “Queen’s ware”), mas apenas a versão de Wedgwood para o “China glaze”.[4]

Referências

  1. Young, Hilary (1999). «Manufacturing outside the Capital: The British Porcelain Factories, Their Sales Networks and Their Artists, 1745-1795». Journal of Design History (3): 257–269. ISSN 0952-4649. Consultado em 16 de abril de 2021 
  2. a b c «Chipstone». www.chipstone.org. Consultado em 8 de maio de 2021 
  3. a b c «The Wedgwood Museum − Learning − Queen's Ware». www.wedgwoodmuseum.org.uk. Consultado em 8 de maio de 2021 
  4. a b c d e f Miller, George (12 de fevereiro de 2014). «Origins of Josiah Wedgwood's "Pearlware"». Northeast Historical Archaeology (1). ISSN 0048-0738. doi:10.22191/neha/vol16/iss1/6. Consultado em 16 de abril de 2021 
  5. «Pearlware: Origins and Types (Part 1)». www.thepotteries.org. Consultado em 8 de maio de 2021