Piazza della Repubblica (Florença)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Piazza della Repubblica
Praça da República
Piazza della Repubblica (Florença)
Nome(s)
anterior(es)
Piazza Vittorio Emanuele
Localização  Itália, Florença
Coordenadas 43° 46′ 17″ N, 11° 15′ 14″ L
Tipo Praça
Construção
Construído 1888
Arquiteto Edoardo Rimediotti

A Piazza della Repubblica (em portuguêsː Praça da República) é uma praça construída em 1888, após a demolição do gueto judeu. Está localizada no centro da comuna italiana de Florença, na região da Toscana.[1][2]

História[editar | editar código-fonte]

No século I a.C., quando a cidade era um castrum romano, a região da praça serviu como um Fórum e havia um templo dedicado à Tríade Capitolina.[2][3]

Na Idade Média, o local foi cercado por torres de famílias nobres de Florença e serviu como Mercado Antigo (Mercato Vecchio). No ano de 1431, foi instalado na praça uma estátua representando a Abundância, esculpida por Donatello. Um sino, que se localizava no topo da coluna, era tocado na abertura e fechamento do mercado.[1][4][5]

Em 1571, o Grão-Duque Cosme I obrigou os judeus a morarem nesta área da cidade, transformando o local em um gueto judeu.[3][4][5]

Em 20 de outubro de 1721, a estátua da Abundância sofre uma queda e se destrói. Foi substituída por uma cópia feita por Giovanni Battista Foggini.[5]

Para movimentar a economia local, que passava por uma crise, um projeto de revitalização é feito na região. Nos anos de 1860, Luigi Del Sarto e Edoardo Rimediotti são contratados para projetar, no local do Mercado Antigo, o Mercato delle Vettovaglie. No início dos anos de 1880, o jornalista Giulio Piccini, da Firenze Sotterranea, denuncia por diversas vezes as condições sanitárias insalubres dos moradores do gueto. O projeto é aprovado pela Administração Municipal, em 1883. No ano de 1885, os municípios ganharam amplo poder de desapropriação para utilização pública. Um novo projeto foi elaborado por Rimediotti, que foi aprovado em 1888. Neste mesmo ano, começaram as demolições das casas e comércios do gueto, das torres medievais, das igrejas, da Sede das Artes e a estátua da Abundância foi transferida para o Museu Nacional de San Marco. Em 1890, a praça foi batizada de Piazza Vittorio Emanuele, em homenagem a primeiro rei da Itália, e foi instalado uma estátua equestre representando o rei, feito por Emilio Zocchi. Em 1932, a estátua foi transferida para a praça do Cascine.[1][3][5]

Em abril de 1947, a praça foi rebatizada para Piazza della Repubblica, em homenagem a recente Proclamação da República, declara em 1946. Em 1956, o Comitê Florentino para a Estética da Cidade reinstala a coluna de granito com uma cópia da estátua da Abundância, esculpida por Mario Moschi.[1][5]

Em 2018, com a repavimentação da praça, surgiram as fundações dos edifícios demolidos no ano de 1888.[3][4]

A praça[editar | editar código-fonte]

A praça possui uma planta retangular, com 75 metros de comprimento e 100 metros de largura, e é circundada por edifícios no lado norte e sul, pela Via Roma no lado leste e pela Via Brunelleschi no seu lado oeste. Na praça há um o monumento chamado de Coluna da Abundância (Colonna dell'Abbondanza), um antigo carrossel, e cafeterias.[6]

Pontos de interesse[editar | editar código-fonte]

Coluna da Abundância[editar | editar código-fonte]

É uma estátua, escupida por Mario Moschi e instalada sobre uma coluna de granito. A estátua representa a Abundância, segurando uma cornucópia. A primeira estátua foi esculpida em arenito preto, feita por Donatello. Essa estátua caiu e foi totalmente destruída. A estátua foi substituída por uma cópia, esculpida por Giovanni Battista Foggini. Durante a revitalização da cidade, a estátua foi transferida para o Museu Nacional de San Marco. Tempos depois, a coluna volta para a praça, mas com uma cópia da estátua feita por Moschi. Este monumento marca o centro da antiga cidade romana, onde cruzavam as vias Cardo e Decúmano.[5][6]

Palazzo dell'Arcone[editar | editar código-fonte]

É um palácio de construído em 1892, projetado pelo arquiteto Vincenzo Micheli. O edifício é de propriedade privada e utilizado para fins comerciais. No edifício há um grande arco central (Arcone) que interliga a Piazza della Repubblica com a Via Strozzi. Acima do grande arco, foi instalado um quadro com a inscrição de Isodoro Del Lungoː "L'antico centro della città da secolare squallore a vita nuova restituito" (O antigo centro da cidade da miséria secular para a nova vida retornou). Este quadro foi ladeado com estátuas que representam as Belas artesː Escultura, Pintura, Música e Arquitetura.[7][8]

Cafeterias históricas[editar | editar código-fonte]

Ao redor da praça, há cafeterias históricas que serviram como pontos de encontro de intelectuais e artistas. Há o Caffè Gilli, inaugurado no início do século XX e de estilo Belle Époque; e o Caffè Paszkowski, inaugurado em 1846 e foi declarado Monumento Nacional em 1991.[9]

Galeria de fotos[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d Paolini, Claudio (13 de abril de 2020). «Repertorio delle Architetture Civili di Firenze - Piazza della Repubblica». Palazzo Spinelli. Consultado em 16 de outubro de 2022 
  2. a b Foot, John; Silver, Larry A. (13 de setembro de 2022). «Florence». Encyclopedia Britannica (em inglês). Consultado em 16 de outubro de 2022 
  3. a b c d «La Firenze antica riaffiora sotto Piazza della Repubblica». La Repubblica (em italiano). 29 de março de 2018. Consultado em 16 de outubro de 2022 
  4. a b c «Piazza della Repubblica di Firenze: una piazza da sempre.». Cooperativa Archeologia. Consultado em 16 de outubro de 2022 
  5. a b c d e f Pirro, Deirdre (14 de setembro de 2011). «The column of abundance». The Florentine (em inglês). Consultado em 16 de outubro de 2022 
  6. a b «Vivere Firenzeː Il Baricentro». web.archive.org. Comune Firenze. 26 de maio de 2007. Consultado em 17 de outubro de 2022 
  7. Paolini, Claudio (5 de janeiro de 2021). «Repertorio delle Architetture Civili di Firenze - Palazzo dell'Arcone di Piazza». Palazzo Spinelli. Consultado em 17 de outubro de 2022 
  8. Conforti, Claudia. «Firenze capitale (1865-1870). Quale Rinascimento per la città di Dante». Consultado em 17 de outubro de 2022 
  9. «Caffè storici di Firenze da visitare». Agenzia Nazionale del Turismo (ENIT) (em italiano). Consultado em 17 de outubro de 2022