Protestos em Essuatíni em 2021
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Protestos em Essuatíni em 2021 | |||||||||||
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Participantes do conflito | |||||||||||
Oposição a Mswati III: Partido Comunista de Essuatíni Membros do Parlamento presos por participarem do Movimento Pró-Democracia Movimento Democrático Unido Popular (PUDEMO) Congresso de Libertação Nacional de Ngwane (NNLC) Partido Democrático da Suazilândia (SWADEPA) |
Governo: Forças Policiais da Monarquia Forças Armadas Manifestantes pró-governo | ||||||||||
Líderes | |||||||||||
Mswati III | |||||||||||
Baixas | |||||||||||
27 mortes (oficial) Mais de 24 (Bloomberg) Mais de 50 (PUDEMO) |
28 feridos (Al Jazeera) Mais de 300 (PUDEMO) |
Os protestos em Eswatini em 2021 são uma série de protestos contínuos em Eswatini contra a monarquia e pela democratização que iniciaram no final de junho de 2021. Começando como um protesto pacífico em 20 de junho, agravar-se-iam após 25 de junho para a violência e saques no fim de semana quando o governo assumiu uma postura linha-dura contra as manifestações e proibiu a entrega de petições.
Antecedentes e causa[editar | editar código-fonte]
Eswatini é um dos poucos países (e o único na África) que é uma monarquia absoluta, com Mswati III sendo rei desde 1986. Os partidos políticos foram proibidos desde 1973, sob o rei anterior Sobhuza II, devido a um "estado de emergência" que permanece até a atualidade e são fortemente perseguidos sob as leis "antiterrorismo". O primeiro-ministro é nomeado pelo monarca.[1] Embora os protestos sejam raros,[2] houve manifestações em 2018 e 2019 sobre o estilo de vida luxuoso de Mswati III e o alegado uso indevido de fundos públicos.[3][4] Uma série de discussões patrocinadas pela ONU em 2020 mostrou apoio a uma monarquia constitucional democrática no país.[5] De acordo com o Afrobarometer, a confiança nas instituições governamentais, incluindo a monarquia, diminuiu significativamente nos últimos anos e os cidadãos procuram alternativas ao governo autoritário, embora apenas 49% apoiem uma administração democrática sobre outras formas de governo.[6]
A causa imediata do protesto foi quando três parlamentares pró-democracia defenderam a introdução de um sistema mais democrático.[5][7] Além disso, a morte de um estudante universitário em circunstâncias misteriosas em maio gerou suspeitas de que a polícia o havia matado e protestos subsequentes na época, que foram apoiados por legisladores da oposição, levaram a um estado de tensão preexistente.[5]
Eventos[editar | editar código-fonte]
Os primeiros protestos ocorreram em 20 de junho, quando jovens rurais da região de Manzini percorreram uma aldeia gritando slogans políticos e pedindo o direito a um primeiro-ministro escolhido democraticamente. Eles bloquearam estradas e incendiaram pneus. A polícia reagiu a essas manifestações lançando granadas de atordoamento e disparando munições reais, levando os manifestantes a retaliar atirando pedras. [8]
Os protestos se espalharam e se transformaram em violência em 25 de junho no município de Msunduza, perto de Mbabane, quando os manifestantes "entraram em confronto" com a polícia e as lojas foram saqueadas e incendiadas.[2] Enquanto milhares de pessoas entregavam petições às autoridades tinkhundla, que são democraticamente nomeadas em um sistema "descentralizado", o governo as impediu de serem entregues, aumentando a contenda do sindicato nacional dos professores e levando a mais distúrbios.[9][10]
Na noite de 28-29 de junho, foi especulado que Mswati III havia fugido de Eswatini em meio a uma desordem crescente.[11] O governo negou essas informações.[12] No entanto, foi relatado que seu avião particular foi avistado saindo do país.[13][14] O Partido Comunista de eSwatini alegou que ele havia fugido para a África do Sul, enquanto a Rede de Solidariedade da Suazilândia afirmou que ele estava em Moçambique e instruiu as forças de segurança a "suprimir brutalmente" os protestos. [15][16] Em 29 de junho de 2021, as manifestações continuaram com a polícia tentando repelir os manifestantes com tiros e gás lacrimogêneo com a tropa de choque e o exército presentes nas ruas. A polícia também estabeleceu bloqueios em toda a capital e o governo fechou escolas e estações de ônibus.[17] Um toque de recolher foi posto em prática entre 18:00 e 5:00 pelo governo para tentar acabar com a violência e as empresas e escolas foram fechadas. [18] Apesar disso, os protestos e saques continuaram no dia 30, e a polícia e o exército usaram força letal contra os manifestantes, com o acesso à internet se tornando limitado.[19]
O exército foi oficialmente convocado em 1 de julho para "proteger a infraestrutura nacional essencial e fazer cumprir os regulamentos da COVID-19", de acordo com o primeiro-ministro em exercício, Themba Masuku, que também afirmou que isso não significava que a lei marcial estava em vigor.[20]
No final de setembro, estudantes do ensino médio e universitários ainda protestavam lançando uma série de greves.[21]
Em 1 de outubro, milhares de manifestantes marcharam até a embaixada dos Estados Unidos em Mbabane para entregar uma petição. As forças de segurança dispersaram a multidão com balas de borracha, gás lacrimogêneo e munição real. Um manifestante teria sido baleado na cabeça pela polícia fora do parlamento.[22]
Em 22 de outubro, a polícia reprimiu violentamente um protesto de funcionários públicos, ferindo 30 enfermeiras. Em resposta, a União Democrática de Enfermeiras da Suazilândia emitiu um comunicado de que as enfermeiras não estariam mais tratando de oficiais da polícia.[23]
Efeitos na África do Sul[editar | editar código-fonte]
Na cidade fronteiriça de Oshoek, centenas de caminhões ficaram retidos devido a alegações de que manifestantes almejavam importações e a perda de internet que impedia o processamento de entrada. A Força Nacional de Defesa da África do Sul foi solicitada a colocar os caminhões sob sua proteção para evitar mais violência e perdas.[24] Em 1 de julho, os Combatentes da Liberdade Econômica forçaram o fechamento do posto de controle em Mananga em apoio aos protestos.[25]
Referências
- ↑ «Swaziland: Africa′s last absolute monarchy». Deutsche Welle. 14 de Julho de 2014
- ↑ a b «Clashes at Eswatini anti-monarchy protests». Daily Times Pakistan. AFP. 26 de Junho de 2021
- ↑ «Eswatini: Anti-government protest June 29». GardaWorld
- ↑ Welle (www.dw.com), Deutsche, South Africa: Protests in the Kingdom of eSwatini – via www.dw.com
- ↑ a b c Eligon, John (2 de Julho de 2021). «Africa's Last Absolute Monarchy Convulsed by Mass Protests». The New York Times. ISSN 0362-4331 – via NYTimes.com
- ↑ «Analysis - Fierce protests in eSwatini grow from citizens' desire for more democracy, Afrobarometer surveys find». Washington Post. ISSN 0190-8286 – via www.washingtonpost.com
- ↑ «Q&A: What's driving the protests in Eswatini?». 1 de Julho de 2021
- ↑ «eSwatini youth stage rare rural protest against monarchy». News24
- ↑ «Swazi teachers accuse government of stifling voice of the nation». SABC News. 27 de Junho de 2021
- ↑ Mbuyisa, By: Cebelihle; Features (19 de Abril de 2021). «eSwatini Parliament starts to push back». New Frame
- ↑ «King Mswati alleged to have fled Eswatini amid violent protests». SABC News. 29 de Junho de 2021
- ↑ McCain, Compiled by Nicole. «WATCH: Protests rock eSwatini, govt denies reports that King Mswati fled». News24
- ↑ «King Maswati not fled Eswatini's violent protests - PM». news.yahoo.com
- ↑ «King Maswati not fled Eswatini's violent protests - PM». BBC News. 29 de Junho de 2021
- ↑ «eSwatini government denies King Mswati III has fled to SA amid pro-democracy protests». www.iol.co.za
- ↑ «'King Mswati III has fled to Mozambique. Swaziland is burning!'». CapeTalk
- ↑ «Anti-monarchy protests in African kingdom eSwatini turn violent». Reuters. 29 de Junho de 2021
- ↑ Magome, Mogomotsi (29 de Junho de 2021). «Eswatini imposes curfew to quell pro-democracy protests». KSAT. Associated Press
- ↑ «Tensions run high in Eswatini as pro-democracy protests continue». www.aljazeera.com
- ↑ «eSwatini army called in to curb looting at anti-king riots». Reuters. 1 de Julho de 2021
- ↑ Young, Pariesa (27 de setembro de 2021). «Students walk out of classes in Eswatini's ongoing pro-democracy movement». France24
- ↑ «Eswatini: Authorities must investigate police shooting of a protester and stop excessive use of force». Amnesty International. 1 de outubro de 2021
- ↑ «Eswatini protests: Nurses refuse to treat police after colleagues shot». BBC News (em inglês). 22 de outubro de 2021
- ↑ «Hundreds of trucks stranded at Oshoek Border Post to Eswatini amid protests». SABC News - Breaking news, special reports, world, business, sport coverage of all South African current events. Africa's news leader. 30 de Junho de 2021
- ↑ «EFF in Mpumalanga shuts down Mananga border in solidarity with people of Eswatini». SABC News - Breaking news, special reports, world, business, sport coverage of all South African current events. Africa's news leader. 1 de Julho de 2021
- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «2021 Eswatini protests».