Rodolpho Tamanini Netto

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Rodolpho Tamanini Netto
Nascimento 1951
São Paulo
Cidadania Brasil
Ocupação pintor

Rodolpho Tamanini Netto (São Paulo, 1951) é um pintor naïf brasileiro.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Descobriu cedo a vocação para a pintura. Começou a trabalhar como office-boy aos dezesseis anos, mas sempre manteve o interesse pela arte, fazendo muitos desenhos. Incentivado por Lise Forell, passou para a pintura. No início vendia seus quadros na Praça da República, onde foi descoberto pelo galerista Hélio Grimber, que passou a representá-lo e expor obras na galeria No Sobrado. Quando esta galeria fechou, passou a ser representado pela galeria de Jacques Ardies.[1] Fez também ilustração de livros. Sua obra aborda em especial as cenas urbanas e as marinhas.[2]

Participou de exposições coletivas no Brasil e na Alemanha, Estados Unidos, Bélgica, Inglaterra, Suíça, Holanda, França, Canadá, Espanha,[1] destacando-se Imagens de São Paulo (Espaço Cultural Mário Pedrosa, Biblioteca Municipal Alceu Amoroso Lima, Centro Cultural Patrícia Galvão, Museu da Cidade de São Paulo, Sala do Artista Popular, 1998-1999),[3] a 2ª Bienal Brasileira de Arte Naif (SESC Piracicaba, 1994), o maior evento do gênero no país,[4] a mostra de inauguração do Museu de Arte Naif de Figueras, Espanha (1999),[5] Arte Naif, uma viagem na alma brasileira (Memorial da América Latina, Galeria Marta Traba, 2016),[6] e Arte Naïf – Nenhum Museu a Menos, promovida pelo Museu Internacional de Arte Naïf do Brasil e a Escola de Artes Visuais do Parque Lage em 2019, com apoio de várias outras instituições culturais e museus.[7]

Recebeu a Medalha de Ouro do I Salão Nacional de Arte Popular do Embu (1976), Medalha de Ouro do XXI Salão de Arte de São Bernardo (1978), Medalha de Prata no XI Concurso Suíço de Arte Naïf Internacional, (Galeria Kasper, Suíça, 1984) e a Distinção por País no XIII Concurso Suíço de Arte Naïf Internacional, (Galeria Kasper, 1984).[1] Foi biografado e teve trabalhos incluídos no livro A Arte Naïf no Brasil de Jacques Ardies,[2] uma importante obra de referência. Foi estudado por Oscar d'Ambrosio, referindo que sua maior originalidade está na forma de enquadramento das cenas, "quase recortes fotográficos plenos de significado pela angulação escolhida e pelas óticas estabelecidas",[4] e por Maria Helena Sassi Freitas, que assim se referiu ao seu trabalho:

"O artista divide seu trabalho em três temas: a realidade, a fantasia e o sonho. A realidade é representada através do cotidiano, nas paisagens da cidade de São Paulo, com pinceladas firmes e bem delineadas, Tamanini apresenta uma cidade sempre com um ponto verde para admirar-se: seja um parque, uma praça ou simplesmente árvores que compõe a paisagem de sua escolha; uma cidade limpa e iluminada pelo seu otimismo. A fantasia é representada através da favela que remete a sua infância, ao seu lado lúdico, aos seus sonhos de criança, as brincadeiras de criança, que o espaço favela oportuniza acontecer. Suas favelas não são da cidade de São Paulo, elas estão no litoral, numa paisagem idealizada, com crianças soltando pipas ou passeando pela praia ou participando de brincadeiras, juntamente com o cotidiano dos adultos. Por último o sonho que é representado pelo homem e o mar, uma figura masculina nua, interagindo com a natureza, geralmente ele está no mar ou andando pelas praias, ou andando a cavalo, ou dentro da água, sempre numa paisagem, sem nada que lembre a existência de outro ser humano, é ele e a natureza, ele e o mar e os animais".[1]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d Freitas, Maria Helena Sassi. Pintura naïve : conceitos,características e análises, quatro exemplos em São Paulo. Mestrado. Universidade Estadual Paulista, 2011, pp. 125-144
  2. a b Ardies, Jacques & Andrade, Geraldo Edson de. A Arte Naïf no Brasil. São Paulo: Empresa das Artes, 1998
  3. "Rodolpho Tamanini Netto". In: Enciclopédia Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020
  4. a b D'Ambrosio, Oscar Alejandro Fabian. Um Mergulho n Brasil Naif: A Bienal Naifs do Brasil do SESC Piracicaba 1992 a 2010. Doutorado. Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2013, pp. 35-37
  5. Tognoni, Rení. "Cidade de Dalí vê arte naif brasileira". Diário do Grande ABC, 04/04/1999
  6. "Arte Naïf, Uma Viagem Na Alma Brasileira". Catálogo das Artes, 12/11/16-06/01/17
  7. Escola de Artes Visuais do Parque Lage. [http://eavparquelage.rj.gov.br/arte-naif-artistas/ Arte Naïf – Nenhum Museu a Menos: artistas.