SIGAD

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SIGAD ou Identificador da Atividade de SIGINT é o acrônimo da expressão em inglês, "SIGINT Atividade designador", (ou SIGAD).É uma sequência alfanumérica, que associa os sinais coletados à estacao ou base que os coletou. Por exemplo, o SIGAD para a base de coleta de sinais Echelon em Menwith Hill, Inglaterra, é USD1000.[1] De forma simples, o SIGAD é a sequência alfanumérica que identifica de onde veem os sinais, quando eles chegam nas instalações de interceptação.

Tais identificadores ou "SIGAD", são usados por estacões de interceptação operados por agências de inteligência dos Estados Unidos, Inglaterra, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, os chamados Cinco Olhos ou Five Eyes, já que estes cinco países têm uma relação estreita na colêta e compartilhamento de inteligência.[2][3]

Desde a Segunda Guerra Mundial, milhares de SIGADs foram atribuídos de acordo com suas origens. Uma captura de tela da ferramenta BOUNDLESS INFORMANT[4] da NSA revelou que em março de 2013, havia 504 SIGADs ativos. Isto quer dizer apenas que nesse mês, a NSA recebeu dados de 504 instalações de interceptação. Como este número inclui, provavelmente, muitos subconjuntos, talvez apenas algumas dezenas de tais identificadores sejam realmente as fontes importantes.

captura de telas da ferramenta BOUNDLESS INFORMANT, mostrando os diversos gráficos ligados a coleta de dados na Alemanha . O gráfico superior mostra os dados de internet (barras azuis) e de telefonia (barras verdes). O gráfico inferior central menciona dois SIGADs e na seção inferior direita esta a parte mais importante - o programa XKeyscore.
Este mapa mundial foi feito utilizando a ferramenta de visualização de dados do BOUNDLESS INFORMANT, mostrando que durante um período de 30 dias, 97.000 milhões de registros de dados de internet (DNI) e 124 bilhões de registros de dados de telefonia (DNR) foram coletados

Formato da sequência alfanumérica do SIGAD[editar | editar código-fonte]

SIGAD é formado por uma sequência de 5 a 8 caracteres alfanuméricos, como no exemplo acima da base de coleta de sinais Echelon em Menwith Hill, Inglaterra cujo SIGAD é USD1000.[5]

Destinação dos Dados Coletados[editar | editar código-fonte]

Os dados coletados são então enviados para o repositórios da NSA nos Estados Unidos.[6]

As empresas provedoras de serviços participantes, são remuneradas pela NSA e os acordos são chamados de SS0 pela agência americana.[7][8]

SIGAD do PRISM[editar | editar código-fonte]

Um dos documentos revelados por Edward Snowden[9] explica como se dá a coleta de dados através do PRISM. Uma apresentação de slides identifica tal coleta , em Abril de 2013, com do SIGAD US-984XN.[10] SIGAD US-984XN ligado ao PRISM, foi identificado como a fonte para 1.477 itens apenas em 2012.[11]

SIGADs de navios espiões[editar | editar código-fonte]

O SIGAD conhecido para o navio americano "USS Liberty", era USN-855.[12]

O navio "USS Pueblo" foi um navio de pesquisa técnica que foi capturado pela Coreia do Norte em 1968. Seu SIGAD era USN-467Y.[13]

Alguns dos vários modos de interceptação[editar | editar código-fonte]

- Interceptação física, como o caso dos dados interceptados através do Sistema de interceptação ECHELON (utilizando antenas, satélites...) tendo como destino final os repositórios da NSA nos Estados Unidos.[14]

Cúpulas geodésicas na base RAF Menwith Hill, localizada em Harrogate, Reino Unido, Sistema Echelon.

ou

- Através de parcerias entre a NSA e os provedores de serviços locais, que dão então a NSA acesso direto aos dados de telefone, internet e e-mail, computadores e telefones celulares dos cidadãos usuários; caso do programa PRISM.[6][15][16]

ou ainda

- Através da coleta dos dados de comunicações enquanto eles passam pelos cabos de fibra e pela infra-estrutura das redes. É o caso da chamada Coleta Upstream , feita utilizando os quatro seguintes programas de vigilância principais : Fairview, Blarney, STORMBREW, OAKSTAR.[17][18]

Apresentação da NSA - SIGAD e Operações de Fonte Especial(SSO)[editar | editar código-fonte]

(slides de documentos revelados por Snowden)

Ver Também[editar | editar código-fonte]


Referências

  1. «Capacidade de Interceptação - Impacto e Exploração: Documento 1 - Echelon e seu papel em COMINT» (PDF). 23 de janeiro de 2001. Consultado em 6 de junho de 2013 
  2. «Mapa mostra volume de rastreamento do governo americano Brasil é o país mais monitorado da América Latina». O Globo. 11 de junho de 2013. Consultado em 19 de março de 2014 
  3. blogspot.ca: Top Level Telecommunications: SIGINT Activity Designators (SIGADs)
  4. Glenn Greenwald e Ewen MacAskill. «Boundless Informant : ferramenta secreta da NSA para rastrear dados de vigilância globais». The Guardian. Consultado em 24 de março de 2014 
  5. draft-dally-acp133-and-ldap-01.pdf: draft-dally-acp133-and-ldap-01 - ACP 133 Common Content and LDAP - draft-dally-acp133-and-ldap-01.pdf
  6. a b Jornal O Globo: EUA espionaram milhões de e-mails e ligações de brasileiros - Jornal O Globo Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "Jornal O Globo" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes
  7. «NSA capta dados de rede social para traçar perfil de americanos. Agência do governo dos EUA reúne informações telefônicas e bancárias. "New York Times" obteve novos documentos de Edward Snowden». G1. 28 de setembro de 2013. Consultado em 14 de março de 2014 
  8. «EUA têm acesso direto aos servidores de Google, Facebook e Apple, dizem jornais». Carta Capital. 6 de junho de 2013. Consultado em 14 de Março de 2014 
  9. «Entenda o monitoramento dos EUA - Documentos revelados por Snowden mostram a ação da NSA». O Estado de S. Paulo. 26 de outubro de 2013. Consultado em 14 de março de 2014 
  10. «NSA slides explain the PRISM data-collection program». 6 de junho de 2013. Consultado em 6 de junho de 2013 
  11. «Prism scandal: Government program secretly probes Internet servers». 7 de junho de 2013. Consultado em 26 de março de 2014. Arquivado do original em 7 de junho de 2013 
  12. «Richard W. Hickman Interview» (PDF). 30 de abril de 1980. p. 8. Consultado em 6 de dezembro de 2013. Arquivado do original (PDF) em 19 de janeiro de 2009 
  13. «USS Pueble AGER 2: Background Information» (PDF). p. 10. Consultado em 13 de junho de 2013. Arquivado do original (PDF) em 18 de setembro de 2013 
  14. «Brasil sabe desde 2001 que os EUA espionam internet». Folha de S. Paulo. 11 de julho de 2013. Consultado em 21 de março de 2014 
  15. «Google, Facebook e outras teriam dado acesso indireto à NSA». Jornal do Brasil. 7 de junho de 2013. Consultado em 14 de março de 2014 
  16. «CPI da Espionagem vai ouvir Google, Facebook e empresas de telefonia». Senado Federal do Brasil. 24 de setembro de 2013. Consultado em 14 de Março de 2014 
  17. «CPI da Espionagem vai ouvir Google, Facebook e empresas de telefonia». Senado Federal do Brasil. 24 de setembro de 2013. Consultado em 14 de março de 2014 
  18. «Microsoft colaborou com espionagem dos EUA, diz 'Guardian'». O Globo. 11 de julho de 2013. Consultado em 14 de março de 2014 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]