Tata Güines

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Tata Güines era o nome artístico de Frederico Aristides Soto Alejo (Güines, 18 de Junho de 1930 - Havana, 4 de Fevereiro de 2008[1][2]), um percussionista, contrabaixista e compositor cubano.

Nascido em Güines, província de Matanzas (Cuba), Tata Güines era também conhecido como o "Rei das Congas"[3] e "Mãos de Ouro", ganhando elogios por popularizar ritmos afro-cubanos para o mundo inteiro com o seu rufar impetuoso.

Tata Güines iniciou-se no meio musical muito cedo.[4] Ainda jovem, de família pobre, começou a trabalhar como aprendiz de sapateiro, o que lhe facilitou a prática manual, fabricando seu primeiro bongô artesanal com caixas de conserva. Iniciara, então, seu envolvimento com a música, tocando com outros "rumbeiros" em seu bairro. Outra influência em sua vida foi seu pai, Joseito, que apresentava-se com o conjunto de rumba local, "Sexteto Partagás",[5] patrocinado pela conhecida marca de charutos cubanos. Em 1942-43 Tata Güines iniciou a prática profissional de percussão e contrabaixo nos conjuntos "Ases del Ritmo" (dirigido por seu tio Dionisio Martínez) e no "Sexteto Partagás" (onde seu pai tocava), aprendendo e desenvolvendo os rudimentos da música cubana. Nessa época, Tata Güines também ouvia muito Chano Pozo no rádio, tentando reproduzir seus toques e ritmos. Em 1946, após ser convidado a integrar a orquestra de Arsenio Rodriguez por um mês, Frederico Aristides Soto recebeu o nome artístico de Tata Güines, assim batizado pela irmã daquele, Estela Rodríguez.

Em 1950, então com 20 anos, Tata Güines deixou sua província natal, Matanzas, e seguiu rumo a Havana, onde começou a viver de pequenos trabalhos (entregador de jornais, engraxate). Contudo, persistiu em sua carreira musical, participando de apresentações musicais com diversos conjuntos: Orquesta Nueva América, Los jóvenes del Cayo, La Típica de Belesario Lopez… Tocava igualmente bem as claves, o bongô, o güiro, contrabaixo, congas, além de cantar. Chegou-lhe então a oportunidade de tocar no famoso cabaret de Havana "La Tropicana". Integrou o "Conjunto Camacho", inicialmente como contrabaixista, e posteriormente como percussionista, ocupando o lugar de Yeyito, ao lado de Mongo Santamaria. Tata Güines chegou até mesmo a apresentar o programa de rádio "La voz del Aire", na Rádio Cadena Azul, nessa época.

Nos anos 1950, gravou os primeiros discos com Cachao, Frank Emilio, Guillermo Barreto, Gustavo Tamayo e Pedro Justiz " Peruchín". Em seguida, gravou discos com o grupo de Chico O' Farrill. Em 1952 entrou no grupo " Fajardo lá acima Estrellas" com quem ele realizou uma tournée na Venezuela em 1955, tocando em Caracas e seguidamente nos Estados Unidos. No Palladium, em New York, veio outro salto em sua carreira, ao tocar com Benny Moré e Machito, durante duas semanas. Com muito senso melódico, além da velocidade e destreza rítmica, Tata Güines impressionou grandes músicos do jazz estadunidense e foi chamado a participar de shows com Dizzy Gillespie, Maynard Ferguson e Chico Hamilton.

Em 1957, após apresentação no Waldorf Astoria, Tata Güines consagrou-se como congueiro solista e foi apelidado pela imprensa especializada como "Mãos de Ouro". Nesse ano ele residiu em New York, lá permanecendo até 1959. Chegou a tocar com Josephine Baker, Frank Sinatra e Charlie Parker.

Por conta do racismo que sofria nos Estados Unidos, Tata Güines retornou a Cuba em 1959, após a revolução cubana, afirmando que "A fama não ia além do palco(…) uma vez que você deixava o palco, havia aqueles cartazes que diziam 'apenas para brancos.'"[1][2][6]

Faleceu em decorrência de insuficiência hepática decorrente de infecção renal[2] em fevereiro de 2008, aos 77 anos.

Referências

  1. a b «Morre em Cuba o Rei da Conga, Tata Güines». BBC. 4 de fevereiro de 2008. Consultado em 19 de agosto de 2023 
  2. a b c «Morre em Cuba o Rei da Conga, Tata Güines». Uol Notícias. 4 de fevereiro de 2008. Consultado em 19 de agosto de 2023 
  3. «Tata Güines». Consultado em 19 de agosto de 2023 
  4. «Tata Güines, the king of cuban percussion». Cuba Plus Magazine. Consultado em 19 de agosto de 2023 
  5. «The unforgettable magic of Tata Guines». Havana Music School. 8 de setembro de 2018. Consultado em 19 de agosto de 2023 
  6. «A Life of Rumba, Latin Jazz, and Tumbadora». Consultado em 19 de agosto de 2023 

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