Templo Positivista de Porto Alegre

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Templo Positivista de Porto Alegre.

O Templo Positivista de Porto Alegre é um prédio histórico localizado na Avenida João Pessoa, junto ao Parque Farroupilha, e cuja construção data do início do século XX. O templo abre aos domingos para visitação.[1]

É um dos dois templos positivistas do mundo, sendo que o outro esta localizado no Rio de Janeiro. Em Curitiba e na França existem capelas. Paris foi onde o positivismo criado por Auguste Comte teve seu início, no século XIX, e que, entre outras coisas, determinava como deviam ser os templos. É também um dos dois únicos templos positivistas que foram construídos expressamente com esta função;[2] o outro templo situa-se no Rio de Janeiro, onde fica a sede da Igreja Positivista do Brasil é tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro (INEPAC).[3]

O positivismo é um culto de amor e reconhecimento pelos parentes, pelos grandes homens, pelas instituições sociais, pela pátria e pelos antepassados. É um sistema de vida moralizador, um regime sem distinções de classe, cor e raças, de uma vida sem conflitos, tendo como principal interesse o coletivo e não individual, e que organiza a vida social pelos moldes científicos. O seu lema fundamental é O amor por princípio, e a ordem por base, o progresso por fim.

Histórico[editar | editar código-fonte]

Erlon Jacques de Oliveira em sua cerimônia de posse como Guardião do Templo em 27 de outubro de 2013.

O Templo Positivista de Porto Alegre já foi frequentado por muitos dos políticos gaúchos. Em 1912, eles compraram o terreno onde foi construído o templo, que foi terminado somente 16 anos depois. Com a Segunda Guerra Mundial, muitos dos adeptos se afastaram, fazendo com que a célula positivista riograndense se desintegrasse. Hoje, o templo conta com pouco mais de trinta seguidores em todo o estado.[carece de fontes?]

No final da década de 1930, com o falecimento ou mudança de muitos seguidores, o templo caiu em desuso: a família de Carlos Torres Gonçalves mudou para o Rio de Janeiro, seguida das mortes de Faria Santos, Homem de Carvalho e Azambuja Cidade; neste mesmo período nenhum gaúcho aderiu à Igreja Positivista do Brasil.[4]

Na falta de membros a capela ficou, desde 1939, ao encargo de alguns poucos simpatizantes que zelaram por sua conservação, por incumbência da IPB.[4] Inicialmente foram os médicos Salvador Petrucci e Vitório Veloso, o último afastando-se na década seguinte.[4] Na década de 1950, os engenheiros agrônomos Moisés Westphalen e Mozart Pereira Soares passaram a colaborar com Petrucci, sendo que Westphalen substituiu Petrucci quando este faleceu, na década de 1970.[4] No início dos anos 2000, os responsáveis pela conservação eram Mozart Pereira Soares e Afrânio Capelli.[4] Com as mortes de Mozart Pereira Soares e Afranio Pedro Capelli assumiu a guarda do Templo o apóstolo Érlon Jacques de Oliveira.

O prédio da Avenida João Pessoa é a sede da Igreja Positivista do Rio Grande do Sul, abrindo todos os domingos às 10h para o culto sociocrático. Considerado uma relíquia do estado, apresenta a arquitetura característica da época, e têm em seu acervo muitas raridades. Na entrada do templo está escrito: Os vivos são sempre cada vez mais, governados necessariamente pelos mortos.

O prédio foi incluído pela Prefeitura Municipal no Inventário dos Bens Imóveis de Valor Histórico e Cultural e de Expressiva Tradição,[5] e foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Rio Grande do Sul.[3]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «SOS Porto Alegre». Consultado em 5 de janeiro de 2010. Arquivado do original em 25 de fevereiro de 2011 
  2. ClicRBS
  3. a b Instituto do Patrimônio Histório e Artístico do Estado (do Rio Grande do Sul)
  4. a b c d e SPONCHIADO, Breno Antonio (janeiro de 2000). «O Positivismo e a Colonização do Norte do Rio Grande do Sul» (PDF). PUCRS, Porto Alegre. Consultado em 17 de maio de 2013 
  5. "Lei Municipal nº 5260 de 29 de dezembro de 1982". Prefeitura de Porto Alegre