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Potencial evocado auditivo[editar | editar código-fonte]

O potencial evocado auditivo pode ser usado para rastrear o sinal gerado pelo som na via auditiva ascendente. O potencial evocado auditivo é gerado na cóclea, atravessa o nervo coclear, passa pelo núcleo coclear, complexo olivar superior, lemnisco lateral, até o colículo inferior no mesencéfalo, o corpo geniculado medial e, finalmente, até o córtex.[1]

Potenciais evocados auditivos (PEA) são subcategorias de potenciais de eventos relacionados (PER)s. PERs são respostas cerebrais que são fechadas temporalmente para algum "evento", com um estímulo sensorial, um evento mental (como reconhecimento de um estímulo objetivo), ou a omissão de um estímulo. Para PEAs, o "evento" é um som. PEAs (e PERs) são voltagens elétricas bem pequenas que se originam do cérebro e são registradas desde o escalpo em resposta a um estímulo auditivo, como diferentes tons, vozes, etc.

Os PEAs podem ser classificados em potenciais de curta, média e longa latências, estando relacionado com o tempo de aparecimento da resposta neuroelétrica auditiva e o sítio gerador de cada resposta.

O Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) é considerado o potencial de curta latência (ou precoce) mais utilizado na prática clínica. Este potencial avalia a atividade neuroelétrica da via auditiva desde o nervo auditivo até o tronco encefálico, ocorrendo durante os primeiros 10 milissegundos (ms) em resposta a uma estimulação acústica. Dentre as principais aplicações clínicas deste potencial tem-se a determinação do nível mínimo de resposta auditiva em neonatos e em crianças difíceis de serem avaliadas por meio de procedimentos audiológicos convencionais, além de auxiliar na caracterização do tipo de perda auditiva, na localização topográfica da lesão em nervo auditivo ou em tronco encefálico, na monitorização de cirurgias de fossa posterior e monitorização de pacientes em Centro de Terapia Intensiva (auxiliando na avaliação do grau do coma e morte encefálica).[2]

Os Potenciais Evocados Auditivos de Longa Latência (PEALL) ocorrem entre 80 e 750 ms após a estimulação acústica e refletem a atividade neuroelétrica da via auditiva nas regiões do tálamo e córtex auditivo, estruturas que envolvem as funções de discriminação, integração e atenção, fornecendo informações sobre o funcionamento do Sistema Nervoso Auditivo Central (SNAC). Dentre os componentes dos PEALL tem-se o P300, eliciado por tarefas com paradigma "oddball" (estímulo alvo) que envolve a discriminação de dois estímulos diferentes (o indivíduo deve prestar atenção ao estímulo raro que aparece aleatoriamente dentro de uma série de estímulos frequentes). Este potencial é utilizado na investigação de habilidades cognitivas como discriminação e atenção, sendo por este motivo também denominado Potencial Cognitivo.[3]

Referências

  1. E. Musiek, Frank; A. Baran, Jane (2007). The Auditory system (em inglês). Boston, MA.: Person Education 
  2. MATAS, CG (2003). Fonoaudiologia informação para a formação - Procedimentos em Audiologia. Procedimentos em Audiologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. pp. 43–57 
  3. SCHOCHAT, E (2003). Fonoaudiologia. Informação para Formação. Procedimentos em Audiologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan